Na próxima quarta-feira (22), Lula receberá lideranças do PMDB, à frente o presidente da Câmara, Michel Temer (SP).
É nesse encontro que o sócio majoritário do consórcio governista espera oficalizar o seu namoro com a candidatura presidencial de Dilma Rousseff.
Um namoro que se pretende converter em casamento em junho de 2010, com o PMDB na posição de vice.
O partido levará a Lula, padrinho da união, um documento.
Conterá as regras de convivência com o PT e com as outras legendas que integrarão a aliança.
O PMDB fará, de resto, uma sugestão ao presidente. Vai propor que Lula se licencie do cargo, em 2010, por pelo menos um mês. Para quê?
A idéia é que, livre dos encargos da presidência, Lula percorra o país levando Dilma pela mão.
Deve-se a proposta ao deputado Henrique Eduardo Alves (RN), líder do PMDB na Câmara (na foto). Ele deve acompanhar Temer na audiência com Lula.
Henrique chama o périplo Lula-Dilma de “caravana emotiva”. Evocando o carisma do presidente, o deputado diz: “Precisamos emocionar o país”.
Parte-se do pressuposto de que a maioria do eleitorado ainda desconhece Dilma. Não liga a candidata ao seu mentor.
Pesquisa encomendada ao Ibope pela CNI revelou que apenas 9% dos eleitores disseram conhecer bem a presidenciável oficial.
Outros 34% afirmaram que conhecem Dilma só de ouvir dizer. A sondagem trouxe à luz outro dado inquietante: a rejeição a Dilma bate na casa dos 40%.
Daí a sugestão de Henrique Alves. Uma idéia de efeitos duvidosos. Sobretudo quando se considera a superexposição a que Dilma já vem sendo submetida.
Na prática, Lula desdobra esforços para vincular a chefe da Casa Civil à sua própria imagem. Leva-a à vitrine sem o inconveniente da licença.
A viagem de três dias pelas margens do rio São Francisco, que se encerra nesta sexta (16), não é senão uma versão oficial “caravana” oficiosa sugerida pelo PMDB.
Haveria uma única e escassa vantagem: licenciado do cargo, Lula gargantearia Dilma sem precisar camuflar as viagens de campanha sob o manto das missões pseudoadministrativas.
Escrito por Josias de Souza às 04h20
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