segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A Democracia Traída, de Raymundo Faoro

Além da cinquentenária edição de Os Donos do Poder, a editora Globo acaba de soltar uma coletânea de entrevistas com Raymundo Faoro, que pode servir de iniciação ao pensador brasileiro falecido em 2003. Os Donos do Poder se tornou um clássico das idéias sobre o Brasil, a ponto de despertar a curiosidade pelo que Faoro, justamente, pensava sobre a política brasileira contemporânea. Assim, Mino Carta, desde 1979, entrevistou Faoro, praticamente ano a ano, e agora Mauricio Dias organizou tudo em livro, cujo título provocativo é A Democracia Traída. Partindo da desmontagem do regime militar, Faoro confirma sua designação de "pr ofeta", acertando, frequentemente, sobre políticos que viemos a conhecer melhor depois. Afirma, por exemplo, que "Sarney vive de ibope", FHC tem "habilidade acima das convicções", e que Lula, "eleito", tem de obrigatoriamente "contemporizar". Afirma, também, que "direita e esquerda" são "criações", "raciocínios" - "fora do concreto". Prevê, igualmente, que o PMDB de "eterna oposição" passaria a "eterno governo"; que o PT ascenderia muito rapidamente; e que o PSDB ocuparia o "centro" (surgindo como tertius, numa disputa entre os dois anteriores). O livro ainda capta, fora as profecias, o espírito do tempo, partindo de uma crença na política, como força transformadora da sociedade (algo que não há mais), até desembarcar progressivamente no ceticismo, no desalento e na desilusão. De tão longas, e detalhadas (até demais), as entrevistas são inimagináveis hoje; temperadas com erudição de jornalistas que li am (antigamente) muito; e pensadas, talvez inconscientemente, para durar. Raymundo não acertou somente ao escrever sobre a passado, mas também ao falar do presente e ao prever, como ninguém, o futuro.(Do Digestivo Cultural)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Obama pede e julgamento é suspenso em Guantánamo

Um dos juízes responsáveis pelos julgamentos militares na base americana de Guantánamo, em Cuba, anunciou nesta quarta-feira a suspensão temporária das audiências do processo contra um réu depois de um pedido feito pelo novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

O juiz Patrick Parrish decidiu paralisar o julgamento de Omar Khadr, um canadense acusado de matar um soldado dos Estados Unidos no Afeganistão em 2002.

Obama e o secretário de Defesa americano, Robert Gates, haviam pedido uma suspensão por 120 dias das audiências em Guantánamo.

Segundo um documento de duas páginas divulgado pelo governo, o adiamento "permitirá que o presidente e seu governo tenham tempo para revisar o processo das comissões militares" e contempla os "interesses da justiça".

A solicitação de Obama e Gates foi feita horas antes do início das audiências de cinco detidos na base em Cuba.

O fechamento do campo de prisioneiros de Guantánamo foi uma das principais promessas de Obama durante a campanha presidencial.

Economia e guerras Em seu primeiro dia inteiro como novo presidente dos Estados Unidos, Obama realiza nesta quarta-feira uma série de reuniões com seus assessores econômicos e militares.

A expectativa é de que o presidente discuta detalhes de um pacote de ajuda econômica de US$ 825 bilhões e o futuro das operações militares americanas no Iraque e no Afeganistão.

Na campanha presidencial, Obama prometeu retirar as tropas americanas do Iraque em 16 meses e reforçar as operações no Afeganistão.

Mais de 140 mil soldados americanos ainda estão estacionados no Iraque.

Em outra medida tomada nas suas primeiras horas como presidente, Obama decidiu paralisar a implementação de medidas tomadas pelo ex-presidente George W. Bush nos seus dias finais no poder.

Trata-se de um procedimento comum quando um novo presidente assume o poder nos Estados Unidos.

O chefe de gabinete de Obama, Rahm Emanuel, determinou que todas as agências e departamentos do governo não implementem novas normas regulatórias até que elas passem por uma revisão.

Confirmações Grande parte dos membros do gabinete de Obama já foi empossada, mas algumas figuras-chave ainda precisam passar por sabatinas no Senado ou debates para a confirmação no cargo.

O Senado americano, que tradicionalmente aprova com rapidez os membros de gabinetes de novos presidentes, confirmou nesta terça-feira seis nomes do governo de Barack Obama, incluindo a secretária de Segurança Interna, Janet Napolitano, e o secretário de Energia, Steven Chu.

No entanto, a aprovação da senadora Hillary Clinton como secretária de Estado foi adiada depois que um senador republicano solicitou um debate sobre as doações feitas por estrangeiros à fundação de seu marido, o ex-presidente Bill Clinton.

O debate seria realizado nesta quarta-feira, e a confirmação do nome de Hillary no cargo é esperada após a conclusão das deliberações.

Já Timothy Geithner, nomeado para o cargo de chefe do Departamento do Tesouro, deve ser submetido a um comitê do Senado também nesta quarta-feira. Geithner terá que explicar por que deixou de pagar alguns impostos quando trabalhava para o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Outros membros do gabinete de Obama que ainda precisam ser confirmados pelo Senado são Eric Holder, indicado para a pasta da Justiça, e Tom Daschle, para a Saúde.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Tião ignora pressão do PMDB em torno de Sarney e mantém candidatura no Senado

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O senador Tião Viana (PT-AC) está disposto a manter sua candidatura à presidência do Senado mesmo com a sinalização do senador José Sarney (PMDB-AP) de que vai ingressar na corrida pelo comando da Casa. Embora nos bastidores o petista reconheça que o seu nome perde força na disputa direta com Sarney, Viana disse a interlocutores que vai continuar em campanha para presidir o Senado.

Senadores petistas receberam com irritação a decisão de Sarney se lançar candidato porque o peemedebista havia negado a Tião, em diversas ocasiões, a disposição de ingressar na disputa. A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), considerou um "constrangimento" o recuo do peemedebista.

"O Tião e o PT seguiram todas as regras da convivência e da cordialidade. Só com o Tião, o Sarney se reuniu pelo menos cinco vezes e disse que não era candidato. O que mudou do final do ano pra cá? Nada mudou, então deixar o lançamento da candidatura para a reta final mostra que era algo antigo, orquestrado", disse Ideli.

Os petistas já admitem que a decisão do PMDB pode arranhar a relação entre os dois partidos com reflexos que podem se estender para a corrida presidencial de 2010. Outro impacto esperado pelo partido está na candidatura do deputado Michel Temer (PMDB-SP) à presidência da Câmara.

A candidatura de Sarney pode abalar a força de Temer porque muitos parlamentares são resistentes ao duplo comando do PMDB no Congresso. Como o senador tem força no Senado para se eleger presidente, Temer poderia acabar perdendo votos para Ciro Nogueira (PP-PI) e Aldo Rebelo (PC do B-SP) --que também disputam o comando da Câmara.

Ideli disse que já recebeu telefonemas de deputados petistas nesta terça-feira questionando o apoio à candidatura de Temer, uma vez que o PMDB decidiu lançar Sarney na disputa. Ex-presidente da República, Sarney deve conquistar o apoio de grande parte da base aliada governista e da oposição numa esperada vitória pela presidência da Casa.

Em meio às consequencias da candidatura de Sarney nas eleições do Senado, líderes petistas vão se reunir esta semana em Brasília para fazer uma avaliação do ingresso do peemedebista na disputa.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Com aval dos sindicatos Câmara de Aquidauana aprova reforma (Wilson de Carvalho)





A Câmara de Aquidauana que tem como presidente o vereador Antonio Lemes de Rezende (PSB), vice-presidente Clézio Fialho (PSL), 1º secretário Eulálio Abel Barbosa (PDT), 2º secretário Vicente Gaeta (PT) depois de amplo debate e discussão convocou sessão extraordinária para apreciação e votação da reforma administrativa e reajuste dos salários dos comissionados encaminhado pelo prefeito Fauzi Suleiman.
Representantes dos servidores públicos municipais participaram ativamente das discussões tanto em reunião com o prefeito Fauzi Suleiman quanto com os vereadores aquidauanenses. Após entendimento entre as partes a sessão foi convocada.
A reunião que definiu o encaminhamento da votação aconteceu na sala da presidência da Câmara de Aquidauana e envolveu os vereadores Antonio Lemes de Rezende, Eulálio Barbosa, Clézio Fialho e Vicente Gaeta. Desta reunião foi elaborada um ata assinada pelos sindicalistas Claudiomiro Elói – (Camilo), presidente do Simprecam, Rodrigo Cruz, Eunice Coronel e Francisco Tavares Câmara (Simted), além do representante do Poder Executivo, Dr. André Lopes Beda Procurador Jurídico.
O executivo assumiu compromisso de iniciar discussões em relação ao reajuste salarial dos trabalhadores do quadro efetivo da Prefeitura Municipal de Aquidauana em fevereiro.
A reforma administrativa foi explicada e detalhada por assessores do prefeito Fauzi Suleiman aos sindicalistas e vereadores em reuniões ocorridas na Câmara Municipal de Aquidauana. Neste período foram vários os contatos com os vereadores e com os sindicalistas.
Na sessão extraordinária da ultima quarta feira o Projeto de Lei Complementar nº 001/2009 foi discutido, analisado e aprovado com apenas três emendas e um voto contrário, do vereador Wezer Rodrigues (PPS).
Publico acima da expectativa compareceu ao plenário Estevão Alves Corrêa para acompanhar a sessão que transcorreu de forma tranqüila e serena, clara demonstração que o Poder Legislativo de Aquidauana vai agir com responsabilidade, transparência e coerência no que diz respeito a projetos de interesse publico encaminhados pelo executivo municipal.
Segundo a assessoria do prefeito Fauzi Suleiman, a reforma proposta e aprovada pelo legislativo municipal é resultado de mais de dois meses de trabalho com uma equipe de especialistas. Entre as maiores preocupações do grupo de trabalho estiveram a necessidade de promover o enxugamento da estrutura administrativa.
A mudança mais significativa da reforma na opinião dos vereadores além da transformação das antigas secretarias em gerências, a implantação de várias coordenadorias, Núcleo de habitação e a criação da Fundação de Turismo e também a Fundação de Cultura foi o reajuste salarial aos comissionados.
De acordo com nota oficial distribuída a imprensa logo após a aprovação de seu projeto de governo o prefeito Fauzi Suleiman manifestou seu contentamento com o procedimento da Câmara Municipal.
A sessão contou com a presença dos nove vereadores, Antonio Lemes de Rezende (PSB), Clézio Fialho (PSL), Eulálio Abel Barbosa (PDT), Vicente Gaeta (PT), Wezer Rodrigues (PPS), Cipriano Mendes (PT) Terly Garcia, Waldemar do Reis e Sebastião de Souza Alves (todos do PP). A sessão deu o tom de como será o comportamento do Poder Legislativo de Aquidauana após o recesso. ‘Nossa gestão será pautada pela coerência, transparência e dedicação, possibilitando o amplo debate dos projetos com a participação efetiva dos segmentos organizados da comunidade a exemplo do que aconteceu no período que antecedeu a convocação da sessão extraordinária que votou e aprovou a reforma administrativa encaminhada pelo prefeito Fauzi Suleiman”, disse o presidente Antonio Lemes de Souza (Antonio da Coeso) após finalizar a sessão.