segunda-feira, 27 de julho de 2009

Massa apresenta melhoras, diz governo húngaro

27/07/2009 - 07h32


BUDAPESTE (Reuters) - O piloto de Fórmula 1 Felipe Massa já pode se comunicar "ativamente" e consegue mover as mãos e as pernas, disse na segunda-feira um porta-voz do Ministério da Defesa da Hungria.

Massa sofreu traumatismo craniano num acidente durante os treinos classificatórios para o Grande Prêmio da Hungria no sábado.

O porta-voz Istvan Bocskai disse a uma rede de tevê húngara que Massa, cuja mulher está grávida do primeiro filho do casal, passou bem a noite e um exame de ultra-som realizado nas últimas horas foi "tranquilizador".

Massa deve passar por outro exame, acrescentou Bocskai.

"Ele acordou (da sedação) ... e agora já consegue se comunicar ativamente, ou seja, ele reage quando falam com ele. Nós estamos otimistas, acreditamos que uma recuperação lenta está começando."

Bocskai disse que Massa conseguiu mexer mãos e pernas, o que significa que seu cérebro não deve ter sofrido nenhum dano específico, mas os médicos ainda não estão totalmente certos disso.

O presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, viajará à Hungria nesta segunda-feira para visitar o piloto no hospital. A família do brasileiro já está no país.

(Reportagem de Sandor Peto)

domingo, 26 de julho de 2009

Alonso abandona na Hungria, e Hamilton volta a vencer após 11 GPs

Do UOL Esporte
Em São Paulo
O inglês Lewis Hamilton voltou a sentir o gosto da vitória neste domingo, no Grande Prêmio da Hungria. O piloto da McLaren não vencia uma prova desde o GP da China, em outubro de 2008. Após uma ótima largada, Hamilton ainda contou com o abandono do espanhol Fernando Alonso para superar os carros favoritos da Red Bull. O finlandês Kimi Räikkönen, companheiro de Felipe Massa na Ferrari, foi o segundo e Mark Webber, da Red Bull, completou o pódio.

Na largada, o pole position Fernando Alonso, da Renault, conseguiu manter a posição e disparou na liderança. Enquanto isso, Hamilton disputou posição com Kimi Räikönnen e pulou para terceira colocação. Já o alemão Sebastian Vettel largou muito mal e foi parar na sétima colocação.

Entre os brasileiros, Rubens Barrichello perdeu cinco posições e acabou caindo para 18º. Enquanto Nelsinho Piquet foi de 15º para 11º. Quem também largou muito bem foi o australiano Mark Webber que ganhou a posição do seu companheiro na Red Bull, Sebastian Vettel, e foi para a vice-liderança. Mas perdeu a posição para Hamilton pouco depois.

Na 12ª volta, o espanhol Fernando Alonso, que largou mais leve do que os rivais, foi para os boxes. A equipe Renault não fez um bom trabalho e, quando voltou para pista, o carro de Alonso perdeu primeiro a calota da roda direita e, em seguida, o piloto ficou sem o pneu. Com a corrida prejudicada, Alonso abandonou a prova poucas voltas depois. Com isso, Lewis Hamilton pulou para ponta, seguido de Mark Webber e Kimi Räikönen.

sábado, 25 de julho de 2009

Gripe de 1918 matou mais de 20 milhões no mundo; leia trecho de livro

da Folha Online

A "Gripe de 1918", também conhecida como "Gripe Espanhola", é apontada como a mais devastadora de todos os tempos. Historiadores estimam que o vírus matou entre 20 milhões e 100 milhões de pessoas em diversos países do mundo.

"Acabou tão misteriosamente como surgiu. E quando tudo estava terminado, a humanidade havia sido abalada por uma doença que em poucos meses tinha matado mais gente do que qualquer outra enfermidade na história do mundo", afirma a americana Gina Kolata, repórter especializada em ciências do New York Times e autora do livro "Gripe: A História da Pandemia de 1918" (Record, 2002).

No livro, a repórter americana conta a história da mortífera "Gripe de 1918", investiga sua origem e revela os erros e acertos dos homens que tentaram combatê-la.

Leia abaixo trecho de introdução do primeiro capítulo do livro.

Atenção: o texto reproduzido abaixo mantém a ortografia original do livro e não está atualizado de acordo com as regras do Novo Acordo Ortográfico. Conheça o livro "Escrevendo pela Nova Ortografia".

*

Logo a praga estava por toda parte. E ninguém estava a salvo. A doença afetou os jovens e saudáveis. Um dia você estava muito bem, forte e invulnerável. Podia estar ocupado, trabalhando em seu escritório. Ou talvez estivesse tricotando um cachecol para as tropas de bravos soldados que lutavam na guerra para acabar com todas as guerras. Ou talvez você fosse um soldado recebendo treinamento básico, pela primeira vez longe de casa e da família.

Você começava sentindo uma forte dor de cabeça. Seus olhos começavam a arder. Vinham os calafrios e você ia para a cama, enrolado em cobertores. Mas não havia nem manta nem cobertor que conseguisse aquecê-lo.

Você adormecia sem repousar, delirando e tendo pesadelos à medida que a febre aumentava. E quando você começava a despertar, entrando num estado de semiconsciência, seus músculos doíam e sua cabeça latejava e, de alguma maneira, ficava sabendo aos poucos que, embora seu corpo gritasse debilmente "não", você caminhava para a morte.

Isso podia durar alguns dias, ou algumas horas, mas nada podia deter o progresso da doença. Médicos e enfermeiras aprenderam a reconhecer os sinais. Seu rosto assumia um tom castanho arroxeado escuro.

Você começava a tossir sangue. Seus pés ficavam pretos. Por último, quando o fim já estava próximo, você sentia uma terrível falta de ar. Uma saliva tingida de sangue saía de sua boca. Você morria --afogado, na verdade-- à medida que seus pulmões enchiam-se de um líquido avermelhado.

E quando fosse fazer a autópsia, o médico observaria que seus pulmões estavam pesados e encharcados em seu peito, saturados de um líquido sanguinolento ralo, inútil, como pequenos pedaços de fígado.

A praga de 1918 foi chamada de gripe, mas não era como nenhuma outra gripe já vista. Parecia mais a concentração de alguma profecia bíblica, algo como o Apocalipse, que dizia que o mundo seria primeiro assolado pela guerra, depois pela fome e, em seguida, com o rompimento do quarto selo do rolo de pergaminho prevendo o futuro, o aparecimento de um cavalo, "amarelo-pálido; o que estava montado nele tinha por nome Morte e seguia-o o Inferno".

A praga irrompeu em setembro daquele ano e, ao terminar, meio milhão de americanos haviam morrido. A doença espalhou-se às partes mais remotas do globo. Alguns povoados esquimós foram dizimados, praticamente eliminados da face da terra. Vinte por cento dos habitantes da Samoa Ocidental pereceram.

E onde quer que atacasse, o vírus infectava um grupo normalmente de pequeno risco - jovens adultos que em geral são poupados da devastação das doenças infecciosas. As curvas de mortalidade tinham a forma de "W", com picos para os bebês e crianças com menos de 5 anos, para os mais velhos na faixa de 70 a 74 anos e para pessoas de 20 a 40 anos de idade.

Crianças tornavam-se órfãs, famílias eram destruídas. Alguns sobreviventes diziam ter sido algo tão horrível que não queriam sequer falar no assunto. Outros tentavam interpretá-la como mais um pesadelo da guerra, assim como a luta nas trincheiras e o gás mostarda.

Ela veio quando o mundo estava cansado da guerra. Varreu o globo em meses e, junto com a guerra, se foi. Acabou tão misteriosamente como surgiu. E quando tudo estava terminado, a humanidade havia sido abalada por uma doença que em poucos meses tinha matado mais gente do que qualquer outra enfermidade na história do mundo.

Quando pensamos em pragas, imaginamos terríveis e estranhas doenças. Aids. Ebola. Esporos de Antraz. E, naturalmente, a Peste Negra. Preocupamo-nos com sintomas horripilantes --pústulas ou golfadas de sangue saindo por todos os orifícios. Ou homens jovens, que tinham o físico de deuses olímpicos, reduzidos a figuras esqueléticas, cambaleando pelas ruas com seus membros raquíticos, apoiando-se em bengalas, tiritando de frio.

Hoje nossa preocupação é a guerra biológica - um novo vírus feito de uma combinação de varíola e antraz ou varíola e Ebola. Ou nos preocupamos com a possibilidade de uma nova doença terrível estar sendo incubada em algum lugar, em uma região quente, e estar sendo preparada, com a destruição de antigas florestas, para de repente surgir e matar a todos nós.

Mas a gripe jamais figura na lista das pragas letais. Ela parece ser inócua. Aparece no inverno e todos a contraem mais cedo ou mais tarde. Uma vez que alguém adoece, não existe um tratamento eficiente, mas isso não importa. Praticamente todo mundo fica bem novamente, muito poucos não se recuperam. Trata-se apenas de uma doença inconveniente, que inflige, em geral, cerca de uma semana de sofrimento.

Não se supõe que gripe seja uma doença letal, pelo menos para adultos jovens, que têm poucas razões para temer a morte e as enfermidades. O próprio nome em inglês e em italiano, influenza, insinua sua característica de aparecer periodicamente a cada inverno.

Influenza é uma palavra italiana que, sendo uma hipótese, foi cunhada pelas vítimas da doença na Itália em meados do século XVIII. Influenza di freddo significa "influência do frio".

A gripe parece ser entretanto inevitável. Ela se dissemina pelo ar e pouco pode ser feito para evitar que sejamos infectados. "Eu sei como contrair Aids", diz Alfred W. Crosby, um historiador da gripe de 1918. "E não sei como pegar gripe."

E talvez porque a gripe seja tão familiar, o terror que provocou em 1918 foi muito assustador. É como uma história macabra de ficção científica em que o que é comum torna-se monstruoso.

Quando a doença foi observada pela primeira vez, os médicos relutaram mesmo em chamá-la de gripe. Parecia ser uma nova doença, diziam eles. Alguns chamaram-na de broncopneumonia, outros de infecção respiratória epidêmica.

Alguns médicos sugeriram que poderia ser cólera ou tifo, ou talvez dengue ou botulismo. Outros diziam ainda que era simplesmente uma doença pandêmica não-identificada. Os que usavam o termo "gripe" insistiam em colocá-lo entre aspas.

Uma forma de se contar a história da gripe de 1918 é através de fatos e imagens, uma coleção de dados de impacto é entorpecedor e de magnitude quase inconcebível.

Quantos adoeceram? Mais de 25 por cento da população dos Estados Unidos. O que se passou com os que prestavam serviço militar, aqueles rapazes jovens e saudáveis que foram os alvos favoritos do vírus?

A Marinha informou que 40 por cento de seus membros contraíram a gripe em 1918. O Exército estimava que cerca de 36 por cento de seus membros foram atacados. Quantos morreram no mundo todo?

As estimativas vão de 20 a mais de 100 milhões, mas o número verdadeiro jamais poderá ser conhecido. Muitos lugares atacados pela gripe não apresentam estatísticas de mortalidade e, mesmo em países como os Estados Unidos, os esforços para registrar as mortes pela gripe foram complicados pelo fato de naquela época não haver um exame definitivo que realmente mostrasse que uma pessoa tinha a gripe.

E além disso a baixa estimativa do número de óbitos é surpreendente.

Em comparação, a Aids matou 11,7 milhões de pessoas em 1997.

A Primeira Guerra Mundial foi responsável por 9,2 milhões de mortes em combate e por um total de cerca de 15 milhões de mortes.

A Segunda Guerra por 15,9 mortes em combate. O historiador Crosby chama a atenção para o fato de que, qualquer que seja o número exato de baixas ocasionadas pela gripe de 1918, uma coisa é indiscutível:

o vírus "matou mais seres humanos do que qualquer outra doença num período de mesma duração na história mundial".


"Gripe: A História da Pandemia de 1918"
Autor: Gina Kolata
Editora: Record
Páginas: 384

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Em entrevista exclusiva, Protógenes diz que não teme ser preso no dia da CPI Diogo Pinheiro

Rosanne D'Agostino
Do UOL Notícias
Em São Paulo


Em entrevista exclusiva ao UOL Notícias na manhã desta quinta-feira (19), o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, centro das polêmicas envolvendo a Operação Satiagraha, afirmou que não teme ser preso no dia de seu depoimento à CPI das Escutas Telefônicas (a chamada CPI dos Grampos), previsto para o próximo dia 1º de abril.

Houve grampo ilegal?

Isso é história fabricada pela mídia


"Eu tomei conhecimento por meio da grande mídia de que estaria um plano armado, supostamente montada, para que eu seja preso no dia da CPI. Mas estou preparado para lá estar. Não tem motivação para essa prisão, até porque os parlamentares que a compõem são respeitados", disse Protógenes. "São pessoas que estão tomando posicionamentos equilibrados."

O delegado disse ainda não ver necessidade de um habeas corpus preventivo para evitar uma possível detenção. "O povo brasileiro vai acompanhar."

Na entrevista, feita pelos jornalistas Diogo Pinheiro e Rosanne D'Agostino, na sede do UOL, em São Paulo, o delegado atacou o banqueiro Daniel Dantas, a quem voltou a chamar de "bandido" e prometeu revelar tudo o que sabe, desde que seja indagado, à CPI.

"Quem tem dinheiro como ele ou quem tem negócios escusos com ele, tem que se preocupar. Tem que se preocupar. Porque ele é o tipo do caráter, é o tipo do indivíduo, que facilita até o trabalho da polícia. Ele guarda tudo organizado, tudo arquivado, com data, e ele faz questão de guardar em arquivo próprio, a conduta de cada um, os valores, quando foram iniciados os negócios, e possivelmente isso pode ser esclarecido à sociedade brasileira", disparou.


Protógenes também defendeu-se das acusações de ter realizado escutas ilegais na Satiagraha, ao afirmar que é impossível fazer investigações de casos de crime organizado no Brasil sem o uso de escutas telefônicas e outras tecnologias, devido à complexidade das ações dos criminosos atualmente. No entanto, o delegado reforça que grampo só pode ser feito com autorização da Justiça. Ele é acusado de ter feito escutas sem autorização nas investigações da Satiagraha, fato que nega.

"Eu não cometi nenhuma ação ilegal quando investiguei o banqueiro Daniel Dantas. Não pratiquei nenhum ato ilícito no processo investigativo. Isso é uma história fabricada pela mídia não sei para servir interesse de quem. Todas as escutas da Operação Satiagraha foram realizadas com autorização judicial, com fiscalização do Ministério Público Federal, inclusive até com uma auditoria. Porque essa investigação contra mim foi uma auditoria. Fizeram uma varredura em todos os autos da operação tentando encontrar algo contra mim e não se encontrou", disse Protógenes.

"É normal, é legal, é constitucional o exercício de compartilhamento de dados", diz o delegado, que também reforça a necessidade de autorização judicial para o uso deste instrumento. "É necessária e muito pelo contrário, nos auxilia [a intervenção da Justiça]. O Judiciário vai avaliar se é pertinente aquele pedido e o Ministério Público para fiscalizar essas ações", afirma o delegado.
O delegado polêmico da PF

* Flávio Florido/UOL

"Devido à complexidade de como agem hoje as organizações criminosas no país, é impossível agir sem esse instrumento. Inclusive, o Brasil deveria se alinhar a outros países no mundo. Sem escuta não se combate o crime organizado no mundo, eu diria. E é preciso se ampliar o prazo mínimo [da autorização para escuta] de 12 meses e máximo de 24 meses", completou Protógenes.

Segundo o delegado, não somente a Satiagraha, como também mais de 160 operações da Polícia Federal foram compartilhadas com a Abin (Agência Brasileira de Inteligência). "Isso é absolutamente normal."

Acusações de espionagem e ataques a tucanos
Protógenes também comentou sobre reportagem da revista "Veja" que o acusa de ter montado uma "máquina tenebrosa de espionagem" e realizar grampos ilegais de autoridades como o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso e até a vida amorosa da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

"Não é verdade, é mentira. A reportagem foi criação, uma montagem, que não merece o mínimo de credibilidade. Não reconheço nenhuma linha daquele texto como verdadeiro. Foi destinada a um fim específico, prorrogar a CPI, que já estava se encerrando, e criar um fato para o indiciamento. Não reconheço os documentos expostos na matéria", disse.

Protógenes criticou as declarações de Fernando Henrique, que afirmou estar "pouco se ligando se foi grampeado". "Diga-se de passagem, acredito que sua manifestação foi inadequada para um homem público. Ele tem responsabilidade. Ele sabe que tem responsabilidades inerentes e da relação dele na estrutura do Estado. Ele tem que ter a consciência disso. Para uma pessoa que não acredita em Deus, é de se esperar que ele tenha esse tipo de atitude", criticou.
Enquete


"E sobre o governador Serra, é mentirosa a reportagem, em momento algum eu interceptei essa autoridade e, se porventura, tem alguém satisfeito com esse plano, concordando com essa matéria, a segurança de São Paulo retrata bem o que é hoje o governo Serra para o Estado", completou.

Nesta quarta (18), o até então secretário de Segurança Pública de SP, Ronaldo Marzagão, pediu demissão. À Agência Estado, Serra afirmou que "esse indivíduo não está à altura de receber resposta de um governador".

CPI dos Grampos
Após a publicação da reportagem, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Grampos na Câmara dos Deputados, presidida por Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), foi prorrogada por 60 dias. "Isso atinge a Polícia Federal", disse Protógenes: "O povo brasileiro não é mais analfabeto; ninguém é idiota mais no plano político nesse país; todo mundo sabe o que é certo e o que é errado".

O delegado disse também que não havia um interesse especial da Presidência da República sobre a investigação dos envolvidos na Satiagraha e que em nenhum momento usou o nome do presidente Lula ou do Palácio do Planalto durante a Satiagraha. "Eu disse que ali [na investigação] se passavam dados de competência da Abin , e que eram procedimentos normais."

Sobre sua estratégia diante dos questionamentos dos parlamentares, Protógenes disse que só vai "dar nomes aos bois" se for confrontado com algum documentos que parlamentares venham a apresentar.
Entenda a Operação Satiagraha da Polícia Federal


Em julho de 2008, foram presos o banqueiro Daniel Dantas (f), sócio-fundador do Grupo Opportunity, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, o investidor Naji Nahas e outras 14 pessoas


"A notícia que me foi colocada é que foi afastado o sigilo do inquérito que é presidido pelo delegado Amaro [Vieira Ferreira, responsável pelo inquérito em que ele foi indiciado na Corregedoria da PF] e que esse dado tinha sido compartilhado com a CPI. Não foi me dado acesso. Não sei os dados que os excelentíssimos deputados hoje portam", afirmou.

O delegado disse também que só poderá dar dados concretos da investigação após a audiência na CPI. "Ainda não recebi a convocação oficial, soube pela imprensa que será no dia 1º de abril."

Possível candidatura
A perguntas de internautas sobre se o delegado pretende sair candidato a algum cargo político, Protógenes descartou a possibilidade. "No momento, eu não penso em ser candidato. Não tenho filiação partidária alguma e essa possibilidade até me surpreende e me deixa feliz. É o respeito que a população tem demonstrado pelo trabalho dessa autoridade policial. Mas não tenho nenhuma pretensão desse tipo."
Entrará na política?

Não posso desprezar a vontade popular


Entretanto, na continuidade da resposta, sinalizou com uma mudança de posicionamento. "É de interesse da população que eu venha a seguir alguma proposta política. Há grupos no Rio de Janeiro e em São Paulo que me procuram para que eu concorra a algum cargo eletivo. Para falar a verdade, eu não tenho simpatia por cargos políticos, não. Minha simpatia é por ser delegado. Mas não posso desprezar a vontade popular. Considero com carinho e respeito."

"Banqueiro bandido"
Questionado sobre suas últimas afirmações, ao classificar o banqueiro Daniel Dantas, como "bandido", Protógenes disse não temer ser processado e voltou a atacar o dono do Opportunity.

Sobre Daniel Dantas

"Ele é um banqueiro que já foi condenado, e como condenado, é bandido
é um banqueiro que já foi condenado, e como condenado, é bandido. Está no Aurélio [dicionário]. Mas o Brasil não soube ainda dar uma resposta à altura a este caso, o país espera o ato final, que é o encarceramento deste indivíduo. Tem que ser feito a exemplo do que foi feito nos Estados Unidos com o megainvestidor Bernard Madoff [envolvido em fraude bilionária], que foi preso, condenado e saiu algemado do tribunal pela porta da frente."

Protógenes terá de depor novamente na CPI

* Rosanne

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou em 10 de março a prorrogação da CPI das Escutas Telefônicas por mais 60 dias. A discussão sobre a comissão voltou à tona após reportagem da revista "Veja", que afirma que Protógenes teria grampeado ilegalmente integrantes do governo


"Já houve uma condenação, com uma sentença perfeita", alfinetou mais uma vez o delegado, referindo-se à decisão do juiz federal Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Federal paulista, que condenou Daniel Dantas a dez anos de prisão por supostamente ter oferecido US$ 1 milhão a um delegado, por meio de dois assessores, para se livrar da Satiagraha.

Na opinião de Protógenes, "o sistema processual brasileiro é um pouco atrasado. Permite que o indivíduo, acusado, condenado, percorra todas as instâncias. Precisamos de uma reformulação nas leis processuais", disse. Para ele, é interessante que só se prevaleçam de instrumentos efetivos de defesa os ricos. "Pobre, desempregado e negro está na cadeia, cumprindo pena. Há um desequilíbrio, um desrespeito à sociedade brasileira."

O delegado foi questionado ainda sobre a possibilidade de prisão do banqueiro Daniel Dantas. "A prisão do banqueiro condenado só ocorre realmente se a lei permitir que ele não tenha mais recurso. Isso é fato." Mas o delegado disse acreditar na Justiça brasileira.

"Acho que juízes brasileiros desempenham seu papel de dar boas respostas à sociedade. Mas, no caso específico de Dantas, esse processo é mais difícil e tormentoso, devido ao poder que esse indivíduo tem e ao acesso de recursos que disponibiliza."

Polêmica entre Gilmar Mendes e De Sanctis
Já sobre os dois habeas corpus concedidos a Dantas pelo presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, Protógenes disse: "Acho que a decisão do Supremo tem que ser respeitada, ainda que tenha sido permitida a sua soltura [do banqueiro] em 48 horas. É a decisão da Suprema Corte do Brasil. Agora, que a segurança jurídica é permitida só para quem tem dinheiro, é verdade", desabafou.

Protógenes disse ainda não temer a CPI nem uma possível prisão, além da morte. "Eu só tenho medo da desonra", disse. "E tenho medo de atentarem contra a minha família", completou. À pergunta sobre se os fins justificam os meios, Protógenes respondeu: "Não, de maneira nenhuma. Temos que fazer tudo dentro da legalidade".

Questionado por um internauta: "Valeu à pena?", o delegado finalizou: "Faria tudo de novo e com um plus, com mais esforço e com maior número de policiais e agentes da Abin, que muito dignificaram o trabalho da Satiagraha".


UOL Celular

sábado, 18 de julho de 2009

Show para Nelson Mandela reúne Aretha Franklin e Carla Bruni

da France Presse
da Folha Online

Aretha Franklin, Stevie Wonder e Carla Bruni vão participar, entre outros artistas, de um espetáculo neste sábado, em Nova York, na comemoração pelo aniversário do Prêmio Nobel da Paz e ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela.

O show do "Mandela Day", inicialmente previsto para o Madison Square Garden, foi transferido para o Radio City Music Hall, segundo os organizadores do evento.

O acontecimento encerrará uma semana de celebrações do 91º aniversário de Mandela. No ano passado, o aniversário do sul-africano foi celebrado em Londres.

O ex-presidente, no entanto, não deverá estar presente.

A campanha de coleta de fundos leva o número 46664, que era o de sua inscrição nas prisões africanas, nas quais passou 27 anos, antes de se tornar o primeiro presidente negro da África do Sul, governando de 1994 a 1999.

O show será o primeiro de Carla Bruni desde que ela se tornou a primeira-dama da França, em fevereiro de 2008. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, acompanhará a mulher na viagem a Nova York.

A cantora e ex-modelo havia dito que só recomeçaria a fazer shows quando seu marido não estivesse mais no poder, mas fez uma exceção para o "Mandela Day" devido a seu compromisso com a luta contra a Aids, explicaram os organizadores do evento.

Bruni, cujo irmão morreu de Aids, é embaixadora do fundo mundial de luta contra a doença. O casal presidencial francês deve voltar a Paris logo depois do show.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Sarkozy acompanhará show de Carla Bruni em Nova York

colaboração para a Folha Online

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, acompanhará sua mulher, a cantora e ex-modelo Carla Bruni, em viagem a Nova York, onde ela participará de um show em homenagem a Nelson Mandela neste sábado.

O ex-presidente sul-africano, que fará 91 anos, não estará presente, mas Aretha Franklin, Stevie Wonder, Queen Latifa e Carla Bruni são alguns dos artistas que se apresentarão no palco do Radio City Music Hall.

O "Mandela Day" encerra uma semana de comemorações. A campanha de arrecadação de fundos organizada tem o nome de 46664, em referência ao número que usava Mandela durante os 27 anos que passou nas prisões da África do Sul.

Este será o primeiro show de Carla Bruni desde que ela se tornou a primeira-dama da França, em fevereiro de 2008.

A cantora havia dito que só recomeçaria a fazer shows quando seu marido não estivesse mais no poder, mas fez uma exceção para o "Mandela Day" devido a seu compromisso com a luta contra a Aids, explicaram os organizadores do evento.

Carla Bruni, cujo irmão morreu de Aids, é embaixadora do Fundo mundial de luta contra esta doença. O casal presidencial francês deve voltar a Paris logo depois do show.

ONU

Nesta sexta-feira, Sarkozy recebeu o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, no consulado francês de Nova York para um almoço. Ao chegar ao consulado, no centro de Manhattan, o presidente francês saudou a multidão e tirou fotos com turistas. A esposa do chefe de Estado não estava presente.

Os dois dirigentes almoçaram e conversaram sobre os grandes assuntos mundiais, como as principais crises regionais, as operações de paz em andamento, o aquecimento global e a ameaça nuclear da Coreia do Norte.

Mais cedo, o governo da França elogiou o fortalecimento das sanções da ONU a Pyongyang e pediu ao governo norte-coreano que se abstenha de "qualquer nova provocação" após o teste nuclear realizado em 25 de maio e os recentes disparos de mísseis.

Com France Presse

terça-feira, 14 de julho de 2009

Atenção e empatia do médico pode ser o melhor remédio contra gripes, diz estudo

14 de julho de 2009 (Bibliomed). O melhor remédio contra a gripe pode ser a empatia e a atenção do médico com o paciente, segundo estudo da Universidade de Wisconsin, nos EUA. De acordo com os autores, as pessoas se recuperam mais rápido quando acreditam que o médico demonstrou maior compaixão em relação a seu caso.

A pesquisa, publicada na revista especializada Family Medicine, envolveu 350 pessoas que tiveram um dos três encontros com médicos: completamente sem interação; um encontro padrão, com discussão do histórico médico e da presente doença; ou uma interação avançada, onde o médico perguntou mais questões e se mostrou mais preocupado com o paciente.

Analisando questionários respondidos pelos participantes sobre sua avaliação do atendimento, os especialistas observaram que os 84 que deram "pontuação perfeita" para o médico na pesquisa conseguiram se ver livres da gripe um dia antes dos pacientes que deram notas menores. A contagem das células imunológicas da secreção nasal dos pacientes confirmou os resultados, indicando que os que reportaram melhor atendimento desenvolveram imunidade contra a gripe dentro de 48 horas.

"Isso mostra que, se você perceber seu médico como empático, isso pode influenciar seu sistema imunológico e ajudar você a se recuperar melhor de gripes comuns", destaca o pesquisador David Rakel, líder do estudo. "Entre tudo que tem sido estudado – zinco, vitamina C, medicações anti-virais –, nada funciona melhor no combate à gripe do que ser gentil com as pessoas", disse.

De acordo com os pesquisadores, os resultados destacam a importância da relação dos pacientes com os profissionais de saúde da atenção primária, pois interações positivas podem encorajar os pacientes a depender menos de medicamentos sem prescrição médica. E os especialistas ressaltam que essa possibilidade deve ser abordada na formação de futuros médicos.

Fonte: University of Wisconsin School of Medicine and Public Health. 08 de julho de 2009.

Copyright © 2009 Bibliomed, Inc.

sábado, 11 de julho de 2009

Maracanã recebe Roberto Carlos em palco nobre



Operários montam estrutura para a apresentação, que terá sete telões no estádio

AUDREY FURLANETO
da Folha de S.Paulo, no Rio

Ele vai chegar às 16h no Maracanã, mas seu show está programado para 21h30 --e Roberto Carlos só vai cantar mesmo às 22h. O Rei, diz o maestro Eduardo Lages, anda "ansioso, muito cuidadoso e nervoso" com a apresentação no Maracanã, na noite deste sábado (11).
Fernando Donasci/Folha Imagem
Operários montam estrutura para a apresentação, que terá sete telões no estádio e transmissão ao vivo pela Globo
Operários montam estrutura para a apresentação, que terá sete telões no estádio

Não que o repertório seja novo. Roberto vai cantar as mesmas músicas da turnê que fez, nos últimos meses, pelo Norte e pelo Nordeste do país.

São 17 números, vários com pot-pourris, ou cerca de 25 músicas ao todo. Algumas, é fato, ele voltou a cantar só agora, depois de 30 anos, como "Quando", de 1967, e "Do Fundo do Meu Coração", de 1986.

No mais, será um mix dos 50 anos de carreira do cantor, da Jovem Guarda à fase religiosa. Os amigos Erasmo e Wanderléa serão os únicos convidados. Vão cantar "Sentado à Beira do Caminho" e "Ternura".

O Rei está ansioso, enfim, só por ser "muito exigente". "Ele está nervoso porque quer que saia tudo bem. Mas, por outro lado, está tranquilo, porque sabe que tem uma estrutura grande e que somos uma equipe entrosada", diz Lages.

A estrutura inclui 500 m2 de palco, com sete telões --três no palco, um deles com 200 m2, e quatro no gramado--, mais de 800 pontos de luz no estádio, 350 mil watts de som, 200 m de cortina de led (componentes de emissão de luz incrustados num tecido preto) e 50 m de "abertura de boca" do palco.

"É uma coisa monstruosa. Nem o palco da Madonna tinha essa abertura de palco", garante Genival Barros, chefe de som e de luz dos shows do Rei há 44 anos. Cerca de 6.000 pessoas trabalham na montagem do palco, coberto com uma estrutura acrílica que lembra a forma de uma concha acústica.

Vestindo terno Ricardo Almeida, o estilista do presidente Lula, o Rei deverá surgir no show de calhambeque. Testaria a performance anteontem e ontem para, enfim, decidir.

"Ele acompanha cada passo. Não significa que esteja sempre no Maracanã [três ensaios estavam previstos no estádio], olhando tudo de perto. Mas o Roberto sabe de tudo", diz Roberto Talma, que dirige os especiais de fim de ano do cantor na Globo e também o show no Maracanã.

Para a transmissão ao vivo da emissora, 16 câmeras e um helicóptero serão usados. Patrícia Poeta, apresentadora do "Fantástico", vai "ancorar" o show. Ela irá convidar pessoas da plateia para ir ao palco num karaokê, chamado de "esquenta" pela Globo, que pode ser usado na abertura do show na TV.

Até ontem, não se sabia o que seria feito durante os intervalos. "Talvez ele converse com a plateia", dizia Genival Barros. "Pensamos em cronometrar o intervalo para incluir uma música. Assim, no Maracanã, o público veria um show corrido", apostava o maestro Eduardo Lages. O Rei ainda vai decidir.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Senado vai demitir 2,4 mil funcionários

William Franco

AE/JP

O Senado vai cortar cerca de 2.400 funcionários entre comissionados e terceirizados. A medida faz parte do pacote de redução de 40% de pessoal terceirizado e que tem cargo em comissão no Senado - um total de seis mil pessoas - e será anunciada nesta quinta-feira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Pela proposta de reestruturação da Casa, o número de diretorias cairá de 181 para nove. Na proposta inicial, apresentada há cerca de um mês pela FGV, as diretorias seriam em número de sete. Mas agora, na versão final, vão ficar nove.

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) se reuniu com técnicos da FGV e da Casa para discutir a reforma administrativa do Senado, depois de identificada uma série de irregularidades.


"Vamos cortar 2.400 pessoas o mais rápido possível, mas não será feito imediatamente. Isso será feito à medida em que os contratos de prestação de serviços forem sendo revistos", explicou o diretor da FGV, professor Bianor Cavalcanti, que dará coletiva amanhã, às 11 horas, detalhando a proposta de reestruturação do Senado.

Segundo o primeiro secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), as medidas de reestruturação da Casa serão implantadas daqui a 20 dias. Uma comissão formada por servidores do Senado apresentou hoje um relatório com propostas de modernização da Casa. Uma delas prevê a redução em R$ 292 mil mensais de gastos com cargos em comissão. A proposta original da FGV previa uma redução maior: R$ 340 mil por mês

domingo, 5 de julho de 2009

Celular com TV vira "hit" na baixa renda

ELVIRA LOBATO
da Folha de S.Paulo, no Rio
NATÁLIA PAIVA
colaboração para a Folha de S.Paulo

Apareceram novas siglas no vocabulário de faxineiros, motoboys, porteiros e auxiliares de escritório que habitam as grandes cidades. São os "mpx" (mp7, mp8, mp9, mp10): telefones celulares contrabandeados da China, que captam a programação da televisão aberta em sinal analógico.

Contrabandeados supostamente via Uruguai ou Paraguai e com preços a partir de R$ 260, esses aparelhos estão se disseminando, para surpresa dos radiodifusores e das indústrias eletrônicas, que previram que a mobilidade da televisão aberta viria com a TV digital.

Eles se tornaram febre de consumo entre profissionais de baixa renda que moram a grandes distâncias do trabalho. ""A TV ameniza o estresse da viagem", afirmou o faxineiro Roberto Naves, 32. Morador de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, ele passa quatro horas por dia em ônibus e trens.

A qualidade da imagem é inferior à oferecida pelos celulares com função de TV digital, mas melhor do que a dos televisores analógicos de tela grande. Segundo fonte consultada pela Folha, 100 mil celulares com função de TV analógica foram vendidos, na cidade de São Paulo, nos meses de novembro e dezembro de 2008.

Na capital paulista e no Rio de Janeiro, a reportagem constatou a procura por esses produtos nos shoppings populares de informática e nos camelódromos. Segundo os vendedores, eles já lideram a venda de celulares, no comércio informal. Como entram no país sem pagar impostos, há modelos a partir de R$ 260. As embalagens não identificam o fabricante nem o país de origem. A marca mais presente é a "Vaic", imitação da Sony Vaio --linha de notebooks da Sony.

Tela sensível ao toque, câmera na frente e atrás, internet wireless e espaço para dois chips são alguns dos atributos dos aparelhos que são vendidos como "mpx". "Cada um põe o "mp" que quer", afirmou uma vendedora de uma galeria popular no centro de São Paulo. A confusão entre tecnologia -mp3 e mp4 são formatos de compressão de arquivos de áudio e de vídeo, respectivamente- e "evolução tecnológica" dá certo.

Quando o celular Nokia de R$ 1.200 do técnico judiciário Mauro Ramirez, 38, deu problemas e teve de ficar dias na assistência técnica, ele seguiu o conselho de um amigo e comprou, por 75% menos, um genérico "com mais recursos". Quatro meses depois, já estava à procura de um novo aparelho, "mais avançado" --o Nokia, já consertado, está "encostado".

Na "meca" brasileira do comércio popular de produtos de informática, é quase impossível encontrar celulares sem TV analógica. Em uma das galerias de Santa Ifigênia, o vendedor Luis Motoyama, 64, puxou a antena do celular "Vaic" e mostrou a tela com sinal meio falho ("lá fora é melhor"). Ele disse vender cerca de 400 aparelhos do tipo por mês, comprados por "jovens entre 15 e 30 anos". Ao menos a cada três meses novos modelos chegam. "Se a gente não vende [os antigos] logo, depois ninguém mais quer."

O serralheiro Antônio Ratão, 52, de Vilar dos Teles, zona norte do Rio, foi presenteado com um desses celulares, com design copiado do iPhone, de R$ 330. Ele usa o aparelho, sobretudo, para ver TV nos momentos de folga do trabalho. O mensageiro Ronaldo Marques, 36, de Paracambi, Baixada Fluminense, pagou R$ 260 por um menos vistoso. Ele disse que muitos passageiros dos trens veem TV durante as viagens.

Opção nacional

A aceitação do produto despertou o interesse de empresas em comercializar o celular, no Brasil, legalmente.

A primeira a se aventurar foi a EUTV, fundada por Yon Moreira, ex-presidente da Telefonica Empresas e ex-diretor da Brasil Telecom. No ano passado, ele obteve a homologação da Anatel para um modelo produzido pela chinesa E-Techco, que está à venda nas lojas e pela internet por R$ 599.

A diferença de preço para o produto contrabandeado, de cerca de 100%, deve-se, segundo ele, aos impostos e à melhor qualidade do material usado pelo fabricante na China. A Anatel também homologou um telefone com função de TV analógica fabricado pelo grupo estatal chinês ZTE, mas o aparelho ainda não chegou às lojas.

Moreira disse que foi "o primeiro atrasado" a perceber o potencial do mercado. Afirmou que, no Brasil, o hábito de ver TV no celular será criado a partir da população de baixa renda e que fabricantes do produto com sinal digital se beneficiarão disso no futuro.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Uso excessivo de remédios é a "peste bubônica" do nosso século, diz toxicologista

Do UOL Ciência e Saúde
Em São Paulo


Cerca de 6 milhões de casos de intoxicação são registrados no Brasil a cada ano, segundo estimativas da OMS, a Organização Mundial da Saúde. O uso incorreto de medicamentos é a causa mais comum, seguida dos acidentes com produtos de limpeza. Quem afirma é o médico Anthony Wong, pediatra e diretor do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo).

Wong é um dos especilistas que participaram do livro "Viva com mais Saúde", que acaba de ser lançado em comemoração ao aniversário de 75 anos da USP.

"É consenso mundial que uma das principais causas de doença é o uso excessivo de remédios ou de substâncias químicas; podemos dizer que essa é a 'peste bubônica' do nosso século", afirma o médico, em entrevista ao UOL Ciência e Saúde.

O toxicologista comentou a recente recomendação de um painel de especialistas da FDA (Food and Drug Administration), o órgão regulador de remédios nos EUA, para reduzir o limite máximo de ingestão diária de paracetamol (Tylenol é um dos produtos com a substância) de 4 gramas, para 2,6 ou 3 gramas.

Wong explica que o analgésico é muito associado a outros medicamentos, o que pode gerar problemas graves no fígado. "Se a pessoa tomar mais que três doses de bebida destilada, não deve consumir Tylenol", alerta. Segundo ele, está sendo questionado inclusive o uso do remédio nos casos de dengue, já que essa doença também pode afetar o fígado.

"Qualquer remédio pode causar algum tipo de problema, mesmo os isentos de prescrição, como os antigripais, especialmente em crianças e idosos", afirma.

O toxicologista também fala sobre os possíveis riscos de outros analgésicos, antiinflamatórios e remédios naturais (sim, eles também podem ser perigosos). Além disso, explica como as pessoas devem proceder em caso de ingestão acidental de produtos de limpeza, outra causa frequente de intoxicação.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Senador Arthur Virgílio, Líder tucano promete devolver ao Senado verba usada para bancar funcionário no exterior

Da Agência Brasil

O senador Arthur Virgílio Neto (AM), líder do PSDB, anunciou há pouco que vai devolver aos cofres do Senado os recursos pagos ao ex-funcionário de seu gabinete, Carlos Alberto de Andrade Nina Neto. O parlamentar reconheceu que autorizou o funcionário a fazer um curso no exterior recebendo o salário do Senado.

Líder do PSDB afirma que vai devolver dinheiro para o Senado


Ele apresentou requerimento à Mesa Diretora para que a administração faça os cálculos de quanto Carlos Alberto de Andrade recebeu do Senado enquanto esteve no exterior. "A minha esposa vai vender parte dos seus bens para quitar esta dívida", anunciou Arthur Virgílio na tribuna.

Outro requerimento do líder tucano é dirigido a comissão que investiga os atos de Agaciel Maia. Arthur Virgílio solicita a quebra do sigilo bancário do ex-diretor geral para que se apure se Agaciel Maia repassava recursos a servidores ou parlamentares. O próprio Arthur Virgílio recebeu ajuda do ex-diretor durante uma viagem particular que fez ao exterior. Hoje, ele voltou a tratar do assunto e reafirmou que não sabia que os recursos encaminhados a ele pelo assessor Carlos Romero Nina partiram de Agaciel Maia.

O senador acrescentou que a dívida, de cerca de 3.300 euros, segundo ele, foi ressarcida com a devolução do imposto de renda que recebeu da Receita Federal. De acordo com ele, um funcionário da agência do Banco do Brasil, no Senado, teria dito que o ex-diretor-geral repassava recursos a servidores e senadores com frequência.
UOL Celula