Uma substância presente no veneno de certas cobras é capaz de impedir metástases - que ocorrem quando o câncer se espalha pelo organismo. O estudo foi desenvolvido pela pesquisadora Thereza Christina Barja-Fidalgo, da Universidade Estadual do Rio Uerj. A equipe coordenada por ela comprovou que proteínas isoladas do veneno de serpentes, as desintegrinas, reduzem a capacidade de ativação e de migração das células cancerígenas pelo organismo.
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Ao trabalhar com desintegrinas do veneno de espécies como a Bothrops jararaca, muito comum no Brasil, e as serpentes asiáticas Agkistrodon rhodostoma e Trimeresurus flavoviridis, Thereza Christina observou que estas substâncias são capazes de reduzir significativamente a proliferação e a migração de células de um tipo de melanoma, altamente metastásico em camundongos.
"A metástase do melanoma se dá por meio do sangue. Quanto mais vascularizado o órgão, maiores são as chances de as células tumorais proliferarem e atingirem os pulmões, por exemplo", afirma Christina, acrescentando que, além de diminuir as chances de formação de mais tumores, a ação das desintegrinas diminui também a atividade das células do melanoma, inibindo o crescimento acelerado do tumor.
Thereza Christina explica que a proliferação e a sobrevivência da célula cancerosa depende de sua capacidade de aderir a outras células e também de migrar dentro do organismo. Para isso, é necessário que ocorra a interação entre as próprias células, que é feita por proteínas da família das integrinas.
O trabalho, desenvolvido no Laboratório de Farmacologia Bioquímica e Celular do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes (Ibrag), servirá de base para novos estudos que busquem a cura do câncer. "Acredito que essa pesquisa servirá de subsídio para um melhor entendimento da fisiologia da célula tumoral", diz Thereza Christina.
Em busca de um medicamento
A pesquisadora pondera que, embora nos experimentos com camundongos as desintegrinas tenham se mostrado bastante promissoras na terapia contra tumores e metástases, estas proteínas ainda devem ser encaradas como protótipos para o desenvolvimento de novas drogas. Pelo menos por enquanto não há previsão de quando ela será testada em humanos.
Segundo a cientista, sua obtenção a partir de veneno bruto ainda é cara e de pouco rendimento. "O veneno das cobras é uma matéria-prima muito cara. Estamos tentando obter fontes mais baratas de desintegrinas. Para tanto, estamos criando bactérias capazes de produzir essas proteínas responsáveis pela ligação seletiva a integrinas, obtendo assim uma fonte barata da substância", diz.
O Dia
Sistemismo Ecológico ou abordagem sistêmica ecológica é a designação de uma perspectiva metodológica, elaborada por Edson Paim & Rosalda Paim, correspondente a uma dupla visão, formada pelo acoplamento da Teoria Geral dos Sistemas (Sistemismo) e da Ecologia, destinada a focalizar o sistema em estudo, simultaneamente com o respectivo ambiente, acrescida das relações entre ambos, expressas pelo intercâmbio de "matéria, energia e informações".
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Obama é, mesmo, o "Bamba"!: Eleito 1º negro na presidência dos Estados Unidos

Democrata Barack Obama era favorito desde o estouro da crise financeira nos EUA, em meados de setembro
O democrata Barack Obama foi eleito no começo da madrugada desta quarta-feira o primeiro presidente negro dos Estados Unidos e o 44º da história do país. O republicano John McCain já telefonou a Obama parabenizando-o pela vitória e fez seu primeiro discurso após a derrota dizendo "aplaudir" o caráter histórico da vitória de Obama.
O atual presidente do país, o republicano George W. Bush, também já telefonou para Obama para dar os parabéns.
Nascido em Honolulu, no Havaí, em 4 de agosto de 1961, Barack Hussein Obama é senador por Illinois em seu primeiro mandato. Ele passou a juventude na ilha americana, onde se destacou pelo serviço comunitário. Com um bom histórico escolar, Obama formou-se em direito na tradicional pela Universidade Harvard, onde conheceu sua mulher, Michelle, e trabalhou como professor e defensor dos direitos civis em Chicago, antes de ser eleito senador.
Obama era um rosto pouco conhecido no cenário nacional até vencer as acirradas primárias democratas contra Hillary Clinton --tida como grande favorita na disputa presidencial. A experiência da disputa com a ex-primeira-dama fortaleceu sua estratégia de campanha e a mostrou que a promessa de mudança em tempos de insatisfação política funcionava.
Com o slogan "Mudança na qual podemos acreditar", Obama entrou como preferido na disputa presidencial contra o veterano republicano John McCain.
O resultado confirma a vantagem consolidada nas pesquisas após o estouro da crise financeira norte americana que assola as Bolsas de todo o mundo.
O voto popular, porém, ainda precisa ser confirmado pelos colégios eleitorais, no processo de votação indireta americano. Como nos EUA a eleição presidencial é indireta, quem efetivamente define o novo presidente são os representantes dos colégios eleitorais. Cada Estado tem um número de representantes proporcional à sua população e o colégio tende a endossar o candidato escolhido pelo voto popular.
Economia
A vantagem, apontam analistas políticos, foi consolidada pelo estouro da crise financeira, em meados de setembro, com a quebra do tradicional banco Lehman Brothers. "Nenhum dos dois [presidenciáveis] realmente apresentou uma solução real para a crise em curto prazo, mas Obama foi quem mostrou melhor aos eleitores que era capaz de retomar o crescimento da economia americana", disse Donald Kettl, professor de ciência política da Universidade da Pensilvânia.
Para o professor, Obama criou uma imagem de otimismo e tranqüilidade que os americanos queriam ver em seu candidato. "Ele é um político muito bom, mostrou que é calmo e inspirou confiança com sua retórica afiada. Obama se tornou um movimento político", disse, em entrevista por telefone à Folha Online, da Filadélfia.
Obama se beneficiou ainda do erro do rival republicano que, meses antes da crise financeira abalar a economia mundial, admitiu que a economia não era seu ponto forte e foi duramente criticado.
Recordes
A vitória de Obama marca ainda o sucesso de sua estratégia de campanha baseada em objetivos grandiosos e financiada pela maior arrecadação de verbas da história da política americana.
"Obama buscou novas fontes e formas de financiamento. Ele aliou os tradicionais grandes doadores com as vantagens e inovações da internet", disse Marie Gottschalk, professora de ciência política da Universidade da Pensilvânia e especialista em campanhas políticas, em entrevista à Folha Online, por telefone. O segredo do sucesso do senador, aponta Gottschalk, foi criar um entusiasmo inédito entre os jovens que se mobilizaram não apenas para votar, mas para arrecadar doações e incentivar mais pessoas a participarem do processo político.
Na internet, Obama provou que estava disposto a dar voz a todos os cidadãos. A campanha democrata montou 700 centros de jovens pró-Obama e, no Facebook, site de relacionamentos, mantém dois milhões de "amigos" contra 500 mil de McCain. Os jovens também aumentaram as platéias de seus comícios, que chegaram a reunir 100 mil pessoas.
"Obama levou a demagogia a um outro nível. Embora seja apenas um palpite, já que ainda não temos os dados sobre o perfil dos eleitores, é muito provável que a vitória de Obama seja resultado do entusiasmo inédito que ele causou nos jovens", avalia Gottschalk, acrescentando que o democrata deve influenciar a estratégia das próximas campanhas presidenciais nos EUA.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
AQUIDAUANA - MS: ARRANCADA PARA ERRADICAÇÃO DO "CORONELISMO" POLÍTICO
Eleições em Aquidauana repercutem no Estado
Crepúsculo dos coronéis
Do Jornal Boca do Povo
www.bocadopovonews.com.br
“Durante décadas os herdeiros do falecido ‘coronel’ Zelito mandaram
e desmandaram na pequena Aquidauana. Nesta eleição o Povo resolveu virar essa página. Quando outras cidades que ainda vivem com o pé no ‘coronelismo’ seguirão esse exemplo?”
O povo de Aquidauana virou a página das elites fazendeiras, forçando a cidade ingressar no surto de progresso ao romper com a esmaecida figura do “coronelismo” que sobreviveu neste Estado desde os primórdios do século passado. A vitória do empresário Fauzi Suleiman (PMDB), que derrotou Odilon Ribeiro, neto do “último dos coronéis”, inaugura uma nova era dos destinos da cidade. Tio do atual prefeito Felipe Orro, Odilon é cunhado do ex-deputado Roberto Moacar Orro, que antes de encerrar sua vida pública presenteou o filho com a administração da cidade.
Felipe Orro foi o derradeiro herdeiro do “coronelismo” inaugurado por seu avô, o ‘coronel’ Zelito, que administrou a cidade por três mandatos a partir de 1958. Felipe foi um prefeito sem tino administrativo. Comenta-se, que as suas mais importantes decisões administrativas e políticas foram comandadas por sua mãe, filha de Zelito, portanto, na atual administração o prefeito que não fez sucessor pode não ter passado de uma espécie de ‘tertius” da própria mãe.
A cidade, considerada portão do Pantanal, famosa pela sua “TFP” (Tradicional Família Pecuarista), manteve até 05 de outubro a hegemonia política da elite fazendeira, até que os currais eleitorais estouraram. O aristocrático e seleto grupo iniciado por Tico Ribeiro, agonizou e capitulou.
A derrota de Odilon Ribeiro fecha as cortinas da “Era de Coronelismo” deixada para trás. Aquidauana se liberta do fantasma com mais de 50 anos de atraso. Sua política da época do “pé-de-botina” ruiu. Nos momentos finais ainda mostrou os ameaçadores dentes de uma engrenagem que teimava em moer o prestígio dos oponentes, sendo necessária a intervenção da Força Nacional para conter os acirrados ânimos. A eleição de Fauzi – o Libertador – pode ser entendida como uma vitória do povo. Muitas cidades sul-matogrossenses ainda vivem no “cabresto político” de decadentes “elites fazendeiras” que ainda mandam na sua política num processo de transferência de poderes para os mais novos. São os “herdeiros” dos antigos “coronéis”. Alguns demonstram inteligência administrativa como o prefeito Humberto Rezende (PMDB), de Terenos, que recebeu a cidade de porteira fechada, presenteada pelo seu avô, o ex-prefeito Alonso Honostório de Rezende, cassado da administração por corrupção e compra de votos. Beto foi reeleito, recebendo nas urnas 74,4% dos votos.
Coronelismo
Símbolo de autoritarismo e impunidade, o coronelismo remonta ao caudilhismo e o caciquismo dos tempos da colonização. Ganhou força no primeiro reinado, chegando ao final do século XIX tomando conta da cena política brasileira.
Conjunto de ações políticas de latifundiários – coronéis – em caráter local, regional ou federal, onde se aplica o domínio econômico e social para a manipulação eleitoral em causa própria ou de particulares, o fenômeno, que se findou em Aquidauana, ainda sobrevive em algumas cidades sul-matogrossenses dependentes da pecuária.
Fenômeno social e político típico da República Velha, caracterizado pelo prestigio de um chefe político e por seu poder de mando, as raízes do coronelismo provem da tradição patriarcal brasileira e do arcaísmo da estrutura agropecuária no interior remoto do país. Surgida com a criação da Guarda Nacional em 1831, pelo governo imperial, as milícias e ordenanças foram extintas e substituídas pela nova corporação.
A Guarda Nacional passou a defender a integridade do império e a Constituição. Como os quadros da corporação eram nomeados pelo governo central ou pelos presidentes de província, iniciou-se um longo processo de tráfico de influencias e corrupção política. Como o Brasil se baseava estruturalmente em oligarquias, esses líderes, os grandes latifundiários e oligarcas, começaram a financiar campanhas políticas de seus afilhados, e ao mesmo tempo ganhar o poder de comandar a Guarda Nacional.
Devido a esta estrutura, a patente de coronel da Guarda Nacional, passou a ser equivalente a um título nobiliárquico, concedido de preferência aos grandes proprietários de terras. Desta forma conseguiram adquirir autoridade para impor a ordem sobre o povo e escravos. Devido ao seu território continental, portanto à falta de mecanismos de vigilância direta dos coronéis pelo poder central, e pela população pobre e ignorante, o Brasil passou a ser refém dos coronéis, que por sua vez ‘personificaram a invasão particular da autoridade pública”.
O sistema criado pelo coronelismo passou a favorecer os grandes proprietários que iniciaram a invasão, a tomada de terras pela força e a expulsão do pequeno produtor rural, que passou a se transformar numa figura servil em nome dos novos senhores. Portanto, surgiu a figura do coronel sem cargo, qualificado pelo prestígio e pela capacidade de mobilização eleitoral.
O “coronelismo” aquidauanense surgiu depois do episódio da Rusga, e iniciou com a montagem da Fazenda Taboco, numa área de mais de 300 mil hectares. Desses investimentos surgiu a cidade de Aquidauana e implantou-se o poder político nas mãos de uma única família.
Do Jornal Boca do Povo
www.bocadopovonews.com.br
Divulgação: Assessoria
postado por Blog do Paim @ 04:18
Crepúsculo dos coronéis
Do Jornal Boca do Povo
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“Durante décadas os herdeiros do falecido ‘coronel’ Zelito mandaram
e desmandaram na pequena Aquidauana. Nesta eleição o Povo resolveu virar essa página. Quando outras cidades que ainda vivem com o pé no ‘coronelismo’ seguirão esse exemplo?”
O povo de Aquidauana virou a página das elites fazendeiras, forçando a cidade ingressar no surto de progresso ao romper com a esmaecida figura do “coronelismo” que sobreviveu neste Estado desde os primórdios do século passado. A vitória do empresário Fauzi Suleiman (PMDB), que derrotou Odilon Ribeiro, neto do “último dos coronéis”, inaugura uma nova era dos destinos da cidade. Tio do atual prefeito Felipe Orro, Odilon é cunhado do ex-deputado Roberto Moacar Orro, que antes de encerrar sua vida pública presenteou o filho com a administração da cidade.
Felipe Orro foi o derradeiro herdeiro do “coronelismo” inaugurado por seu avô, o ‘coronel’ Zelito, que administrou a cidade por três mandatos a partir de 1958. Felipe foi um prefeito sem tino administrativo. Comenta-se, que as suas mais importantes decisões administrativas e políticas foram comandadas por sua mãe, filha de Zelito, portanto, na atual administração o prefeito que não fez sucessor pode não ter passado de uma espécie de ‘tertius” da própria mãe.
A cidade, considerada portão do Pantanal, famosa pela sua “TFP” (Tradicional Família Pecuarista), manteve até 05 de outubro a hegemonia política da elite fazendeira, até que os currais eleitorais estouraram. O aristocrático e seleto grupo iniciado por Tico Ribeiro, agonizou e capitulou.
A derrota de Odilon Ribeiro fecha as cortinas da “Era de Coronelismo” deixada para trás. Aquidauana se liberta do fantasma com mais de 50 anos de atraso. Sua política da época do “pé-de-botina” ruiu. Nos momentos finais ainda mostrou os ameaçadores dentes de uma engrenagem que teimava em moer o prestígio dos oponentes, sendo necessária a intervenção da Força Nacional para conter os acirrados ânimos. A eleição de Fauzi – o Libertador – pode ser entendida como uma vitória do povo. Muitas cidades sul-matogrossenses ainda vivem no “cabresto político” de decadentes “elites fazendeiras” que ainda mandam na sua política num processo de transferência de poderes para os mais novos. São os “herdeiros” dos antigos “coronéis”. Alguns demonstram inteligência administrativa como o prefeito Humberto Rezende (PMDB), de Terenos, que recebeu a cidade de porteira fechada, presenteada pelo seu avô, o ex-prefeito Alonso Honostório de Rezende, cassado da administração por corrupção e compra de votos. Beto foi reeleito, recebendo nas urnas 74,4% dos votos.
Coronelismo
Símbolo de autoritarismo e impunidade, o coronelismo remonta ao caudilhismo e o caciquismo dos tempos da colonização. Ganhou força no primeiro reinado, chegando ao final do século XIX tomando conta da cena política brasileira.
Conjunto de ações políticas de latifundiários – coronéis – em caráter local, regional ou federal, onde se aplica o domínio econômico e social para a manipulação eleitoral em causa própria ou de particulares, o fenômeno, que se findou em Aquidauana, ainda sobrevive em algumas cidades sul-matogrossenses dependentes da pecuária.
Fenômeno social e político típico da República Velha, caracterizado pelo prestigio de um chefe político e por seu poder de mando, as raízes do coronelismo provem da tradição patriarcal brasileira e do arcaísmo da estrutura agropecuária no interior remoto do país. Surgida com a criação da Guarda Nacional em 1831, pelo governo imperial, as milícias e ordenanças foram extintas e substituídas pela nova corporação.
A Guarda Nacional passou a defender a integridade do império e a Constituição. Como os quadros da corporação eram nomeados pelo governo central ou pelos presidentes de província, iniciou-se um longo processo de tráfico de influencias e corrupção política. Como o Brasil se baseava estruturalmente em oligarquias, esses líderes, os grandes latifundiários e oligarcas, começaram a financiar campanhas políticas de seus afilhados, e ao mesmo tempo ganhar o poder de comandar a Guarda Nacional.
Devido a esta estrutura, a patente de coronel da Guarda Nacional, passou a ser equivalente a um título nobiliárquico, concedido de preferência aos grandes proprietários de terras. Desta forma conseguiram adquirir autoridade para impor a ordem sobre o povo e escravos. Devido ao seu território continental, portanto à falta de mecanismos de vigilância direta dos coronéis pelo poder central, e pela população pobre e ignorante, o Brasil passou a ser refém dos coronéis, que por sua vez ‘personificaram a invasão particular da autoridade pública”.
O sistema criado pelo coronelismo passou a favorecer os grandes proprietários que iniciaram a invasão, a tomada de terras pela força e a expulsão do pequeno produtor rural, que passou a se transformar numa figura servil em nome dos novos senhores. Portanto, surgiu a figura do coronel sem cargo, qualificado pelo prestígio e pela capacidade de mobilização eleitoral.
O “coronelismo” aquidauanense surgiu depois do episódio da Rusga, e iniciou com a montagem da Fazenda Taboco, numa área de mais de 300 mil hectares. Desses investimentos surgiu a cidade de Aquidauana e implantou-se o poder político nas mãos de uma única família.
Do Jornal Boca do Povo
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domingo, 12 de outubro de 2008
'Acabou o tempo da cotovelada, quando o mais forte ou com mais dinheiro tinha espaço'; diz prefeito eleito Fauzi Suleiman

Presidente da Câmara de Aquidauana, Terly Garcia (PP); vice-prefeito Vanildo Neves (PSDB) e prefeito eleito Fauzi Suleiman (PMDB) querem harmonia entre poderes
Foto: Armando Anache/Pantanal News
Para Fauzi Suleiman, "acabou o tempo em que a Câmara de Vereadores era uma secretaria de importância menor da prefeitura. Acabou aquele tempo da Câmara de Vereadores ser um Poder subalterno."
O prefeito eleito manteve reunião, na sala do presidente da Câmara, Terly Gracia [PP, o mais votado, reeleito com 1.029 votos], com a presença dos vereadores Vicente Gaeta [PT, eleito com 545 votos], Cipriano Mendes [ PT, reeleito com 615 votos], Wezer Rodrigues [PPS, 927 votos], Clésio Fialho [PSL, 900 votos] e Antônio da Coeso [PSB, 519 votos]. Os três primeiros foram eleitos pela coligação "Aquidauana Tem Futuro", de Fauzi Suleiman. Os outros três, pela coligação "Aquidauana Com a Força do Povo", de Odilon Ribeiro (PDT).
Não participaram da reunião os vereadores Tião Sereia [PP, reeleito com 815 votos], Corrêa Filho [PP, que já foi vereador e retorna à Câmara na próxima legislatura, com 663 votos] e Eulálio Abel Barbosa [PDT, que já foi vereador e retorna com 814 votos].
Antes da reunião com os vereadores, Fauzi Suleiman visitou o gabinete de Cipriano Mendes (PT), que foi reeleito para o terceiro mandato consecutivo. Ali estavam o vereador eleito pelo PT, Vicente Gaeta; e o secretário-geral do PT de Aquidauana, Nabil Jaffal. Eles conversaram sobre a atuação da bancada do PT na Cãmara, a partir de 2009 e acertaram detalhes do almoço que terão hoje (11), em Campo Grande, com o senador Delcídio do Amaral (PT-MS).
Nesta tarde de sábado (11), o prefeito eleito Fauzi Suleiman participará de uma "carreata" pelas ruas da cidade, a partir do bairro Nova Aquidauana.
Leia, abaixo, a íntegra da entrevista concedida pelo prefeito eleito Fauzi Suleiman, depois do encontro que começou às 15h20 e durou pouco mais de uma hora, à rádio Independente e Portal Pantanal News:
Armando de Amorim Anache: Prefeito eleito Fauzi Suleiman, como foi a reunião, na tarde de ontem (10), com os novos e com os vereadores reeleitos de Aquidauana?
Fauzi Suleiman: Foi uma reunião muito produtiva, na qual a gente procurou, em primeiro lugar, nos apresentar aqui e, também, cada um dos vereadores se apresentar, porque muitos estão tendo, pela primeira vez, a oportunidade de conversar entre si. Então, foi uma reunião muito produtiva, na qual pudemos explicar o nosso desejo, a nossa proposta para os quatro anos de mandato e, principalmente, o comportamento e a maneira da gente se conduzir, em relação à Câmara de Vereadores, ao Poder Legislativo, ao longo desses quatro anos.
Nós queremos criar um novo paradigma na política, uma nova forma de conduzir na política, nós queremos exercer a liderança política de Aquidauana de uma forma diferente. E foi isso que a gente veio dizer aqui, para os nossos vereadores eleitos e reeleitos.
Armando de Amorim Anache: Estavam aqui, na reunião, vereadores que, no ano que vem, formarão as bancadas de situação e oposição. Como foi a conversa com os vereadores que, a princípio, deverão integrar a oposição ao seu governo?
Fauzi Suleiman: Eu acho que a eleição está encerrada, não é, Armando? Agora, o partido de todos nós é Aquidauana. Nós temos é que lutar para fazer a cidade se desenvolver. Na situação ou na oposição, tos estarão trabalhando em prol de Aquidauana. Eu imagino a democracia como um sistema, é como se fosse um daqueles relógios de corda, que tem várias engrenagens. Uma roda para a direita, outra roda para a esquerda, mas o que interessa é que fazem o ponteiro se movimentar para uma direção, que interessa para todos. Então, o fato de serem da oposição não significa que serão contra o Fauzi. Muito pelo contrário, uma oposição sadia, uma oposição responsável, que é o que, com certeza, nós teremos nessa Câmara, porque a gente vê aqui um nível excepcional. Acho que os vereadores que foram eleitos, tanto na situação quanto na oposição, são vereadores que ..., muitos têm uma trajetória de lutas, de sonho de ser vereador e, com certeza, não quiseram conquistar esse mandato por outra razão que não fosse prestar um grande trabalho para a população de Aquidauana.
Então, a oposição e a situação estarão ajudando a cidade de Aquidauana e, ajudando a cidade, estarão ajudando a nossa administração.
Armando de Amorim Anache: Quais os principais pontos dessa reunião que o senhor poderia adiantar à população, já que ela foi a portas fechadas?
Fauzi Suleiman: O ponto principal é o apreço que nós temos pelo Poder Legislativo. Nós viemos garantir, aqui, que nós teremos, a partir no ano que vem, um prefeito que respeita o Poder Legislativo. E respeitar o Poder Legislativo significa respeitar a sua autonomia política, financeira... E é assim que nós queremos nos conduzir ao longo do nosso mandato. Não vai ter um orçamento da Câmara na mão do prefeito. O orçamento é o da Câmara. Esse dinheiro não é do Poder Executivo, mas do Legislativo. É lógico que nós precisamos de muitos recursos para fazer a cidade se desenvolver, e queremos que nenhuma decisão autônoma, da própria Câmara, se puderem devolver uma parte desses recursos, para que a gente possa investir na melhoria da vida do nosso povo, isso vai ser uma coisa muito positiva para todos nós. Agora, essa é uma decisão que caberá à Câmara tomar, a Câmara decidir. Nós só garantimos essa questão do respeito a essas autonomias financeira e política da Câmara, o desejo que nós temos, de estabelecer uma grande parceria com a nossa Câmara de Vereadores. Até comentava, aqui, que nós queremos implementar uma coisa simples, mas demonstrando esse apreço, na verdade. Existe cidade do nosso estado em que não há uma obra que seja inaugurada, sem o nome do prefeito ou do vice-prefeito ou do secretário da pasta. E dos vereadores? De todos os vereadores da Câmara, não é? Eu acho que aqui estão todos que se elegeram. Eles foram abençoados pela vontade de Deus e pela vontade popular. Então, fazemos parte desse momento ímpar da história da cidade. Caberá a nós, ao longo de quatro anos, dirigir os destinos dessa cidade. Então, que todos nós tenhamos a dimensão dessa responsabilidade e, também, compartilhemos dela em toda a sua esfera.
Então, essas medidas simples, assim, é que nós queremos tomar, para mostrar a valorização desse Poder e, principalmente, que nós tenhamos Aquidauana numa direção única, numa direção para o progresso, avançando, criando oportunidades para a nossa cidade. Fazendo com que a qualidade do serviço que o Poder tem que prestar, seja no Executivo ou no Legislativo - porque também o Legislativo é um prestador de serviços ao nosso povo -, seja condição fundamental. Que nós tenhamos aqui [na Câmara de Vereadores] uma assessoria jurídica, uma assessoria contábil, que nós tenhamos uma grande equipe de comunicação, para que a população conheça, verdadeiramente, o que é esse Poder.
Então, tudo isso demanda ter uma estrutura financeira, para poder garantir que esses serviços sejam prestados, que se dê resposta, acima de tudo, à sociedade. Nós somos uma cidade de dimensão, praticamente, continental. A gente voa de avião por Aquidauana, sem descer no chão, por duas horas. É uma cidade extraordinária e essa Câmara não tem, até hoje, um veículo, por exemplo, para permitir aos vereadores a visita a distritos ou a zona rural, fiscalizando e acompanhando. Então, eu acho que nós temos que lutar para melhorar essa condição. O que a gente tem dito é que a democracia não é o melhor regime só porque a gente vota. Ela é o melhor regime político porque ela resolve os problemas da sociedade. E a gente só vai resolver problemas da sociedade qualificando o poder público, seja o Executivo, o Legislativo ou o Judiciário.
Armando de Amorim Anache: Todo prefeito, normalmente, diz que não se mete em eleição de Mesa Diretora de Câmara de Vereadores. Como será essa questão, da eleição da Mesa Diretora, em 1.º de janeiro, com o prefeito Fauzi Suleiman?
Fauzi Suleiman: Eu não quero participar como prefeito, mas quero participar como liderança política da cidade. Eu acho que a gente tem um capital de relacionamento, que nós construímos, e isso é uma coisa muito importante. Nós estamos exercendo a liderança em Aquidauana de uma forma diferente. Acabou o tempo da cotovelada, quando quem queria ganhar espaço, era porque era mais forte ou porque tinha dinheiro. Não, a partir de agora nós temos um exercício diferente de liderança. Eu tive 15 mil votos. É um capital político que a população de Aquidauana nos deu, para liderar essa cidade, não é? Mas queremos exercer essa liderança com justiça, com sabedoria, com equilíbrio e, com toda certeza, quero ter um papel junto com os nossos parceiros, com a nossa bancada aqui [na Câmara de Vereadores], ajudando a construir um nome - que seja de consenso, em primeiro lugar, no nosso grupo -, e que, também, consiga atrair os votos dos candidatos que foram eleitos na outra chapa.
Então, eu quero que haja um grande parceiro do Executivo, também aqui [na Câmara]. Não quero tratar o Poder Legislativo como subalterno. Muito pelo contrário. Acabou o tempo em que a Câmara de Vereadores era uma secretaria de importância menor da prefeitura. Acabou aquele tempo da Câmara de Vereadores ser um Poder subalterno. Não! Nós queremos esse Poder respeitado, mas é importante que haja uma grande sintonia do prefeito com o presidente da Câmara. Enquanto liderança política e junto com os meus amigos, que tenho aqui dentro da Câmara. E tenho amigos na situação e na oposição e eu quero ajudar a ter esse quadro, de um presidente da Câmara que seja mais alinhado, mais afinado, nesse momento que Aquidauana passará a viver a partir de primeiro de janeiro de 2009.
Armando de Amorim Anache: Faltam dois meses e meio para a sua posse, prefeito eleito Fauzi Suleiman. A sua equipe de transição já trabalha na Prefeitura de Aquidauana?
Fauzi Suleiman: Não. Nós estamos fazendo o primeiro contato, hoje. Fizemos aqui, com o ex-secretário Wezer Rodrigues, pedindo que fosse aberta essa ponte de transição, para que a gente possa começar a apresentar, inclusive, a nossa equipe, que nós estamos constituindo, ainda, até terça [dia 14] ou quarta-feira [dia 15] da semana que vem, quando pretendo apresenta-la para que a gente possa, dentro da administração, fazer a transição.
A equipe terá um técnico em cada área da administração, para a gente poder ter um dimensionamento da situação da prefeitura. O que tem de projetos, o que tem de recursos. Quais são as contas, as dívidas que nós temos, quais são as responsabilidades que passam para os nossos cuidados, a partir de primeiro de janeiro. Então, nós já conversamos, hoje [ontem, dia 10], com o ex-secretário Wezer Rodrigues, atual vereador eleito, para que seja aberto esse canal de comunicação e que essa equipe já entre na prefeitura, se não for possível na semana que vem, na próxima; para poder ter acesso a essas informações e começar a municiar a nossa equipe, para poder ter a dimensão da responsabilidade que nós vamos assumir a partir de primeiro de janeiro.
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Crise pode ser uma das maiores da história, diz presidente Lula
"Talvez seja uma das maiores crises econômicas que o mundo já viu. Poderemos correr riscos, porque uma recessão em caráter mundial pode trazer prejuízos para todos nós", afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No encontro que teve, em Manaus, com o venezuelano Hugo Chávez, o boliviano Evo Morales e o equatoriano Rafael Correa, o presidente Lula reiterou que é hora de confiar na economia brasileira e na força do nosso mercado interno.
SINOPSE RADIOBRÁS
SINOPSE RADIOBRÁS
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Ideologia e eleições levam a colapso de pacote nos EUA
BRUNO GARCEZ
da BBC Brasil em Washington
A rejeição pela Câmara do megapacote econômico de US$ 700 bilhões proposto pelo governo americano tem raízes tanto ideológicas como eleitorais.
A maior parte dos que congressistas que rejeitaram o projeto é formada pelos republicanos do presidente George W. Bush, a despeito de todos os apelos do líder americano para que a proposta fosse aprovada em caráter de urgência.
Veja a cronologia da crise nos mercados financeiros
Entenda a crise que atinge a economia dos EUA
A proposta havia sido submetida a um série de mudanças nos últimos dias, após discussões entre lideranças dos dois partidos e parecia caminhar para a aprovação.
Mas acabou sendo derrubada na tarde desta segunda-feira por 228 votos contra 205. Era necessário um total de 218 votos para ratificar o projeto.
Somente 65 republicanos votaram pelo projeto, contra 133 que foram contrários. Ao todo, 140 democratas ratificaram o pacote, e outros 95 votaram contra.
Socialismo
A ala mais conservadora do Partido Republicano é radicalmente contrária à intervenção do Estado na economia e julga que o pacote seria um "cheque em branco" para o sistema financeiro às custas do contribuinte americano.
A maior parte da cifra bilionária do pacote seria gerada por meio de impostos.
Os congressistas contam estar recebebendo milhares de telefonemas de seus eleitores, pedindo que eles não votem por uma proposta que auxiliaria grandes instituições financeiras em detrimento do cidadão comum.
Em entrevista ao jornal "The New York Times", o parlamentar Jeb Hensarling, do Estado do Texas, resumiu o estado de espírito da facção mais à direita dos republicanos.
"Nos pediram para escolher entre o caos financeiro e a falência do contribuinte, de um lado, e a estrada para o socialismo, do outro", afirmou Hensarling. "E tínhamos que fazer isso em 24 horas."
Além disso, muitos representantes do Congresso são candidatos à reeleição, e a aprovação da proposta econômica, impopular junto a muitos eleitores, poderia prejudicar suas possibilidades nas urnas.
O fato de a aprovação do pacote estar sendo pressionada por um presidente cujo índice de aprovação é inferior a 30% também influenciou a decisão de parlamentares que não querem ser identificados com o impopular líder republicano.
Objeções
Os congressistas republicanos levantaram objeções tanto quanto ao conteúdo do pacote como à pressa com que o documento de mais de 100 páginas foi colocado em votação.
No fim de semana, líderes partidários haviam chegado a um acordo em relação a pontos polêmicos, como mecanismos de supervisão do mercado financeiro, proteção para os contribuintes e limites aos salários de executivos de instituições financeiras.
As concessões, porém, não foram suficientes para convencer boa parte dos congressistas a seguir a orientação dos líderes no plenário.
Depois da votação, líderes republicanos sugeriram que a culpa era dos democratas, que não teriam conseguido mobilizar sua maioria na Câmara.
da BBC Brasil em Washington
A rejeição pela Câmara do megapacote econômico de US$ 700 bilhões proposto pelo governo americano tem raízes tanto ideológicas como eleitorais.
A maior parte dos que congressistas que rejeitaram o projeto é formada pelos republicanos do presidente George W. Bush, a despeito de todos os apelos do líder americano para que a proposta fosse aprovada em caráter de urgência.
Veja a cronologia da crise nos mercados financeiros
Entenda a crise que atinge a economia dos EUA
A proposta havia sido submetida a um série de mudanças nos últimos dias, após discussões entre lideranças dos dois partidos e parecia caminhar para a aprovação.
Mas acabou sendo derrubada na tarde desta segunda-feira por 228 votos contra 205. Era necessário um total de 218 votos para ratificar o projeto.
Somente 65 republicanos votaram pelo projeto, contra 133 que foram contrários. Ao todo, 140 democratas ratificaram o pacote, e outros 95 votaram contra.
Socialismo
A ala mais conservadora do Partido Republicano é radicalmente contrária à intervenção do Estado na economia e julga que o pacote seria um "cheque em branco" para o sistema financeiro às custas do contribuinte americano.
A maior parte da cifra bilionária do pacote seria gerada por meio de impostos.
Os congressistas contam estar recebebendo milhares de telefonemas de seus eleitores, pedindo que eles não votem por uma proposta que auxiliaria grandes instituições financeiras em detrimento do cidadão comum.
Em entrevista ao jornal "The New York Times", o parlamentar Jeb Hensarling, do Estado do Texas, resumiu o estado de espírito da facção mais à direita dos republicanos.
"Nos pediram para escolher entre o caos financeiro e a falência do contribuinte, de um lado, e a estrada para o socialismo, do outro", afirmou Hensarling. "E tínhamos que fazer isso em 24 horas."
Além disso, muitos representantes do Congresso são candidatos à reeleição, e a aprovação da proposta econômica, impopular junto a muitos eleitores, poderia prejudicar suas possibilidades nas urnas.
O fato de a aprovação do pacote estar sendo pressionada por um presidente cujo índice de aprovação é inferior a 30% também influenciou a decisão de parlamentares que não querem ser identificados com o impopular líder republicano.
Objeções
Os congressistas republicanos levantaram objeções tanto quanto ao conteúdo do pacote como à pressa com que o documento de mais de 100 páginas foi colocado em votação.
No fim de semana, líderes partidários haviam chegado a um acordo em relação a pontos polêmicos, como mecanismos de supervisão do mercado financeiro, proteção para os contribuintes e limites aos salários de executivos de instituições financeiras.
As concessões, porém, não foram suficientes para convencer boa parte dos congressistas a seguir a orientação dos líderes no plenário.
Depois da votação, líderes republicanos sugeriram que a culpa era dos democratas, que não teriam conseguido mobilizar sua maioria na Câmara.
sábado, 20 de setembro de 2008
Crise financeira está apenas começando, diz Nobel de economia
da Efe, em Washington
O pacote de intervenção em grande escala nos mercados, anunciado pelo governo dos Estados Unidos, está errado porque a raiz do problema não está diretamente na crise imobiliária, segundo o Nobel de economia Joseph Stiglitz, para quem "isto é só o começo".
Os mercados receberam com entusiasmo o anúncio de uma intervenção de centenas de bilhões de dólares, mas Stiglitz disse em entrevista à Agência Efe que o cidadão comum deveria estar muito preocupado, pois o país está à beira de uma recessão.
Em lugar de comprar a dívida "tóxica" dos bancos, que ninguém quer, o governo deveria conseguir a renegociação das hipotecas das pessoas que estão com a corda no pescoço, disse.
Stiglitz acredita que a crise é uma conseqüência da "má gestão" da Administração republicana e do Federal Reserve (Fed, o BC americano), que não supervisionou corretamente o sistema financeiro e injetou em Wall Street liquidez antes da crise.
O economista também vincula o problema ao Iraque, que é "A Guerra dos Três Trilhões de Dólares" ("The Three Trillion Dollar War", no original), segundo diz o título de seu último livro, no qual exibe uma estimativa "conservadora" do custo do conflito para os Estados Unidos.
Stiglitz, que recebeu o Nobel de economia em 2001 e que agora é professor na Universidade de Columbia, fala dos democratas com conhecimento do governo, pois foi o principal conselheiro econômico de Bill Clinton quando este foi presidente.
Atualmente, é assessor de Barack Obama, candidato presidencial democrata, mas na entrevista disse falar em nome próprio.
EFE: Qual a sua opinião sobre o programa de intervenção nos mercados financeiros anunciado pelo governo dos EUA?.
Stiglitz: Acho que não é suficiente, nem foi feito de forma correta, nem aborda o problema fundamental, que é a grande quantidade de execuções de hipotecas. O sistema está debilitado pelo peso da dívida, e parte desta se deve à guerra do Iraque.
EFE: O senhor vê um vínculo direto entre este conflito e a crise financeira?
Stiglitz: A guerra contribuiu para o enfraquecimento da economia. Em 2008-2009 está previsto que tenhamos o maior déficit fiscal de nossa história.
A guerra também contribuiu para a alta do preço do petróleo. Drenamos nossa economia para comprar petróleo. Isso foi o motivo da ampla liquidez (fornecida pelo Fed antes da crise): diminuir os efeitos de uma despesa tão alta no Iraque. Mas certamente se criou um problema para o futuro com isso.
EFE: É surpreendente que a economia americana continue crescendo, embora lentamente, apesar da crise financeira. Como o senhor vê suas perspectivas?
Stiglitz: O desemprego subiu para 6,1% e provavelmente crescerá mais. Essa é uma das razões pelas quais isto é só o princípio da crise.
Dirigimo-nos lentamente rumo a um descarrilamento econômico que intensificará os problemas financeiros. À medida que as receitas caírem, os preços da moradia descerão mais e haverá mais despejos de inquilinos. Portanto, estamos dentro de uma espiral e ninguém faz nada para interrompê-la.
Há uma probabilidade significativa de recessão nos próximos trimestres.
EFE: Como avalia a situação atual dos mercados?
Stiglitz: A situação é muito pior do que o senhor imagina. Isso já foi demonstrado quando o mercado monetário quase entrou em colapso na quinta-feira.
Inclusive gigantes industriais podem enfrentar problemas de liquidez agora. Os problemas são muito graves. É lógico que após oito anos de má gestão econômica (o mandato de George W. Bush) há esta falta de confiança.
EFE: O que o Governo deveria fazer para frear a crise?
Stiglitz: Podemos incentivar a renegociação das hipotecas para que menos pessoas tenham de declarar a falência. Não ajuda ninguém o fato de as pessoas serem obrigadas a sair de suas casas.
O pacote de intervenção em grande escala nos mercados, anunciado pelo governo dos Estados Unidos, está errado porque a raiz do problema não está diretamente na crise imobiliária, segundo o Nobel de economia Joseph Stiglitz, para quem "isto é só o começo".
Os mercados receberam com entusiasmo o anúncio de uma intervenção de centenas de bilhões de dólares, mas Stiglitz disse em entrevista à Agência Efe que o cidadão comum deveria estar muito preocupado, pois o país está à beira de uma recessão.
Em lugar de comprar a dívida "tóxica" dos bancos, que ninguém quer, o governo deveria conseguir a renegociação das hipotecas das pessoas que estão com a corda no pescoço, disse.
Stiglitz acredita que a crise é uma conseqüência da "má gestão" da Administração republicana e do Federal Reserve (Fed, o BC americano), que não supervisionou corretamente o sistema financeiro e injetou em Wall Street liquidez antes da crise.
O economista também vincula o problema ao Iraque, que é "A Guerra dos Três Trilhões de Dólares" ("The Three Trillion Dollar War", no original), segundo diz o título de seu último livro, no qual exibe uma estimativa "conservadora" do custo do conflito para os Estados Unidos.
Stiglitz, que recebeu o Nobel de economia em 2001 e que agora é professor na Universidade de Columbia, fala dos democratas com conhecimento do governo, pois foi o principal conselheiro econômico de Bill Clinton quando este foi presidente.
Atualmente, é assessor de Barack Obama, candidato presidencial democrata, mas na entrevista disse falar em nome próprio.
EFE: Qual a sua opinião sobre o programa de intervenção nos mercados financeiros anunciado pelo governo dos EUA?.
Stiglitz: Acho que não é suficiente, nem foi feito de forma correta, nem aborda o problema fundamental, que é a grande quantidade de execuções de hipotecas. O sistema está debilitado pelo peso da dívida, e parte desta se deve à guerra do Iraque.
EFE: O senhor vê um vínculo direto entre este conflito e a crise financeira?
Stiglitz: A guerra contribuiu para o enfraquecimento da economia. Em 2008-2009 está previsto que tenhamos o maior déficit fiscal de nossa história.
A guerra também contribuiu para a alta do preço do petróleo. Drenamos nossa economia para comprar petróleo. Isso foi o motivo da ampla liquidez (fornecida pelo Fed antes da crise): diminuir os efeitos de uma despesa tão alta no Iraque. Mas certamente se criou um problema para o futuro com isso.
EFE: É surpreendente que a economia americana continue crescendo, embora lentamente, apesar da crise financeira. Como o senhor vê suas perspectivas?
Stiglitz: O desemprego subiu para 6,1% e provavelmente crescerá mais. Essa é uma das razões pelas quais isto é só o princípio da crise.
Dirigimo-nos lentamente rumo a um descarrilamento econômico que intensificará os problemas financeiros. À medida que as receitas caírem, os preços da moradia descerão mais e haverá mais despejos de inquilinos. Portanto, estamos dentro de uma espiral e ninguém faz nada para interrompê-la.
Há uma probabilidade significativa de recessão nos próximos trimestres.
EFE: Como avalia a situação atual dos mercados?
Stiglitz: A situação é muito pior do que o senhor imagina. Isso já foi demonstrado quando o mercado monetário quase entrou em colapso na quinta-feira.
Inclusive gigantes industriais podem enfrentar problemas de liquidez agora. Os problemas são muito graves. É lógico que após oito anos de má gestão econômica (o mandato de George W. Bush) há esta falta de confiança.
EFE: O que o Governo deveria fazer para frear a crise?
Stiglitz: Podemos incentivar a renegociação das hipotecas para que menos pessoas tenham de declarar a falência. Não ajuda ninguém o fato de as pessoas serem obrigadas a sair de suas casas.
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