sexta-feira, 20 de março de 2009

FMI prevê recessão sistêmica pela primeira vez em 60 anos (Tribuna da Imprensa)

WASHINGTON - O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou ontem que o PIB (Produto Interno Bruto) mundial registrará este ano sua primeira contração em 60 anos, ficando entre -0,5% e -1%. Já para 2010, e entidade aponta para um crescimento entre 1,5% e 2,5%.

"Apesar dos maiores pacotes de estímulo anunciados pelas economias desenvolvidas e os principais mercados emergentes, os volumes de comércio recuam rapidamente, enquanto os dados de produção e emprego sugerem que a atividade global continua a se deteriorar no quarto trimestre de 2009'', apontou o FMI no relatório que será entregue ao G20 (grupo dos países desenvolvidos e principais emergentes), que se encontrará no próximo mês em Londres para discutir meios de aplacar a crise.

Para as economias avançadas, o FMI prevê uma "recessão profunda'', com um retrocesso do PIB de -2,6% nos Estados Unidos e de -5,8% no Japão, países que correm um "risco elevado'' de deflação, e de -3,2% na zona do euro.

"Trazer de volta o crescimento global dependerá principalmente de mais ações coordenadas para estabilizar as condições de crédito, bem como dar um forte suporte político para reforçar a demanda'', disse o FMI no relatório.

Sobre a América Latina, o FMI disse que as condições de crédito pioradas e o enfraquecimento da demanda externa deve fazer com que a região tenha uma queda brusca no crescimento, onde o Brasil "desaceleraria fortemente'' e o México entraria em recessão.
Lipsky

O relatório confirma a informação dada quarta-feira pelo número dois do FMI (Fundo Monetário Internacional), John Lipsky, durante seminário internacional de energia organizado pela Opep (Organização de Países Exportadores de Petróleo), em Viena.

"As previsões de janeiro antecipavam este ano um crescimento mundial de meio ponto percentual, e o prognóstico revisado mostrará uma cifra modestamente negativa'', afirmou Lipsky. "A queda da economia mundial no mundial no último trimestre do ano passado e o primeiro trimestre deste ano é o mais forte desde que o FMI começou a compilar dados.

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