Fábio Pozzebom/ABr
De candidato à reeleição, José Roberto Arruda, único governador do DEM, tornou-se candidato a protagonista de um processo de impeachment.
A seccional do DF da OAB cogita patrocinar o pedido. “Estamos montando o processo”, diz a doutora Estefânia Viveiros, presidente da entidade.
“Na segunda-feira, vamos designar relator para analisar as provas dos autos”. Se prosperar, a petição será protocolada na Câmara Distrital.
Está para o DF assim como as Assembléias Legislativas estão para os Estados. Há, porém, um problema. Um não. Vários.
Arruda foi pilhado numa reedição do caso do mensalão. Descobriu-se que paga mesada a deputados distritais.
Impedido o governador, deveria assumir o vice Paulo Octácio (DEM). Porém...
Porém, Paulo Octávio, dono de uma construtora, frequenta as páginas do inquérito como um dos provedores do mensalão brasiliense.
Impedidos Arruda e Octácvio, deveria assumir o presidente da Câmara Distrital, Leonardo Prudente (DEM). Porém...
Porém, Prudente é acusado de ter cometido a imprudência de beliscar mesadas do Palácio do Buriti, sede do governo do DF.
Inviabilizados Arruda, Octávio e Prudente, restaria entregar o governo do DF ao presidente do Tribunal de Justiça local.
Governista no Congresso Nacional, o PT é oposição no legislativo do DF. O peismo acena com a adesão ao pedido de impeachment de Arruda.
Gato escaldado, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, lavou a fúria com água fria no twitter:
“Não defendo o impeachment do Arruda. Não devemos agir como o DEM. Defendo que as investigações sejam feitas, com serenidade, sem baixaria”.
Neste sábado (28), a Comissão de Ética da Câmara Distrital realiza uma reunião de emergência. Tenta definir o tratamento a ser dispensado aos seus mensaleiros.
Os devoradores de mesadas são contados, por ora, em uma dezena. Nada assegura que o número não vá crescer.
É de perguntar: Terá restado alguma réstia de ética numa Casa assim, tão carunchada? Dificilmente.
Em litígio com os fatos, o governador Arruda não se deu por achado. A voz dele soa em gravações captadas por meio de escuta ambiental.
Ainda assim, o governador José ‘Poliana’ Arruda nega participação nos malfeitos.
- Em tempo: O inquérito do mensalão de Arruda está acomodado em três volumes e três apensos.
Os volumes estão disponíveis aqui, aqui e aqui. Os apensos podem ser lidos aqui, aqui e aqui.
O material vale o desperdício de um naco de tempo do leitor neste final de semana.
O calhamaço compõe um quadro de degenerescência que deve se repetir em muitos Estados.
Escrito por Josias de Souza às 19h18
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