sexta-feira, 20 de julho de 2007

Acidente com o avião da TAM estava programado: se não ocorresse nesse dia, aconteceria depois

Airbus da TAM tinha defeito no reversor, diz "Jornal Nacional"

O Airbus-A320 da TAM acidentado em São Paulo na última terça-feira (17) tinha um defeito no reverso da turbina direita desde o último dia 13, revelou o "Jornal Nacional", da TV Globo, na edição desta quinta-feira.

O acidente com o avião, que fazia o vôo 3054 com 186 ocupantes, ocorreu durante pouso no aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo).

É o maior acidente aéreo da história da aviação brasileira.

Segundo o "Jornal Nacional", a falha havia sido detectada pelo sistema eletrônico de checagem da própria aeronave, que continuou voando nos dias seguintes, com o reversor direito desligado.

O jornalista William Bonner afirmou ter conversado com o presidente da TAM, Marco Antônio Bologna, que confirmou a informação.

De acordo com a companhia aérea, a recomendação da Airbus --fabricante do avião-- é que a revisão no dispositivo seja feita até dez dias depois de o defeito ser detectado. Para a companhia, a falha no reversor não impediria a realização dos vôos.

Às 18h50 da última terça, sem controle, aeronave --que havia decolado de Porto Alegre-- passou pela pista de Congonhas com velocidade acima do normal, atravessou a movimentada avenida Washington Luís e atingiu um prédio da própria empresa --da TAM Express.

Além dos ocupantes, o acidente vitimou pessoas em terra, entre elas funcionários da empresa de transporte de cargas.

Até a noite desta quinta, os bombeiros confirmavam a morte de 188 pessoas. O número pode chegar a 200.

Uma falha no reverso foi a causa do acidente com o Fokker-100 da TAM, em 1996, ocorrido segundos depois da decolagem, também em Congonhas. Na ocasião, 99 pessoas morreram.

Caso a possibilidade de que uma falha na aeronave tenha sido a causa da tragédia, as suspeitas de que o acidente esteja relacionado a falhas na recém-reformada pista do aeroporto perdem força.

As obras foram entregues incompletas, sem o chamado "grooving" (ranhuras que ajudam no escoamento da água) --que reduz o risco de derrapagens de aviões em casos de chuva.

Dificuldade no pouso

Ainda segundo o "Jornal Nacional", o mesmo avião teve problemas para pousar, um dia antes do acidente, também em Congonhas.

O vôo, que fazia o trajeto Confins (MG)-São Paulo conseguiu parar apenas no limite da pista.

(Bol Notícias - 19/07/2007 - 21h05)

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