segunda-feira, 29 de junho de 2009

Senador Arthur Virgílio pede afastamento de Sarney e investigação de primeiros secretários

Claudia Andrade
Do UOL Notícias
Em Brasília
Atualizado às 17h13

O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), pediu na tribuna do plenário do Senado nesta segunda-feira (29), o afastamento do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). O tucano disse que "não vai se calar" enquanto o presidente não estiver fora do cargo, afirmando que Sarney "não tem a mínima condição moral de permanecer à frente da direção dessa Casa".


Virgílio também pediu que sejam investigados todos os primeiros secretários que ocuparam o cargo durante a gestão de Agaciel Maia na diretoria-geral. E também de todos os presidentes da Casa ao longo dos 14 anos em que Agaciel desempenhou a função.

"Quero investigação dura sobre todos os primeiros secretários que estiveram no cargo durante a gestão do senhor Agaciel Maia, quero investigação sobre todos os presidentes da gestão destes 14 anos, quero a saída da presidência de José Sarney."

O senador se junta a outros parlamentares, como Pedro Simon (PMDB-RS) e Cristovam Buarque (PDT-DF) que também defenderam em plenário o afastamento do presidente da Casa. Diante das diversas denúncias que pairam sobre o Senado, ao menos dois pedidos de investigação do peemedebista Sarney pelo Conselho de Ética estão sendo preparados pela oposição. Falta apenas colocar o conselho em funcionamento, o que exige a indicação de parlamentares para a função.

Sarney ocupa pela terceira vez a presidência do Senado. Antes, havia sido presidente entre os períodos de 1995-1997 e 2003-2005. Também passaram pela presidência os senadores Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), entre 2007 e 2009, Tião Viana (PT-AC), em 2007, Renan Calheiros (PMDB-AL), entre 2005 e 2007. O atual ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, também foi presidente da Casa, em 2001, de acordo com informações da página oficial do Senado na internet.

Empréstimo de Agaciel Maia
O senador Arthur Virgílio também discursa em defesa própria, respondendo à acusação publicada pela revista "Isto É", de que teria recebido um empréstimo de US$ 10 mil de Agaciel Maia, ex-diretor-geral do Senado, afastado do cargo por conta de denúncias.

Arthur Virgílio acusou a publicação de "vender" matérias para o governo do Amazonas, o que seria comprovado por publicidade daquele Estado na revista. Na opinião do senador do PSDB, a revista é "uma central de achaques" e um "órgão de imprensa fictício".

O senador confirmou ter tido problemas com seu cartão de crédito para pagar despesas durante uma viagem a Paris, mas negou ter pedido dinheiro diretamente a Agaciel. "Se eu quisesse ligar em busca de dinheiro, teria ligado pra algum senador rico amigo meu. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) é meu amigo e é rico".

O tucano disse ter pedido sim uma intervenção no Banco do Brasil para saber o que tinha acontecido com os cartões. O pedido teria sido feito ao amigo - na classificação feita pelo próprio senador no discurso - Carlos Homero Vieira Nina, que teria procurado Agaciel Maia em busca do dinheiro. "Ele se dirigiu a alguém que ele considerava amigo", disse Virgílio.

O senador também voltou a citar o pagamento que o Senado fez ao tratamento de mal de Alzheimer da mãe, que teria custado R$ 780 mil. Disse ter solicitado informações da Mesa Diretora "sobre a legalidade ou não legalidade" das despesas que o Senado bancou.

Arthur Virgílio também pediu novamente a demissão de Agaciel Maia, do ex-diretor de recursos humanos João Carlos Zoghbi, e do "fantoche" Alexandre Gazineo (substituto de Agaciel e que também foi afastado da direção-geral). O senador voltou a destacar ainda que colegas estão envolvidos com as irregularidades que pesam sobre Agaciel Maia. "Teve senador que apadrinhou esse corrupto para roubar, para enriquecer e que deve ter dividido o dinheiro com muita gente".

UOL Celular

domingo, 28 de junho de 2009

Senado Federal: Uma casa sem "freios e sem rédeas", carece, sobretudo, de "macanismos de controle" externo

Agaciel Maia, a eminência parda do Senado, controlava esta Casa Legislativa e, parece que, até os Senadores

O Globo

Manchete: Afastado, pivô de escândalo mantém o poder no Senado
Pelo menos 62 chefes de gabinete dos 81 senadores são indicações de Agaciel

Mesmo afastado da direção geral do Senado desde março, depois de 14 anos de poder, Agaciel Maia mantém pessoas de sua confiança nas principais áreas administrativas da Casa e na maior parte dos gabinetes dos senadores. O ex-diretor tem aliados em postos estratégicos de pelo menos 20 secretarias e subsecretarias. Pelos cálculos de funcionários que conhecem a estrutura do Senado, ainda hoje haveria 62 chefes de gabinete de senadores, do total de 81, indicados pelo ex-diretor. A Secretaria Especial de Editoração e Publicações, a famosa Gráfica do Senado, continua sendo um dos redutos de Agaciel. Na Secretaria Especial de Informática, conhecida como Prodasen, estão alojados em postos importantes pelo menos dois homens de confiança do ex-diretor. Até mesmo na Diretoria Geral, antigo QC de Agaciel, ainda permanece alojado um dos seus mais fiéis escudeiros. (págs. 1, 3 a 9)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Empresas são maior fonte de dinheiro de partidos políticos
Doação supera Fundo Partidário; em 2008, no poder, PT obteve R$ 82 mi, contra R$ 370 mil de 1997 a 2002

A leitura dos balanços financeiros feitos durante 12 anos por dois dos principais partidos do Brasil, o PT e o PSDB, revela que as empresas se converteram na principal fonte das siglas e das campanhas por elas apoiadas, superando o Fundo Partidário, relatam Rubens Valente e Catia Seabra.

No ano passado, empresas destinaram R$ 130,2 milhões às contas dos diretórios nacional e paulista de petistas e tucanos – 65% do total obtido pelos partidos. De 1997 a 2002, antes de assumir a Presidência, o PT havia recebido R$ 370 mil de pessoas jurídicas; em 2008, foram R$ 82 milhões.

Empreiteiras responderam por mais da metade das doações no ano passado. Segundo tesoureiros das siglas, as empresas preferem doar “no atacado”, e não a cada candidato. Apesar da alta, os partidos se queixam de que casos como o mensalão dificultam a obtenção de recursos. (págs. 1 e A4)

43% do Senado quer Sarney no cargo
Enquete da Folha ouviu 68 (85%) dos 81 senadores: 35 defendem que José Sarney (PMDB-AP) permaneça na presidência da Casa enquanto se apuram denúncias de irregularidade; já 22 acham que ele deve se licenciar. (págs. 1 e A11)

Editoriais
Leia “A crise continua”, acerca do Senado Federal, e “Pouco a comemorar”, sobre capital privado em saneamento. (págs. 1 e A2)

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O Estado de S. Paulo

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse ter “certeza” de que está em curso uma campanha de criação de “fatos artificiais” para justificar a CPI que pretende investigar a empresa. Em entrevista exclusiva ao Estado, ele declarou, porém, que está preparado para um “vale-tudo” e afirmou: “Nós não atacamos ninguém ainda. Só temos nos defendido. O ataque também faz parte da defesa”. Gabrielli descreveu o que chamou de “sistemática clara” da imprensa nos últimos meses para prejudicar a Petrobras. Segundo ele, publica-se no final de semana uma “matéria bombástica” contra a companhia; depois, na segunda-feira, os jornais repercutem a denúncia com parlamentares da oposição, que cobram a inclusão do tema na CPI. Gabrielli argumentou ainda que a necessidade de responder às denúncias tem tomado tempo de funcionários que deveriam estar trabalhando em outras coisas. Ressaltou que o impacto disso na empresa ainda é incerto. (págs. 1 e A10)

40% de ONGs estrangeiras estão vetadas no Brasil
Das 166 ONGs estrangeiras listadas na Secretaria Nacional de Justiça, 67 estão proibidas de atuar no Brasil. Elas deixaram de fazer o recadastramento oficial encerrado em fevereiro. Se insistirem em manter suas atividades no País, serão fechadas pela Polícia Federal. A suspeita é de que essas ONGs serviam de fachada para crimes como a biopirataria e a compra ilegal de terras. (págs. 1 e A4)

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Jornal do Brasil


Sociedade Aberta: Rodrigo Maia e Marisa Serrano
2010: democrata e tucana analisam papel da oposição. (págs. 1 e A6)

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Correio Braziliense

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Veja


Hora de fazer faxina – Com ascensorista ganhando mais do que o presidente da República, decisões tomadas por atos clandestinos e multiplicação de mordomias, o Senado vê sua credibilidade ser corroída em uma crise histórica. (págs. 78 a 83)

Roberto Pompeu de Toledo – Politicolíngua, série Sarney – “O titular do baronato do Maranhão e Amapá olha-se no espelho e o que vê é o literato sensível, o detentor da sabedoria, o benfeitor das gentes e o salvador da pátria”. (pág. 162)

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Crise no Senado - Sarney: “Não vejo motivo para renunciar”

“Não vejo motivo para renunciar” – Mesmo sob pressão, o senador José Sarney diz que não vai deixar a presidência do Congresso e agora se apoia em Lula para ficar no cargo. (págs. 40 a 45)

Como consertar o Senado – A crise expôs irregularidades que revoltam o país – mas pode ser a oportunidade para fazer as reformas capazes de resgatar a instituição. (págs. 46 a 48)

Nossa política – Ricardo Amaral – O pior Congresso é o que não consegue votar – Para resgatar a autoridade, o Legislativo precisa ser mais do que transparente: precisa fazer boas leis. (pág. 50)

Nossa antena – Ruth de Aquino – Casa-grande & cozinha – A sujeira da cozinha do Senado invade os salões de estar. Não se sabe que acrobacias restam a Sarney. (pág. 138)

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ISTOÉ

Conta de mentiroso – Heráclito Fortes divulga 663 atos secretos, mas esconde outros 737, inclusive aqueles em que aprovou gastos de R$ 700 mil do Senado. (págs. 36 a 38)

Os amigos sumiram – Senadores, agora, querem omitir relação com Agaciel Maia, mas ex-diretor ameaça contar tudo em delação premiada. (págs. 39 e 40)

Leonardo Attuch – Fiscais do Sarney – A desmoralização do Senado atende a interesses do Planalto e também da oposição. (pág. 40)

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ISTOÉ Dinheiro

Artigo: Denize Bacoccina – Privatizaram o Senado – Senadores dizem que não foram eleitos para cuidar de contabilidade, mas dos interesses da população. Como se a boa gestão do dinheiro do contribuinte não fosse de interesse público. (pág. 98)


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CartaCapital

O Senado acoelhado
– Como o esquema de benesses de Agaciel Maia acovarda os parlamentares


Agaciel e os coelhos – Crise – As denúncias contra o ex-diretor-geral abriram a caixa de Pandora do Senado. Não há, no Parlamento, quem seja capaz de atirar a primeira pedra. (págs. 26 a 31)

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EXAME

VidaReal – J.R. Guzzo – a Culpa – claro – é da imprensa – Lula tornou-se advogado número 1 do que há de pior em Brasília, como atesta sua firme defesa a Sarney – e sua crítica à divulgação das maracutaias no Senado. (pág. 75)

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postado por Blog do Paim @ 12:08

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Caixa lançará fundo de cotas do FI-FGTS no 2º semestre

São Paulo - A Caixa Econômica Federal irá lançar no segundo semestre deste ano um Fundo de Investimentos em Contas (FIC) para capitalizar o Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço FGTS (FI-FGTS), voltado à infraestrutura, revelou hoje o gerente nacional de Fundos Especiais da Caixa, Roberto Madoglio. "O lançamento do FIC depende da regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)", afirmou o executivo.

Com a operação, a expectativa da Caixa é captar entre R$ 3 bilhões e R$ 6 bilhões. Madoglio revelou que os trabalhadores poderão colocar até 10% do saldo disponível no FGTS no FIC. A operação é semelhante à realizada em 2000, na qual os recursos do FGTS foram usados para a compra de ações da Petrobras. De acordo com o executivo, a meta de rentabilidade do FI-FGTS é de Taxa Referencial (TR) mais 6%. "Mas temos obtido uma taxa acima disso", afirmou. O FIC não terá garantia de rentabilidade mínima para o investidor.

Segundo o gerente, a Caixa já planejava lançar o FIC desde o ano passado, quando o FI-FGTS foi criado. "Nós decidimos segurar um pouco esse lançamento para que o FI-FGTS tivesse um histórico de investimento. Agora, isso já existe", comentou. Por lei, o FI-FGTS pode investir R$ 17,1 bilhões em projetos de infraestrutura, dos quais aproximadamente R$ 11 bilhões já foram desembolsados de um total de R$ 13 bilhões pré-aprovados.

Entre os empreendimentos na carteira do fundo está a hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira (RO). "O segmento elétrico representa 70% dos investimentos, por ser o setor regulado mais desenvolvido", disse.

A demanda pelos recursos do FI-FGTS, porém, é muito maior do que esses números. Segundo executivo, o fundo avalia neste momento R$ 20 bilhões em investimentos. Esse montante esbarra no limite de R$ 17,1 bilhões autorizados para o FI-FGTS. Para elevar esse valor, o executivo diz que seria necessária uma nova lei. "Isso depende de uma decisão do Conselho Curador do FGTS, que submeteria a nova lei ao Congresso Nacional", explicou. A expectativa da Caixa é alcançar o limite de R$ 17,1 bilhões do Fundo já no primeiro semestre do ano que vem.

O executivo revelou que o FI-FGTS pode participar como investidor na hidrelétrica Belo Monte, no Rio Xingu (PA), que o governo federal pretende licitar em setembro deste ano. "Estamos mantendo algumas conversas com as empresas", disse o executivo. O investimento na usina, com capacidade de 11 mil megawatts (MW), varia entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões, segundo estimativas do mercado. Madoglio deixou claro que o interesse FI-FGTS é participar de projetos com taxas de retorno atrativas. "Temos pegada de setor privado", disse, acrescentando que o Fundo pretende participar dos projetos relevantes para o País.

* do UOL Notícias

quarta-feira, 24 de junho de 2009

História do Facebook será contada nos cinemas

da Efe, em Los Angeles

A história da rede social Facebook será contada nos cinemas pelos estúdios Columbia Pictures, que negociam o projeto com o diretor David Fincher, informou nesta quarta-feira (24) a edição digital da revista 'Variety'.

O filme "The Social Network" ("A Rede Social", em tradução livre) contará a evolução desta plataforma de relacionamentos sociais criada no campus da Universidade de Harvard, e que em apenas cinco anos deixou de ser um programa de uso privado para se tornar um fenômeno mundial, com mais de 200 milhões de usuários.

O roteiro ficou a cargo de Aaron Sorkin ("Jogos do Poder" e "Meu Querido Presidente") e a direção deve ser de David Fincher ("O Curioso Caso de Benjamin Button" e "Clube da Luta").

As conversas entre a Columbia Pictures e Fincher estão em um ponto avançado, segundo a "Variety".

O objetivo do estúdio é que o filme comece a ser rodado ainda no final deste ano.

sábado, 20 de junho de 2009

Popularidade subiu à cabeça de Lula


Esse filme é antigo. Já foi visto algumas vezes nos seis anos e meio de poder de Luiz Inácio Lula da Silva. Portanto, é mau presságio.

Começa assim. Lula obtém um excelente índice de avaliação nas pesquisas. No último levantamento do Datafolha, por exemplo, ele voltou a bater o recorde da série histórica do instituto.

Aí o sucesso sobe à cabeça do presidente. Ele desanda a falar absurdos. Torna-se arrogante. E acontece um fato político ou econômico que joga o governo numa crise.

Nos últimos tempos, Lula andou abusando. A alta popularidade não lhe dá carta branca para se comportar como um deus político que distribui perdões e relativiza maus comportamentos.

Presidente da República tem de dar bons e não maus exemplos.

Para Lula, as democráticas e preocupantes manifestações da oposição iraniana são queixas de torcida de futebol. Algo como briga entre flamenguistas e vascaínos.

Essa foi feia. Bem feia. Pega mal para quem tem lugar de destaque na comunidade internacional.

Lula é respeitado no exterior. Muito bom para o Brasil. Por isso, deveria ter mais cuidado ao falar de política externa.

Outra do presidente foi defender José Sarney se utilizando de um argumento fraco, deseducador. E ainda atacar o "denuncismo".

Se tem um político e um partido que foram beneficiados pelo "denuncismo", foram Lula e o PT.

Aliás, esse foi um mérito civilizatório da política brasileira. A cobrança por padrões mais rigorosos de ética na política prestou serviços à democracia quando não se traduziu em udenismo.

Voltando a Sarney, Lula disse que o presidente do Senado, que já foi presidente da República, não pode ser tratado como um cidadão comum.

Ora, todos são iguais perante a lei, seja o presidente da República, um ex-presidente, um jornalista ou "um mero caseiro" _outra pisada na bola de Lula quando se referiu a Francenildo Costa, aquele que teve o sigilo bancário quebrado no episódio que resultou na saída de Antonio Palocci Filho da Fazenda.

Lula tem os seus motivos políticos legítimos para defender Sarney. Acha que enfraquecer seu aliado político no Senado, Casa do Congresso onde passa sufoco desde o primeiro mandato, é importante para a sua governabilidade na reta final do mandato. Seu governo depende do PMDB do Senado.

O presidente também é grato a Sarney, que defendeu a honra do petista quando este era um oposicionista.

E Lula acha que Sarney será fundamental para viabilizar a eventual candidatura presidencial da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, no ano que vem.

Havia outros argumentos mais sólidos a recorrer. O presidente optou pelo pior caminho: dizer que Sarney não pode ser questionado ou investigado porque tem história neste país.

Nem um pio sobre confusões entre público e privado. Agora, ficamos sabendo que até mordomo da família Sarney é pago com dinheiro do Senado.

Na sexta-feira (19/06), na Amazônia, veio outra do presidente.

Lula disse: "Ninguém pode ficar dizendo que ninguém [alguém] é bandido porque desmatou. Nós tivemos um processo de evolução e agora precisamos remar ao contrário. Nós temos que dizer para as pessoas que, se houve um momento em que a gente podia desmatar, agora desmatar joga contra a gente".

Haja benevolência para entender o contexto e dar um desconto. Mas não dá. A frase é infeliz.

Perdoa desmatador e dá a entender que não é bom derrubar a mata agora porque "desmatar joga contra a gente".

Imaginem se jogasse a favor...



E-mail: kennedy.alencar@grupofolha.com.br

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Burocracia, sem "freio e sem rédeas" manda e desmanda no Senado e os Senadores não sabem de nada



* Luciana Whitaker - 7.mar.2006/Folha Imagem

Professor titular do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro), Luiz Werneck Vianna é autor, entre outros livros, de "A democracia e os três poderes no Brasil" (Revan, 2002)

Burocracia 'governa' o Senado, e Sarney não enfrentou esse poder, diz cientista político Luiz Werneck Vianna
Haroldo Ceravolo Sereza


Do UOL Notícias
Em São Paulo
Para o cientista político Luiz Werneck Vianna, pesquisador do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro), o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), não atuou contra o poder excessivo da burocracia, que conquistou enorme autonomia na gestão da Casa.




"Que houve essa autonomização da burocracia do Senado, me parece claro. Agora, provavelmente eles exerciam essa política de modo também a contemplar o interesse de senadores com posições fortes no Senado para agradá-los e assim ter mais liberdade para seus movimentos. O Senado tem de apurar, a imprensa está apurando", afirmou, em entrevista ao UOL Notícias.

Werneck Vianna acha ainda que Sarney deve conseguir "segurar o leme até a tempestade passar". "Não creio que ele tenha tido nenhuma atividade nisso, ele não é o chefe de uma ação criminosa no Senado. Aliás, longe disso", afirmou.

Leia abaixo a entrevista ao UOL Notícias.

UOL Notícias - O presidente do Senado José Sarney está enredado em uma série de denúncias. Por que ele não consegue superá-las?
Luiz Werneck Vianna - Há fatos que estão vindo à luz. Não são versões, são fatos. Agora cabe explicar e decifrar os mecanismos de decisão existentes no Senado. O que parece claro é que havia e ainda há uma burocracia que, aproveitando-se provavelmente de um vazio deixado pelos políticos, tomou controle da situação. Eles de fato governavam a Casa. Que houve essa autonomização da burocracia do Senado, me parece claro. Agora, provavelmente eles exerciam essa política contemplando o interesse de senadores com posições fortes no Senado, para agradá-los e assim ter mais liberdade para seus movimentos. O Senado tem de apurar, a imprensa está apurando.

UOL Notícias - Sarney disse que a crise não é dele, é do Senado. O sr. concorda ou a crise também é do Sarney?
Werneck Vianna - Que a crise é do Senado está à vista de todos. Até que ponto o presidente da Casa era participante disso está se apurando. A meu ver, e acho que essa é a opinião consagrada, ele foi leniente. Não creio que ele tenha tido nenhuma atividade nisso, ele não é o chefe de uma ação criminosa no Senado. Aliás, longe disso.

UOL Notícias - Sobre as nomeações de parentes dele, que se sucederam...
Werneck Vianna - Se você for pesquisar isso antes da lei do nepotismo, isso é geral.

Leia também

* Crise no Senado: parlamentares avaliam com cautela medidas anunciadas por Sarney
* Sarney afirma que "faltou formalidade essencial" a atos administrativos
* Sarney diz que eventuais punições por atos secretos ficarão a cargo do STF
* Cercado por denúncias, presidente do Senado anuncia portal de 'transparência' e auditoria em pagamentos

UOL Notícias - As outras passagens de Sarney pela presidência do Senado foram muito mais tranquilas. Por quê?
Werneck Vianna - Sim. Desta vez, o que há de novo? Há a eleição dele, que teve elementos de controvérsia, havia um candidato do PT, Tião Viana, a ligação com Renan Calheiros (PMDB-AL), que está muito na mira... Eu acho que é isso, apure-se. Acho que dificilmente vai se conseguir abalar a presidência da Casa a ponto de que ela renuncie.

UOL Notícias - A crise no Senado pode atrapalhar o governo Lula?
Werneck Vianna - Além da questão ético-moral, que tem relevância e deve ser analisada isoladamente, há a questão da política. A imprensa a meu ver presta uma atenção excessiva a esses mecanismos conspiratórios. O PT está aliado ao PMDB, uma das lideranças mais importantes do PMDB é Sarney, o que se quer? Bombardear essa aliança, através das denúncias do mau funcionamento da Casa? Não faz sentido isso, é uma coisa provinciana, não vai pegar.

UOL Notícias - Mas essas denúncias têm vida própria, não?
Werneck Vianna - Têm vida própria, claro, e elas têm de ser apuradas. E as Casas Legislativas têm de ser modernizadas e mais transparentes. A ida para Brasília dos poderes teve efeitos muitos perturbadores, que se sentem ainda hoje. Os políticos ficaram muito longe da administração das suas Casas, tendo de prestar atenção aos debates parlamentares, à vida política em geral, a suas bases eleitorais. E acabaram perdendo o controle de um funcionalismo que tomou conta da burocracia da Casa. Essa burocracia foi hábil o suficiente para negociar com os senadores com função eventual de mando no sentido de conceder pequenos favores. Esse funcionalismo está imenso, tem um poder imenso. Você sabia que tem escola de pós-graduação no Senado? Eu já dei aula lá. Eles não funcionam clandestinamente.

UOL Notícias - O sr. acha ruim isso?
Werneck Vianna - Acho esquisito. É apenas um indicador da força que o funcionalismo obteve e dos recursos que eles têm para manobrar. Também é complicado, porque senadores são em geral homens mais velhos, e essa burocracia interna é muito cansativa, muito desinteressante, e também falta [para os senadores] tempo. Tem que haver uma profissionalização, controles internos. E senadores no seu conjunto têm que escrutinar a vida ordinária do funcionamento das Casas Legislativas. Se não, acontece o que aconteceu.

UOL Notícas - O presidente Lula defendeu Sarney. Como o sr. viu essa defesa?
Werneck Vianna - Defender Sarney é um ato legítimo, para ele, como presidente da República. Agora, a retórica que ele usou não foi feliz. Ele tratou Sarney como alguém que sendo o que é estaria acima da lei, do escrutínio público, o que é uma declaração infeliz.

UOL Notícias - O sr. afirmou que essa crise não deve levar a uma renúncia de Sarney.
Werneck Vianna - Acho que não. Ele já demonstrou em outras crises têmpera suficiente para segurar o leme e esperar a tempestade passar. O que é notável é reparar que a mídia tem sido no caso muito mais provocadora de situações do que observadora de fatos.

UOL Notícias - O sr. acha que a mídia exagera quando publica os casos de parentesco, a não publicação dos atos?
Werneck Vianna - Ela está atuando como se fosse um partido.

UOL Notícias - Há quem diga isso sobre o Lula. Mas contra Sarney?
Werneck Vianna - Eu não tenho nenhum "parti pris" nisso. Têm irregularidades, elas são evidentes, têm de ser apuradas. Há a convicção de que as duas Casas vêm atuando com disfuncionalidades, e uma delas é o excessivo poder que as burocracias têm. Há necessidade de uma profunda reforma modernizante nas duas Casas. No mais, o Ministério Público que apure, e a Justiça que, havendo provas, julgue e puna. Eu acho que esse é apenas mais um episódio, não é o grande episódio da República brasileira. O que se pode dizer é que com isso [talvez] tenhamos mais à frente as duas Casas Legislativas funcionando melhor, mais ordenadas do ponto de vista de sua operação, mais enxutas e transparentes.

UOL Notícias - Pode ser um efeito positivo dessa crise, então?
Werneck Vianna - Positivo. Mas nós não estamos diante de um momento de fundação de coisa nova. E temos de trabalhar com alguma sensibilidade para que o poder Legislativo não seja desmoralizado, porque sem ele nós sabemos o que se passa.

UOL Notícias - Você acha que há um movimento nesse sentido?
Werneck Vianna - Não sei se é um movimento orquestrado, mas todos esses processos têm resultado na perda de legitimidade do Legislativo. Por outro lado, caso se queira discutir isso de verdade, tem que se discutir, além do funcionamento das duas Casas, uma reforma política que estruture a representação de outro modo.

Mas isso a mídia, mais uma vez, mostrou que não quer deixar tudo como está. [Ficou] contra o financiamento público de campanha, que seria uma medida altamente moralizadora, contra o voto em lista, que seria uma política saneadora de políticos sem nenhuma representação. Essa questão que devia ter sido o foco da mudança da representação entre nós, e não o Agaciel [Maia], o [Carlos] Zohgbi [ex-diretores do Senado], que são pessoas que fizeram maus feitos e por isso têm de ser investigadas e, diante de provas, punidas.
UOL Celular

segunda-feira, 15 de junho de 2009

E a lei cedeu diante dos costumes - Vicente Escudero

Acompanhar o noticiário político atual, vindo do Congresso Nacional, é entrar num estado de frustração que parece existir há séculos no Brasil: por mais que se espere da classe política decisões sobre temas sensíveis, importantes para o desenvolvimento do país e o avanço da sociedade, as atuações dos congressistas apenas mantêm o ritmo de desmoralização da função legislativa, fazendo temer os defensores do evolucionismo, afinal, se o mais forte acaba suplantando o mais fraco, o Poder Legislativo conseguiria permanecer entre os outros dois poderes atuando de forma tão pífia?

CPI atrás de CPI. Escândalo seguido por escândalo. O Congresso Nacional parece estar em coma e respirando por aparelhos, atuando apenas em temas relacionados a sua própria existência e até mesmo em outros menores, como a manutenção do mandato de seus membros ou a reestruturação para manter o status quo (há termo para isso?). Como num corpo sobrevivendo sem personalidade, o dinheiro corre pelas veias e alimenta a estrutura burocrática que se mantém inerte. É necessário esconder da sociedade os gastos de cada um dos parlamentares? É discutível pagar viagens aos familiares com dinheiro público? Se na Inglaterra um parlamentar renunciou ao mandato por ter sido pego usando dinheiro público para pagar uma faxineira particular, por que os nossos brigam com a imprensa diariamente para justificar gastos ainda mais ilegais, mesmo o nosso Congresso Nacional sendo o mais gastador do mundo?

É nesse vácuo estatal que o poder Judiciário e o Executivo vêm trabalhando, substituindo o Poder Legislativo sem a mesma legitimidade fundamental para a criação do direito. Os piores exemplos disso são as medidas provisórias do Executivo e o ativismo legislativo do Judiciário. As velhas conhecidas MPs , desde o final da ditadura, são leis editadas nas hipóteses de relevância e urgência, pelo chefe do Executivo, e referendadas pelo Legislativo. É unânime o entendimento de que a maioria avassaladora das medidas provisórias é inconstitucional por não possuir um destes requisitos. Além de subtrair parcela do poder de legislar, estes atos normativos também trancam a pauta, impedindo a votação de outras leis pelo Congresso Nacional. O Executivo acaba legislando e impedindo o funcionamento do Legislativo numa só tacada. Isso há mais de vinte anos...

O ativismo legislativo do Judiciário também causa estragos. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal decidiu manter a demarcação da Reserva Raposa Serra do Sol e discutiu as limitações da reserva do território, além dos poderes que a população indígena teria sobre ele. Desnecessário lembrar que todas as limitações, como disse o Ministro Marco Aurélio na respectiva sessão do tribunal, estão presentes na Constituição Federal, tornando desnecessária a criação de qualquer regra no julgamento da ação para a efetivação da decisão. O maior temor dos julgadores, trazido pelo comando do Exército, seria de que haveria a possibilidade da população indígena impedir o acesso dos militares e dos membros dos poderes do Estado à reserva, já que apenas um antigo decreto garantiria este direito. Tal entendimento não é correto. A reserva faz parte do território nacional e apenas o Brasil possui soberania, fundamento de nossa república que impede a autonomia excludente de qualquer parte do território. Criou-se um clima de insegurança sobre um tema vencido, sob o argumento da demonstração aos povos indígenas de quais seriam os limites da reserva instituída. O tal efeito educativo-legislativo da discussão na seara judicial contribuiu para o surgimento de dúvidas sobre o futuro da região demarcada.

Outra recente incursão do Judiciário sobre as atribuições do Poder Legislativo foi o reconhecimento da inconstitucionalidade da Lei de Imprensa. Com apenas um voto contra este entendimento, numa ADPF (ação de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental), proposta pelo PDT, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a inconstitucionalidade da lei desde a promulgação da atual Constituição Federal, em 1988. Promulgada em 1967, durante o regime militar e anterior ao AI-5, a Lei de Imprensa criminalizava várias condutas jornalísticas atualmente tratadas pela legislação comum, além de permitir medidas absurdas como a apreensão cautelar de exemplares de periódicos visando evitar danos oriundos de práticas que qualificava como criminosas. A descaracterização judicial da constitucionalidade da lei, que vinha sendo aplicada desde a promulgação da atual Constituição em diversas condenações criminais, criou um estranho vácuo onde os condenados durante o período de vinte anos entre a Constituição de 1988 e o reconhecimento da não-recepção da Lei de Imprensa permanecem. Se as condutas ali definidas como crime não foram recepcionadas pela Constituição de 1988, como várias pessoas foram condenadas durante vinte anos? Pessoas que cumpriram penas alternativas foram sentenciadas com base em crimes que, na verdade, não eram crimes?

Como explicar a bagunça ao cidadão comum? Quem vai reparar os prejudicados pela morosidade do Estado neste reconhecimento?

Resta claro que a Lei de Imprensa deveria ter sido revogada através de outra lei editada pelo Poder Legislativo. A discussão sobre a necessidade da vigência da arcaica Lei de Imprensa era uma tarefa da sociedade e de seus representantes, não do Supremo Tribunal Federal, onde os ministros não foram eleitos pelo povo e nem escolhidos para legislar. Diante da inércia do Congresso no trato do assunto, o tribunal deveria ter dado apenas um "puxão de orelha" no Legislativo para instigá-lo a discutir o tema no momento mais breve possível, buscando que a sociedade reconhecesse a importância da liberdade de imprensa e trazendo o debate para o espaço público, como ocorre nas democracias desenvolvidas.

Aos poucos o próprio Legislativo vai abrindo mão de suas atribuições. Na petição inicial da ação distribuída pelo PDT para reconhecimento da inconstitucionalidade da Lei de Imprensa, em determinado momento, na página 48, o partido político explica:

"Sendo o Autor da ADPF, um partido político, pode gerar perplexidade a judicialização da matéria, que poderia ser atacada pela via congressual. A explicação está em MAQUIAVEL, n'O Príncipe:

... não há coisa mais difícil, nem de êxito mais duvidoso, nem mais perigosa, do que o estabelecimento de novas leis. O novo legislador terá por inimigos todos aqueles a quem as leis antigas beneficiavam, e terá tímidos defensores nos que forem beneficiados pelo novo estado das coisas. Essa fraqueza nasce parte do medo dos adversários, parte da incredulidade dos homens, que não acreditam na verdade das coisas senão depois de uma firme experiência."

Depois de quase quinhentos anos, Maquiavel parece ter alcançado seu intento: concentrar todos os poderes nas mãos de poucos e convencer aqueles que abriram mão dele da importância do absolutismo.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Por apoio a Dilma, PT cogita sacrificar petistas nos Estados

CATIA SEABRA
da Folha de S.Paulo

Disposto a consolidar ampla coligação em apoio à ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), o comando do PT fixou como estratégica a costura de alianças nos seis principais Estados do país, ainda que à custa do sacrifício dos próprios petistas.

Para viabilizar a campanha de Dilma à Presidência, o PT nem sequer descarta a hipótese de renunciar à candidatura em São Paulo --berço da sigla-- em favor do lançamento do nome de Ciro Gomes (PSB-CE) ao governo do Estado.

Para Minas, prega o apoio ao peemedebista Hélio Costa, em detrimento de dois petistas: o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e o ex-prefeito Fernando Pimentel.

Hoje ministro das Comunicações, Hélio Costa, poderia ser convidado para a vice de Dilma, caso o atual governador Aécio Neves (PSDB) ocupe a vice de José Serra (PSDB) na corrida presidencial. Do contrário, a intenção da cúpula petista é lançar Hélio Costa para o governo, numa composição em que o PT concorreria ao Senado.

"Em São Paulo, o PT pode abrir mão do candidato se isso criar uma situação de expansão da aliança. Se o Ciro quiser ser candidato ao governo, se o [presidente do PMDB, Orestes] Quércia quiser, o PT pode discutir. Em Minas, seria bem mais fácil", admitiu o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza, em consonância com Antonio Palocci e José Genoino.

"Temos que trabalhar com partidos potencialmente aliados para avaliar qual será o cenário necessário para viabilizar uma coligação grande de apoio a Dilma", justificou o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, para quem seria "contraditório" o rompimento do PT com o PMDB do Rio de Janeiro.

Além de São Paulo, Minas e Rio, o PT elegeu como fundamentais acordos no Paraná, no Rio Grande do Sul e na Bahia.

No Paraná, o cenário apontado como ideal é de lançamento do senador Osmar Dias (PDT) ao governo, oferecendo ao governador Roberto Requião (PMDB) vaga para o Senado.

Na Bahia, o PT investe na reaproximação do governador Jacques Wagner (PT) com o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional).

Para o Rio Grande do Sul, idealiza dois palanques para Dilma, do PMDB e do PT, mesmo que o preço seja o isolamento dos petistas no Estado.

Na sexta-feira, ao discursar no encontro da corrente CNB (Construindo o Novo Brasil), a maior do partido, o ex-ministro José Dirceu usou, segundo participantes, a expressão "enfiar a faca" para eliminação de resistência à construção de ampla aliança em torno de Dilma.

Escolhido candidato da corrente à presidência do PT, o presidente da BR, José Eduardo Dutra, foi mais brando: "O foco é a eleição de Dilma".

O assédio a Ciro foi enfaticamente defendido durante a reunião. Nascido em Pindamonhangaba (SP) e com domicílio eleitoral no Ceará, Ciro teria de transferir o título para São Paulo. Seu nome é hoje cotado para a Presidência, mas não conta com apoio integral do PSB.

Para atrair o PSB, Berzoini defende a reedição de alianças em Pernambuco, no Ceará e no Rio Grande do Norte.

Sob o argumento de que é necessário reserva de energia para campanha de Dilma, a CNB prega a união em benefício de Dutra, seu candidato. Integrante do PT de Luta e de Massas, Vaccarezza propõe a composição também para presidente do partido. Mas a avaliação é que a disputa será inevitável.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Falha em sensor de Airbus foi revelada em 96, diz jornal

MARCELO NINIO
da Folha de S.Paulo, em Genebra

Os primeiros problemas nos sensores externos de velocidade Pitot, os mesmos que acusaram falha no voo AF 447 da Air France, foram descobertos pela Airbus há mais de 12 anos, segundo reportagem publicada ontem pelo semanário francês "Journal du Dimanche".

Um comunicado interno do fabricante emitido em novembro de 1996 e obtido pela publicação da França alerta que os parâmetros de medição do instrumento poderiam ser "severamente degradados" em situações de tempestade.


A mensagem cita especificamente como área de risco a "zona de convergência intertropical", região de instabilidade climática que estava na rota do avião da Air France que caiu.

Em entrevista concedida no sábado, o diretor do BEA, a agência francesa que investiga o acidente, confirmou que o Airbus-A330, o modelo que desapareceu entre Rio e Paris, já havia sofrido panes no Pitot.

Paul-Louis Arslanian acrescentou que um programa de substituição da peça estava em curso por recomendação do fabricante, mas que o avião acidentado ainda não havia passado por ele. Arslanian ressalvou, no entanto, que os peritos ainda não têm clareza do papel que a suposta falha no Pitot pode ter tido no acidente.

Com base nas 24 mensagens automáticas enviadas pelo Airbus da companhia Air France em seus últimos minutos de voo, o BEA identificou uma série de panes provocadas pela falta de dados de velocidade, que pode ter sido causada ou agravada pelo defeito no Pitot.

Horas depois da entrevista, a Air France divulgou uma nota informando que "acelerou" o programa de troca do instrumento, mas disse que isso não deveria "pressupor uma ligação com as causas do acidente".

Solução

Em seu comunicado, a Air France disse que desde 2007 foram observados no modelo de aeronave A320 incidentes de perda de informações no aparelho -um tubo que mede a velocidade e envia dados a outros sistemas do avião.

A partir de maio de 2008, falhas foram detectadas nos modelos A340 e A330, segundo a Air France, que afirma ter pedido à Airbus uma solução para "reduzir ou eliminar" a aparição desses problemas.

Na ocasião, segundo a companhia francesa, a Airbus informou que a peça recomendada para a aeronave A320 não havia sido feita para prevenir os incidentes em alta altitude.

A Air France disse que somente no primeiro trimestre de 2009 os testes em laboratório mostraram que a nova peça "poderia trazer uma melhoria significativa". A empresa diz ter lançado seu programa de substituição das peças em abril.

Para o ministro dos Transportes francês, Dominique Bussereau, a atenção para a falha nos sensores não deve ser exagerada. "Uma avaria nos sensores não é suficiente para explicar a causa do desaparecimento do voo AF 447", disse.

Ele disse ontem que a prioridade para a investigação é achar as duas caixas-pretas.

"Só nos restam três semanas", disse Bussereau, em referência ao tempo estimado de operação dos sinalizadores acoplados às caixas-pretas.

Colaborou ALENCAR IZIDORO, da Folha de S.Paulo

domingo, 7 de junho de 2009

França não descarta "nenhuma hipótese" como causa do acidente com avião

Paris, 7 jun (EFE).- O secretário de Estado de Transportes francês, Dominique Bussereau, afirmou hoje que não é possível preferir nem descartar "nenhuma hipótese" como causa do desaparecimento do avião da Air France nas águas do Oceano Atlântico.

"Desintegração no ar ou choque, golpe com a superfície do oceano, por enquanto, não existe nenhuma indicação que permita preferir uma ou outra hipótese", disse Bussereau à rádio "RTL".

O responsável de Transportes destacou a importância na investigação da descoberta dos primeiros corpos de passageiros do avião e de restos do mesmo, porque permitirá avançar na averiguação.

"Se isso se confirmar, vai nos permitir avançar mais. Continuamos nossa busca incessante, fundamental, das caixas-pretas do voo", disse Bussereau, para quem é necessário encontrá-las o mais rápido possível, porque, caso contrário, desaparecerão.

"Só nos restam três semanas", acrescentou o secretário de Estado, em referência à vida útil dos emissores com os quais estão equipadas estas caixas, que é de cerca de 30 dias.

Bussereau se referiu aos problemas nos sensores de velocidade do avião citados pelo Escritório de Investigações e Análises (BEA, em francês) e que a companhia aérea Air France está substituindo de forma acelerada em seus aparelhos.

"Uma avaria nos sensores não é suficiente para explicar o problema no desaparecimento do voo AF447", disse.

O secretário de Estado explicou que esses sensores podem ter problemas em condições meteorológicas difíceis ou com turbulências, o que priva os pilotos de boas referências de velocidade e reduz a vida útil dos aparelhos

UOL

sábado, 6 de junho de 2009

Voo 447: piloto automático estava desligado, diz francês

Paris - Sinais enviados pelo Airbus A330, que desapareceu quando fazia a rota Rio de Janeiro-Paris, mostram que o piloto automático estava desligado, de acordo com o diretor do escritório francês de investigação e análise, Paul-Louis Arslanian. Segundo ele, não está claro se o piloto automático foi desligado pelos pilotos ou parou de funcionar por causa das leituras divergentes sobre a velocidade do avião.

A Airbus, fabricante da aeronave, afirma que as investigações descobriram que o voo AF 447 recebia leituras inconsistentes de diferentes instrumentos, enquanto enfrentava uma intensa tempestade. O chefe da investigação francesa sobre o desaparecimento do Airbus, Alain Bouillard, afirmou que "nós temos mensagens que mostram que o piloto automático não estava funcionando."

Arslanian declarou que investigadores estão analisando 24 mensagens enviadas automaticamente pelo avião durante os últimos minutos do voo e disse ainda que os investigadores vasculham uma região de centenas de milhas em busca dos destroços.

Segundo ele, é vital localizar um sinalizador chamado "pinger", que deveria estar atado à caixa-preta que grava as vozes na cabine de comando e dados dos instrumentos de navegação do voo, e que pode estar submerso nas profundidades das águas do Atlântico. Esse aparelho é capaz de transmitir sinais de orientação ao atingir a água. "Nós não temos certeza de que o pinger estava atado aos gravadores", afirmou Arslanian, que segurava um aparelho semelhante na palma de sua mão. "É por este aparelho que nós estamos procurando", afirmou.

Investigadores estão tentando determinar a localização de possíveis destroços no oceano com base na altura e velocidade do avião no momento da última mensagem recebida. Mas as correntes também podem ter espalhado os destroços para áreas muito distantes do fundo do oceano. "Vejam a complexidade do problema", disse.

Laurent Kerleguer, um engenheiro especializado em fundo do mar que está trabalhando com a equipe de investigação, declarou que a região mais provável para localização dos destroços é entre uma profundidade de 15.112 pés (4.606 metros) até 2.835 pés (864 metros) abaixo do nível do mar. De acordo com Kerleguer, a salinidade da água e as temperaturas podem afetar a velocidade do percurso do sinal.

A aeronave da Air France desapareceu no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo durante o trajeto Rio de Janeiro-Paris. De acordo com a companhia e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), 58 brasileiros embarcaram na aeronave. O último contato do Airbus ocorreu às 23h14 de domingo. As informações são da Associated Press.

* do UOL Notícias

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Air France divulga lista de passageiros brasileiros que estavam no voo AF 447

Do UOL Notícias*
Em São Paulo

A Air France divulgou na noite desta quarta-feira (3) a lista com os nomes dos passageiros que ocupavam o Airbus A330, voo AF 447, que desapareceu dos radares na noite do último domingo (31) enquanto fazia a rota Rio de Janeiro - Paris.

A catarinense Deise Possamai, 34, moradora de Criciúma, onde era fiscal da prefeitura

Pedro Luiz De Orleans e Braganca, 26, descendente de dom Pedro 2º


Entre os 228 ocupantes da aeronave, há 58 brasileiros, de acordo com a companhia. Apenas o nome de 53 passageiros brasileiros, cujos parentes autorizaram a divulgação, estão na lista. Passageiros de 32 nacionalidades diferentes estavam a bordo, sendo 61 franceses e 26 alemães. Os nomes dos demais ocupantes da aeronave não foram divulgados.

Os nomes que constam na lista são:

Adriana Henriques, 27, turismóloga. Embarcou sozinha e iria se encontrar com os tios em Paris

Adriana Sluijs, 40, jornalista, trabalhava na área de comunicação corporativa da Petrobras

Ana Carolina Silva

Ana Luisa Curty

Angela Cristina de Oliveira Silva

Antonio Augusto Gueiros, diretor de informática da Michelin Brasil

Bianca Cotta, recém-formada em medicina, viajava em lua-de-mel com o marido Carlos Eduardo Macário de Melo. Ela é de uma família de juristas de Niterói, neta do desembargador Eneas Cotta, e sobrinha da desembargadora Renata Cotta

Bruno Pelajo

Carlos Mateus

Carlos Eduardo de Mello, advogado, viajava em lua-de-mel com a mulher, Bianca Machado Cotta

Deise Possamai, 34, fiscal de tributos da Prefeitura de Criciúma, em Santa Catarina.

Eduardo Moreno

Ferdinand Porcaro, 79, oftalmologista aposentado

Francisco Vale, viajou ao lado do filho, da mulher e da nora

Gustavo Mattos

Izabela Kestler, professora de alemão do Departamento de Letras Anglo-Germânicas da Faculdade de Letras, da UFRJ. Ela atua principalmente no ensino de literatura alemã. Seguia para Leipzing, na Alemanha, onde acontece um congresso na Assembleia da Sociedade Goethe-Weimar

Jean Claude Lozouet, francês que viajou separado da mulher brasileira

João Marques Silva, engenheiro mecânico, trabalha há um ano e meio no Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca (PE). Faria escala em Paris, de onde seguiria para a Ásia, onde ia negociar equipamentos para plataformas de petróleo. Casado, tem cinco filhos

José Souza

José Gregório Marques, juiz aposentado, completaria 72 anos na segunda-feira (1º)

José Roberto Gomes da Silva, 50, professor de administração da PUC-RJ

Júlia Chaves de Miranda Schmidt, 27, advogada mineira

Juliana De Aquino, 29, cantora, morava na Alemanha, para onde voltava depois de passar férias no Brasil desde 11 de maio

Leonardo Dardengo, 31, oceanógrafo e doutorando da Coppe/UFRJ. Participou de vários programas e projetos de pesquisa da universidade

Leonardo Pereira Leite

Leticia Chem, 36, gerente de roaming internacional da operadora Oi, filha de Roberto e Vera Chem, viajava para a Grécia com os pais

Luciana Seba, psicóloga, viajou ao lado do marido, Paulo Brito, e dos sogros

Luis Claudio Monlevad, 48, gerente de qualidade da empresa Saint-Gobain Canalização

Luís Roberto Anastácio, 50, presidente da Michelin (multinacional francesa do ramo de pneus) para a América do Sul. Casado e com dois filhos, graduou-se em engenharia mecânica com pós-graduação na área de administração de empresas. Participava dos principais Grupos Executivos da Michelin, o GOS - Grupo de Orientações Estratégicas e o CEG - Conselho Executivo do Grupo (estendido)

Marcela Pellizzon, 29, funcionária da petrolíferea norueguesa StatoilHydro

Marcelo Oliveira

Marcia Moscon de Faria, 49, psicóloga, funcionária da Vara da Infância, Juventude e Idoso do TJ do Rio

Marco Mendonça, diretor de manganês da mineradora Vale

Maria Vale

Maria Teresa Marques, 69, advogada, mulher do juiz José Gregório Marques

Mateus Antunes, 3, filho de Octavio e Patricia, também no voo

Nelson Marinho, 40, mecânico de engrenagens

Octávio Antunes, professor do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Patricia Antunes, química da Anvisa que viajava com o marido, Octavio, e com o filho de 3 anos

Paulo Vale, empresário, viajou ao lado da mulher, Luciana Sebá, e dos pais

Pedro Luiz De Orleans e Braganca, 26, descendente de dom Pedro 2º, herdeiro da família real brasileira, quarto na linha sucessória do trono da família Orleans e Bragança, filho do príncipe dom Antônio

Roberto Chem, 65, diretor do Banco de Peles e do Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa de Porto Alegre. Considerado referência em micro-cirurgia na América Latina, foi o criador do único Banco de Peles do Brasil. Viajava com a mulher, Vera, e a filha, Letícia, para a Grécia

Silvio Barbato, ex-diretor musical da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e da orquestra do Teatro Nacional Claudio Santoro, de Brasília. Foi condecorado com a Medalha do Mérito Cultural da Presidência da República e com a Ordem do Rio Branco do Ministério das Relações Exteriores

Simone Elias, 41, psicológa, funcionária da Vara da Infância, Juventude e Idoso do TJ do Rio

Solu Wellington Vieira de Sá

Sonia Ferreira

Sonia Maria Cordeiro Porcaro, 67, mulher de Ferdinand Porcaro. Ia visitar filha na Noruega

Tadeu Moraes, 65, fiscal de renda aposentado

Valnizia Betzler, 44, casada com um alemão

Vanderleia Carraro

Vera Chem, 63, psicóloga, viajava para a Grécia com o marido, Roberto Chem

Veronica Ivanovitch

Walter Carrilho Junior

* Com informações da Folha Online

* do UOL Notícias

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Air France deve confirmar que pane elétrica causou acidente com Airbus, diz especialista

Do UOL Notícias
Em São Paulo


Uma falha grave na parte elétrica do Airbus da Air France ou na manutenção de equipamentos, somadas à turbulência, devem ser confirmadas em breve pela companhia aérea como as causas da queda do avião no oceano Atlântico. A análise foi feita com exclusividade à BandNews FM pelo integrante do comitê de segurança de aeronaves da Agência Federal de Aviação norte-americana, Hans Weber.


Ele investigou as causas dos incidentes envolvendo dois Airbus da companhia aérea australiana Qantas, de modelo idêntico ao que desapareceu dos radares de controle quando fazia o trajeto Rio de Janeiro - Paris no último domingo (31). No total, 228 pessoas estavam a bordo, sendo 216 passageiros e 12 tripulantes.


Hans Weber explica que esse modelo de Airbus tem a capacidade de conduzir manobras automaticamente a fim de evitar uma queda iminente, e alguns dos aparelhos não permitem que um piloto cancele a atuação desse mecanismo de autoproteção.

Nos dois casos da Qantas, os sensores enviaram informações incorretas aos computadores de voo, o que fez com que o avião automaticamente acionasse medidas de emergência também erradas.

E o mesmo deve ter ocorrido com o Airbus da Air France, afirma o especialista, com base no que a Airbus e a companhia aérea já têm de informações obtidas em tempo real da hora do voo.

Assim como outros especialistas ouvidos pela BandNews FM, Hans Weber afirma categoricamente que a turbulência sozinha não é capaz de derrubar um avião.

Aeronáutica encontra novos destroços
O vice-chefe do Centro de Comunicação Social da Força Aérea Brasileira (FAB), coronel Jorge Amaral, afirmou nesta manhã que a aeronave R-99 identificou, às 3h40 (horário de Brasília), mais quatro pontos de destroços do Airbus
Segundo Amaral, foram localizados vários objetos espalhados numa área circular de 5 km de raio, entre eles um de 7 m de diâmetro e dez objetos metálicos. O avião da Aeronáutica identificou também uma mancha de óleo de 20 km de extensão.

"Ainda não temos essa confirmação de nome da aeronave [da Air France nos destroços encontrados]. Sobre essa peça de 7 m, pode ser da lateral do avião, um pedaço de asa, qualquer parte de fuselagem, parte da cauda, não sabemos ainda. Porém, um pedaço de 7 m, aparentemente metálico, é um pedaço considerável."

BUSCAS EM ALTO MAR E FAMILIARES

O coronel afirmou ainda que a Aeronáutica continua trabalhando com a possibilidade de sobreviventes. "Nossa filosofia é continuar. Temos que continuar. Até que a aeronave seja identificada e que a forma de se encontrar destroços indique que é tecnicamente impossível ter sobreviventes, nós vamos sustentar filosoficamente em termos de salvamento que há a possibilidade", afirmou. Já quando questionado sobre a localização de corpos, o coronel disse que "não foram encontrados ainda".

Durante a madrugada, outras cinco aeronaves militares decolaram de Natal com destino à área de buscas: três C-130 Hércules da FAB, um P-3 Orion da Força Aérea dos Estados Unidos e um Falcon 50 francês. As aeronaves sobrevoarão cada ponto identificado pela aeronave R-99, a fim de obter maiores informações dos objetos detectados, de acordo com a FAB. Outras 11 aeronaves estão mobilizadas em Natal e em Fernando de Noronha.

Navio da Marinha chega à região dos destroços
O navio patrulha Grajaú, da Marinha do Brasil, chegou antes das 10h na região onde a Força Aérea Brasileira (FAB) localizou os destroços do Airbus, de acordo com informações da FAB. A embarcação está sendo monitorada por aviões da Aeronáutica e até agora não localizou partes da aeronave da Air France.
Outros quatro navios da Marinha partiram em direção à região. Além deles, três navios mercantes - dois holandeses e um francês - auxiliam na busca de destroços, segundo o vice-chefe do Centro de Comunicação Social da FAB, coronel Jorge Amaral.

O Grajaú deixou Natal (RN) na segunda-feira (1º) de manhã. Já a Caboclo zarpou de Maceió e deve chegar ao ponto indicado por volta de meio-dia de quinta-feira (4). Um terceiro navio, a fragata Constituição, partiu de Salvador e também deve chegar amanhã (4). Ontem, mais dois navios militares foram deslocados para os locais das buscas. Além de uma fragata, um navio-tanque com capacidade para cerca de 4 milhões de toneladas de óleo vão se somar às outras três embarcações.

Cada fragata leva dois mergulhadores preparados para buscas e trabalhos em águas profundas. De acordo com o contra-almirante Domigos Savio Nogueira, o navio-tanque Gastão Mota vai permitir que os navios permaneçam em alto-mar por tempo indeterminado.

"Não se sabe ainda quanto tempo esses navios precisarão permanecer numa distância tão longa. E uma hora eles vão precisar ser reabastecidos", disse Nogueira.

O material coletado será levado pelas embarcações da Marinha a até 250 km de Fernando de Noronha (PE). De lá, helicópteros levarão o material até a ilha, onde peritos da Polícia Federal e do IML (Instituto Médico Legal) farão uma primeira análise.

De acordo com o coronel, posteriormente o material será levado à Recife para uma análise mais aprofundada. Autoridades do governo da França, que investigarão as causas do acidente, poderão requisitar as partes do avião. "É possível que as peças sejam levadas pela França", diz Amaral.

* FAB

Foto mostra mancha de óleo de 20 km de extensão identificada pela Aeronáutica próximo da região em que caiu o Airbus da Air France com 228 pessoas a bordo


Airbus não cumpriu plano de altitude
Reportagem assinada por Alan Gripp e Igor Gielow na edição desta quarta-feira da Folha afirma que os pilotos do AF 447 não seguiam a altitude prevista em seu plano de voo quando a aeronave foi registrada pela última vez pelo radar de Fernando de Noronha, às 22h48 (horário de Brasília) do domingo.

Para Jorge Amaral, não é possível afirmar que isso tenha sido a causa do acidente.

"Como piloto que sou - e quem é piloto sabe disso - sei que a modificação de nível de voo é comum em qualquer rota. Quando vou ao Rio de Janeiro e encontro pequenas turbulências, por exemplo, eu solicito ao controle subir ou descer de acordo com a minha capacidade (do avião). Isso é normal", diz.

"Essa mudança de nível não acarreta em nada. Uma aeronave como essa, de longas distâncias, faz um procedimento de subida por degraus. Ao sair da origem ela está muito pesada, com muito combustível, e o perfil da aeronave não permite que ela vá para os níveis ideais mais altos de voo. À medida que vai consumindo combustível, ela pode ir subindo para níveis superiores. Isso é perfeitamente normal", acrescenta o coronel.

As famílias dos passageiros que estão hospedadas no hotel Windsor, no Rio de Janeiro, já se mobilizaram para formar uma comissão que acompanhará de perto as buscas e investigações sobre o desaparecimento da aeronave. Elas, no entanto, ainda não falam em pedir indenização à empresa aérea francesa.

Uma pessoa, ainda não identificada, entrou no salão nobre onde os parentes estavam reunidos informando que haviam sido encontrados sobreviventes entre os passageiros do Airbus. De acordo com Marteen Van Sluys, irmão da jornalista da Petrobras Adriana Francisca Sluys, que estava na aeronave, as famílias se abraçaram para comemorar a notícia. Logo depois, no entanto, a Marinha e a Aeronáutica, que estão responsáveis pelas buscas, não confirmaram as informações.
"Foi um momento de muita comoção. Informações como essa, divulgada de forma leviana, são inaceitáveis e só aumentam nossa angústia", desabafou.

Lula faz um minuto de silêncio
A cerimônia de chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Casa presidencial da Costa Rica, em San José, foi aberta com o pedido de um minuto de silêncio em pesar pelas vítimas do acidente com o avião da Air France.

Segundo o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, o ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kourchner, já está viajando com destino ao Brasil para participar de uma missa, na capital fluminense, pelos passageiros e tripulantes da aeronave.

terça-feira, 2 de junho de 2009

EUA ESTATIZA A GENERAL MOTORES (GM) E COLOCA FHC NA CONTRAMÃO DA HISTÓRIA, FACE À SUA FÚRIA PRIVATIZANTE

O FIM DE UMA ERA: GENERAL MOTORS (GM) AGORA É ESTATAL


O Globo (Manchete)

O fim de uma era: GM agora é estatal
A maior montadora dos EUA, a General Motors, pediu concordata e agora tem 60% do seu capital nas mãos do Estado americano. Ela receberá US$ 30 bilhões de socorro dos cofres públicos e fechará 14 fábricas. No Brasil, por enquanto, nada muda. (págs. 1 e 17 a 21)

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Folha de S. Paulo


Governo dos EUA assume 60% das ações da GM após concordata
Na quarta maior concordata da história dos EUA e a maior de uma empresa industrial, a General Motors foi estatizada de fato, com o governo americano assumindo 60% do controle acionário. O atual presidente da montadora, Fritz Henderson, deverá ser mantido.

o presidente Barack Obama afirmou que o governo será um "acionista relutante" e só intervirá na administração quando for
"imprescindível". A concordata prevê dividir a GM em duas: uma ficará com a produção das marcas mais rentáveis e a outra, com as dividas.

A empresa informou ter dívidas superiores a US$ 90 bilhões, descontados os ativos totais. Devem ser fechadas até 20 fábricas e demitidos mais 21 mil dos 92 mil funcionários da montadora nos EUA A GM do Brasil afirma que suas atividades não serão afetadas. (págs. 1 e B1)

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O Estado de S. Paulo


GM pede concordata e deve fechar 17 fábricas
A GM entrou ontem com pedido de concordata e o presidente americano Barack Obama disse que o processo de reestruturação será "doloroso", porém permitirá à empresa uma recuperação rápida. A montadora receberá mais US$ 30 bilhões do governo, mas deve demitir 20 mil funcionários e fechar 17 fábricas. (págs. 1 e B1)

Notas & Informações: A concordata da GM
A omissão do governo dos EUA produziria, certamente, conseqüências dolorosas. (págs. 1 e A3)

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Jornal do Brasil

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Correio Braziliense


Dona da Chevrolet no Brasil, GM pede concordata nos EUA (págs. 1 e 16)

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Estado de Minas

Manchete: Avião some rumo a Paris (pág. 1)

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Jornal do Commercio

Crise leva GM à concordata nos EUA (pág. 1)

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segunda-feira, 1 de junho de 2009

Jornal "Gazeta Mercantil" não circula

SÃO PAULO - A edição impressa do jornal " Gazeta Mercantil " não circulou hoje.

Na página eletrônica da empresa, há a informação de que, a partir desta segunda-feira, o Grupo Companhia Brasileira de Multimídia (CBM) "não é mais responsável pela representação das marcas Gazeta Mercantil e InvestNews".

Matéria do jornal Valor indicou que o jornal Gazeta Mercantil não deveria sair hoje e que a CBM manterá um noticiário online, o " Investimentos e Notícias ", que utilizará parte da equipe do também online InvestNews.

Desde o fim de semana, o endereço eletrônico do InvestNews já redirecionava o leitor para outros títulos da CBM, entre eles o novo noticiário eletrônico.

Conforme a matéria do jornal Valor, a empresa de Tanure já havia informado de que parte dos profissionais da " Gazeta " seria realocada a outras atividades impressas e online da CBM.

Tanure informou na semana passada que devolveria a gestão das marcas da Gazeta Mercantil e do Investews à Gazeta Mercantil S.A., de Luiz pertencente a Fernando Levy.

(Valor Online e Valor Econômico)