sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Portugal faz apelo por Acordo Ortográfico

Quarta-feira, 31 de Outubro de 2007

Acadêmicos brasileiros e portugueses celebram, antecipadamente, os 200 anos da chegada de D. João VI ao Brasil

Marcelo Copelli

Após dois dias de reunião, terminou ontem o encontro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e a Academia das Ciências de Lisboa (ACL). O evento inaugurou as celebrações acadêmicas em torno dos 200 anos da chegada da corte portuguesa ao Brasil, em 1808. As duas sessões conjuntas, cujo tema principal foi "O papel de D. João VI na união de Portugal e Brasil", foram presididas pelo acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, presidente da ABL, e realizadas no salão nobre do "Petit Trianon", na sede da ABL, no Centro do Rio de Janeiro.

Na conferência, o vice-presidente da ACL, Antônio Braz Teixeira, propôs à ABL que as instituições se unam num apelo aos governos português, brasileiro e dos demais países lusófonos "para que se empenhem, decididamente, no sentido de que o Acordo Ortográfico seja aprovado e ratificado durante o próximo ano".

Segundo Teixeira, nos últimos dez anos, ainda não foram tomadas medidas viáveis para a efetivação do tratado. "Nenhum dos nossos governos efetuou as diligências diplomáticas ao seu alcance, quer diretamente, quer através da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, para que, conquistada a normalidade política e a paz interna em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor Leste, estes Estados procedam à aprovação e ratificação do acordo que assinaram e tomem as providências administrativas necessárias para que o mesmo possa entrar em vigor tão breve quanto possível", afirmou o acadêmico português.

Teixeira citou os obstáculos que a ACL tem enfrentado, em relação ao Acordo Ortográfico. "As mesmas forças que, em Portugal, tudo fizeram para impedir a conclusão do Acordo, em que de destacaram, negativamente, alguns editores, estão, de novo, exercendo pressão sobre o governo português no sentido de adiar, indefinidamente, a data de início de sua aplicação efetiva".

O presidente da ABL, Marcos Vinicios Vilaça, por sua vez enfatizou sobre as boas relações internacionais e o cuidado exigido no tratamento da língua portuguesa. "As boas relações com Portugal conservam e arejam. Queremo-las vivas e alongando-se num prestigiamento ao português, uma língua sonhada, a ganhar caminho a ser expresão do mundo ibero-afro-americano. O zelo pela língua não é apenas compromissos do nosso Estatuto, mas imperativo da vontade de todos os acadêmicos", afirmou Vilaça.
O acordo

O Ortográfico da Língua Portuguesa consiste em um tratado internacional que visa criar uma ortografia unificada para o português, a ser usada por todos os países que usam esta língua.

Representantes oficiais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe assinaram o acordo em 1990, como resultado de um longo trabalho desenvolvido pela ABL e a ACA, desde a década de 80. Em 2004, o Timor-Leste também aderiu ao acordo, bem como a delegação de observadores da Galiza.

O tratado defende o término de duas normas ortográficas divergentes e ambas oficiais: uma no Brasil e outra nos restantes países de língua portuguesa.

A unificação ortográfica acarretará alterações na forma de escrita de 1,6% do vocabulário usado em Portugal e de 0,5% no Brasil.
Palestras e conferências

Os intelectuais das duas instituições prestigiaram o filme "O português do Brasil - Depoimentos de Acadêmicos", de Nelson Pereira dos Santos e participaram de conferências e palestras. Entre elas, "Silvestre Pinheiro Ferreira e a filosofia brasileira", "Portugal e a Ciência na viragem dos séculos XVIII e XIX; Brasil e História Natural", "A corte errante e os fundadores do novo Império", "O príncipe regente D. João e o Brasil" "D. João e os problemas do Brasil e de Portugal durante a sua governação" "D. João VI e a língua portuguesa no Brasil" e "José da Silva Lisboa e a idéia liberal"
Fonte: Tribuna da Imprensa Online

http://www.tribuna.inf.br/

Nenhum comentário: