terça-feira, 15 de setembro de 2009

Estudo recomenda que suíços não consumam carne e mamão do Brasil


da Efe, em Genebra (Suíça)

Um estudo feito na Suíça que analisa a influência dos produtos de origem animal e vegetal no meio ambiente recomenda que os suíços não consumam carne bovina nem mamões papaya do Brasil por causa da repercussão de seus sistemas de produção sobre o clima.

Segundo os pesquisadores, "a carne bovina procedente do Brasil tem forte influência sobre nosso clima, porque o gado é abatido a uma idade mais tardia devido a um sistema de produção diferente, de modo que, com uma vida mais longa, emitem um volume maior de gás metano, que gera efeito estufa".

Além disso, "a forte demanda por carne proveniente do exterior provoca uma intensificação da destruição das selvas tropicais para satisfazer o mercado", o que, além de afetar a biodiversidade vegetal e animal, tem efeitos muito nocivos para o clima.

Os pesquisadores apresentaram suas conclusões em uma conferência realizada na sede do Agroscope, organismo dependente do Ministério da Agricultura suíço, em Zurique.

Os responsáveis pelo estudo também sustentam que, se o cultivo de mamão papaya no Brasil produz poucos gases estufa, "o transporte por avião até a Suíça eleva as emissões a um nível muito superior ao de todas as outras frutas".

Argentina

O transporte também foi apontado como um impedimento para o consumo de maçãs argentinas.

Atlanti Bieri, porta-voz do Agroscope, disse que o estudo comparou os produtos de origem animal e vegetal de muitos países.

"O Brasil e a Argentina são mencionados em algumas das comparações porque esses produtos são vendem nas lojas suíças, e o que estamos dizendo é que, no momento de comprar, é preciso levar em conta as consequências para o meio ambiente", afirmou Bieri.

"Os consumidores suíços estão preocupados com assuntos como a sobrevivência da floresta tropical, e daí essas recomendações. Além disso, com o transporte, esses produtos emitem mais gás carbônico do que os alimentos locais, mas isso também ocorreria se maçãs suíças fossem vendidas na Argentina, por exemplo", explica.

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