Um dos juízes responsáveis pelos julgamentos militares na base americana de Guantánamo, em Cuba, anunciou nesta quarta-feira a suspensão temporária das audiências do processo contra um réu depois de um pedido feito pelo novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
O juiz Patrick Parrish decidiu paralisar o julgamento de Omar Khadr, um canadense acusado de matar um soldado dos Estados Unidos no Afeganistão em 2002.
Obama e o secretário de Defesa americano, Robert Gates, haviam pedido uma suspensão por 120 dias das audiências em Guantánamo.
Segundo um documento de duas páginas divulgado pelo governo, o adiamento "permitirá que o presidente e seu governo tenham tempo para revisar o processo das comissões militares" e contempla os "interesses da justiça".
A solicitação de Obama e Gates foi feita horas antes do início das audiências de cinco detidos na base em Cuba.
O fechamento do campo de prisioneiros de Guantánamo foi uma das principais promessas de Obama durante a campanha presidencial.
Economia e guerras Em seu primeiro dia inteiro como novo presidente dos Estados Unidos, Obama realiza nesta quarta-feira uma série de reuniões com seus assessores econômicos e militares.
A expectativa é de que o presidente discuta detalhes de um pacote de ajuda econômica de US$ 825 bilhões e o futuro das operações militares americanas no Iraque e no Afeganistão.
Na campanha presidencial, Obama prometeu retirar as tropas americanas do Iraque em 16 meses e reforçar as operações no Afeganistão.
Mais de 140 mil soldados americanos ainda estão estacionados no Iraque.
Em outra medida tomada nas suas primeiras horas como presidente, Obama decidiu paralisar a implementação de medidas tomadas pelo ex-presidente George W. Bush nos seus dias finais no poder.
Trata-se de um procedimento comum quando um novo presidente assume o poder nos Estados Unidos.
O chefe de gabinete de Obama, Rahm Emanuel, determinou que todas as agências e departamentos do governo não implementem novas normas regulatórias até que elas passem por uma revisão.
Confirmações Grande parte dos membros do gabinete de Obama já foi empossada, mas algumas figuras-chave ainda precisam passar por sabatinas no Senado ou debates para a confirmação no cargo.
O Senado americano, que tradicionalmente aprova com rapidez os membros de gabinetes de novos presidentes, confirmou nesta terça-feira seis nomes do governo de Barack Obama, incluindo a secretária de Segurança Interna, Janet Napolitano, e o secretário de Energia, Steven Chu.
No entanto, a aprovação da senadora Hillary Clinton como secretária de Estado foi adiada depois que um senador republicano solicitou um debate sobre as doações feitas por estrangeiros à fundação de seu marido, o ex-presidente Bill Clinton.
O debate seria realizado nesta quarta-feira, e a confirmação do nome de Hillary no cargo é esperada após a conclusão das deliberações.
Já Timothy Geithner, nomeado para o cargo de chefe do Departamento do Tesouro, deve ser submetido a um comitê do Senado também nesta quarta-feira. Geithner terá que explicar por que deixou de pagar alguns impostos quando trabalhava para o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Outros membros do gabinete de Obama que ainda precisam ser confirmados pelo Senado são Eric Holder, indicado para a pasta da Justiça, e Tom Daschle, para a Saúde.
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