domingo, 12 de outubro de 2008

'Acabou o tempo da cotovelada, quando o mais forte ou com mais dinheiro tinha espaço'; diz prefeito eleito Fauzi Suleiman



Presidente da Câmara de Aquidauana, Terly Garcia (PP); vice-prefeito Vanildo Neves (PSDB) e prefeito eleito Fauzi Suleiman (PMDB) querem harmonia entre poderes

Foto: Armando Anache/Pantanal News

Para Fauzi Suleiman, "acabou o tempo em que a Câmara de Vereadores era uma secretaria de importância menor da prefeitura. Acabou aquele tempo da Câmara de Vereadores ser um Poder subalterno."

O prefeito eleito manteve reunião, na sala do presidente da Câmara, Terly Gracia [PP, o mais votado, reeleito com 1.029 votos], com a presença dos vereadores Vicente Gaeta [PT, eleito com 545 votos], Cipriano Mendes [ PT, reeleito com 615 votos], Wezer Rodrigues [PPS, 927 votos], Clésio Fialho [PSL, 900 votos] e Antônio da Coeso [PSB, 519 votos]. Os três primeiros foram eleitos pela coligação "Aquidauana Tem Futuro", de Fauzi Suleiman. Os outros três, pela coligação "Aquidauana Com a Força do Povo", de Odilon Ribeiro (PDT).

Não participaram da reunião os vereadores Tião Sereia [PP, reeleito com 815 votos], Corrêa Filho [PP, que já foi vereador e retorna à Câmara na próxima legislatura, com 663 votos] e Eulálio Abel Barbosa [PDT, que já foi vereador e retorna com 814 votos].

Antes da reunião com os vereadores, Fauzi Suleiman visitou o gabinete de Cipriano Mendes (PT), que foi reeleito para o terceiro mandato consecutivo. Ali estavam o vereador eleito pelo PT, Vicente Gaeta; e o secretário-geral do PT de Aquidauana, Nabil Jaffal. Eles conversaram sobre a atuação da bancada do PT na Cãmara, a partir de 2009 e acertaram detalhes do almoço que terão hoje (11), em Campo Grande, com o senador Delcídio do Amaral (PT-MS).

Nesta tarde de sábado (11), o prefeito eleito Fauzi Suleiman participará de uma "carreata" pelas ruas da cidade, a partir do bairro Nova Aquidauana.

Leia, abaixo, a íntegra da entrevista concedida pelo prefeito eleito Fauzi Suleiman, depois do encontro que começou às 15h20 e durou pouco mais de uma hora, à rádio Independente e Portal Pantanal News:



Armando de Amorim Anache: Prefeito eleito Fauzi Suleiman, como foi a reunião, na tarde de ontem (10), com os novos e com os vereadores reeleitos de Aquidauana?

Fauzi Suleiman: Foi uma reunião muito produtiva, na qual a gente procurou, em primeiro lugar, nos apresentar aqui e, também, cada um dos vereadores se apresentar, porque muitos estão tendo, pela primeira vez, a oportunidade de conversar entre si. Então, foi uma reunião muito produtiva, na qual pudemos explicar o nosso desejo, a nossa proposta para os quatro anos de mandato e, principalmente, o comportamento e a maneira da gente se conduzir, em relação à Câmara de Vereadores, ao Poder Legislativo, ao longo desses quatro anos.

Nós queremos criar um novo paradigma na política, uma nova forma de conduzir na política, nós queremos exercer a liderança política de Aquidauana de uma forma diferente. E foi isso que a gente veio dizer aqui, para os nossos vereadores eleitos e reeleitos.

Armando de Amorim Anache: Estavam aqui, na reunião, vereadores que, no ano que vem, formarão as bancadas de situação e oposição. Como foi a conversa com os vereadores que, a princípio, deverão integrar a oposição ao seu governo?

Fauzi Suleiman: Eu acho que a eleição está encerrada, não é, Armando? Agora, o partido de todos nós é Aquidauana. Nós temos é que lutar para fazer a cidade se desenvolver. Na situação ou na oposição, tos estarão trabalhando em prol de Aquidauana. Eu imagino a democracia como um sistema, é como se fosse um daqueles relógios de corda, que tem várias engrenagens. Uma roda para a direita, outra roda para a esquerda, mas o que interessa é que fazem o ponteiro se movimentar para uma direção, que interessa para todos. Então, o fato de serem da oposição não significa que serão contra o Fauzi. Muito pelo contrário, uma oposição sadia, uma oposição responsável, que é o que, com certeza, nós teremos nessa Câmara, porque a gente vê aqui um nível excepcional. Acho que os vereadores que foram eleitos, tanto na situação quanto na oposição, são vereadores que ..., muitos têm uma trajetória de lutas, de sonho de ser vereador e, com certeza, não quiseram conquistar esse mandato por outra razão que não fosse prestar um grande trabalho para a população de Aquidauana.

Então, a oposição e a situação estarão ajudando a cidade de Aquidauana e, ajudando a cidade, estarão ajudando a nossa administração.

Armando de Amorim Anache: Quais os principais pontos dessa reunião que o senhor poderia adiantar à população, já que ela foi a portas fechadas?

Fauzi Suleiman: O ponto principal é o apreço que nós temos pelo Poder Legislativo. Nós viemos garantir, aqui, que nós teremos, a partir no ano que vem, um prefeito que respeita o Poder Legislativo. E respeitar o Poder Legislativo significa respeitar a sua autonomia política, financeira... E é assim que nós queremos nos conduzir ao longo do nosso mandato. Não vai ter um orçamento da Câmara na mão do prefeito. O orçamento é o da Câmara. Esse dinheiro não é do Poder Executivo, mas do Legislativo. É lógico que nós precisamos de muitos recursos para fazer a cidade se desenvolver, e queremos que nenhuma decisão autônoma, da própria Câmara, se puderem devolver uma parte desses recursos, para que a gente possa investir na melhoria da vida do nosso povo, isso vai ser uma coisa muito positiva para todos nós. Agora, essa é uma decisão que caberá à Câmara tomar, a Câmara decidir. Nós só garantimos essa questão do respeito a essas autonomias financeira e política da Câmara, o desejo que nós temos, de estabelecer uma grande parceria com a nossa Câmara de Vereadores. Até comentava, aqui, que nós queremos implementar uma coisa simples, mas demonstrando esse apreço, na verdade. Existe cidade do nosso estado em que não há uma obra que seja inaugurada, sem o nome do prefeito ou do vice-prefeito ou do secretário da pasta. E dos vereadores? De todos os vereadores da Câmara, não é? Eu acho que aqui estão todos que se elegeram. Eles foram abençoados pela vontade de Deus e pela vontade popular. Então, fazemos parte desse momento ímpar da história da cidade. Caberá a nós, ao longo de quatro anos, dirigir os destinos dessa cidade. Então, que todos nós tenhamos a dimensão dessa responsabilidade e, também, compartilhemos dela em toda a sua esfera.

Então, essas medidas simples, assim, é que nós queremos tomar, para mostrar a valorização desse Poder e, principalmente, que nós tenhamos Aquidauana numa direção única, numa direção para o progresso, avançando, criando oportunidades para a nossa cidade. Fazendo com que a qualidade do serviço que o Poder tem que prestar, seja no Executivo ou no Legislativo - porque também o Legislativo é um prestador de serviços ao nosso povo -, seja condição fundamental. Que nós tenhamos aqui [na Câmara de Vereadores] uma assessoria jurídica, uma assessoria contábil, que nós tenhamos uma grande equipe de comunicação, para que a população conheça, verdadeiramente, o que é esse Poder.

Então, tudo isso demanda ter uma estrutura financeira, para poder garantir que esses serviços sejam prestados, que se dê resposta, acima de tudo, à sociedade. Nós somos uma cidade de dimensão, praticamente, continental. A gente voa de avião por Aquidauana, sem descer no chão, por duas horas. É uma cidade extraordinária e essa Câmara não tem, até hoje, um veículo, por exemplo, para permitir aos vereadores a visita a distritos ou a zona rural, fiscalizando e acompanhando. Então, eu acho que nós temos que lutar para melhorar essa condição. O que a gente tem dito é que a democracia não é o melhor regime só porque a gente vota. Ela é o melhor regime político porque ela resolve os problemas da sociedade. E a gente só vai resolver problemas da sociedade qualificando o poder público, seja o Executivo, o Legislativo ou o Judiciário.

Armando de Amorim Anache: Todo prefeito, normalmente, diz que não se mete em eleição de Mesa Diretora de Câmara de Vereadores. Como será essa questão, da eleição da Mesa Diretora, em 1.º de janeiro, com o prefeito Fauzi Suleiman?

Fauzi Suleiman: Eu não quero participar como prefeito, mas quero participar como liderança política da cidade. Eu acho que a gente tem um capital de relacionamento, que nós construímos, e isso é uma coisa muito importante. Nós estamos exercendo a liderança em Aquidauana de uma forma diferente. Acabou o tempo da cotovelada, quando quem queria ganhar espaço, era porque era mais forte ou porque tinha dinheiro. Não, a partir de agora nós temos um exercício diferente de liderança. Eu tive 15 mil votos. É um capital político que a população de Aquidauana nos deu, para liderar essa cidade, não é? Mas queremos exercer essa liderança com justiça, com sabedoria, com equilíbrio e, com toda certeza, quero ter um papel junto com os nossos parceiros, com a nossa bancada aqui [na Câmara de Vereadores], ajudando a construir um nome - que seja de consenso, em primeiro lugar, no nosso grupo -, e que, também, consiga atrair os votos dos candidatos que foram eleitos na outra chapa.

Então, eu quero que haja um grande parceiro do Executivo, também aqui [na Câmara]. Não quero tratar o Poder Legislativo como subalterno. Muito pelo contrário. Acabou o tempo em que a Câmara de Vereadores era uma secretaria de importância menor da prefeitura. Acabou aquele tempo da Câmara de Vereadores ser um Poder subalterno. Não! Nós queremos esse Poder respeitado, mas é importante que haja uma grande sintonia do prefeito com o presidente da Câmara. Enquanto liderança política e junto com os meus amigos, que tenho aqui dentro da Câmara. E tenho amigos na situação e na oposição e eu quero ajudar a ter esse quadro, de um presidente da Câmara que seja mais alinhado, mais afinado, nesse momento que Aquidauana passará a viver a partir de primeiro de janeiro de 2009.

Armando de Amorim Anache: Faltam dois meses e meio para a sua posse, prefeito eleito Fauzi Suleiman. A sua equipe de transição já trabalha na Prefeitura de Aquidauana?

Fauzi Suleiman: Não. Nós estamos fazendo o primeiro contato, hoje. Fizemos aqui, com o ex-secretário Wezer Rodrigues, pedindo que fosse aberta essa ponte de transição, para que a gente possa começar a apresentar, inclusive, a nossa equipe, que nós estamos constituindo, ainda, até terça [dia 14] ou quarta-feira [dia 15] da semana que vem, quando pretendo apresenta-la para que a gente possa, dentro da administração, fazer a transição.

A equipe terá um técnico em cada área da administração, para a gente poder ter um dimensionamento da situação da prefeitura. O que tem de projetos, o que tem de recursos. Quais são as contas, as dívidas que nós temos, quais são as responsabilidades que passam para os nossos cuidados, a partir de primeiro de janeiro. Então, nós já conversamos, hoje [ontem, dia 10], com o ex-secretário Wezer Rodrigues, atual vereador eleito, para que seja aberto esse canal de comunicação e que essa equipe já entre na prefeitura, se não for possível na semana que vem, na próxima; para poder ter acesso a essas informações e começar a municiar a nossa equipe, para poder ter a dimensão da responsabilidade que nós vamos assumir a partir de primeiro de janeiro.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Crise pode ser uma das maiores da história, diz presidente Lula

"Talvez seja uma das maiores crises econômicas que o mundo já viu. Poderemos correr riscos, porque uma recessão em caráter mundial pode trazer prejuízos para todos nós", afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No encontro que teve, em Manaus, com o venezuelano Hugo Chávez, o boliviano Evo Morales e o equatoriano Rafael Correa, o presidente Lula reiterou que é hora de confiar na economia brasileira e na força do nosso mercado interno.

SINOPSE RADIOBRÁS

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Ideologia e eleições levam a colapso de pacote nos EUA

BRUNO GARCEZ
da BBC Brasil em Washington

A rejeição pela Câmara do megapacote econômico de US$ 700 bilhões proposto pelo governo americano tem raízes tanto ideológicas como eleitorais.

A maior parte dos que congressistas que rejeitaram o projeto é formada pelos republicanos do presidente George W. Bush, a despeito de todos os apelos do líder americano para que a proposta fosse aprovada em caráter de urgência.

Veja a cronologia da crise nos mercados financeiros
Entenda a crise que atinge a economia dos EUA

A proposta havia sido submetida a um série de mudanças nos últimos dias, após discussões entre lideranças dos dois partidos e parecia caminhar para a aprovação.

Mas acabou sendo derrubada na tarde desta segunda-feira por 228 votos contra 205. Era necessário um total de 218 votos para ratificar o projeto.

Somente 65 republicanos votaram pelo projeto, contra 133 que foram contrários. Ao todo, 140 democratas ratificaram o pacote, e outros 95 votaram contra.

Socialismo

A ala mais conservadora do Partido Republicano é radicalmente contrária à intervenção do Estado na economia e julga que o pacote seria um "cheque em branco" para o sistema financeiro às custas do contribuinte americano.

A maior parte da cifra bilionária do pacote seria gerada por meio de impostos.

Os congressistas contam estar recebebendo milhares de telefonemas de seus eleitores, pedindo que eles não votem por uma proposta que auxiliaria grandes instituições financeiras em detrimento do cidadão comum.

Em entrevista ao jornal "The New York Times", o parlamentar Jeb Hensarling, do Estado do Texas, resumiu o estado de espírito da facção mais à direita dos republicanos.

"Nos pediram para escolher entre o caos financeiro e a falência do contribuinte, de um lado, e a estrada para o socialismo, do outro", afirmou Hensarling. "E tínhamos que fazer isso em 24 horas."

Além disso, muitos representantes do Congresso são candidatos à reeleição, e a aprovação da proposta econômica, impopular junto a muitos eleitores, poderia prejudicar suas possibilidades nas urnas.

O fato de a aprovação do pacote estar sendo pressionada por um presidente cujo índice de aprovação é inferior a 30% também influenciou a decisão de parlamentares que não querem ser identificados com o impopular líder republicano.

Objeções

Os congressistas republicanos levantaram objeções tanto quanto ao conteúdo do pacote como à pressa com que o documento de mais de 100 páginas foi colocado em votação.

No fim de semana, líderes partidários haviam chegado a um acordo em relação a pontos polêmicos, como mecanismos de supervisão do mercado financeiro, proteção para os contribuintes e limites aos salários de executivos de instituições financeiras.

As concessões, porém, não foram suficientes para convencer boa parte dos congressistas a seguir a orientação dos líderes no plenário.

Depois da votação, líderes republicanos sugeriram que a culpa era dos democratas, que não teriam conseguido mobilizar sua maioria na Câmara.

sábado, 20 de setembro de 2008

Crise financeira está apenas começando, diz Nobel de economia

da Efe, em Washington

O pacote de intervenção em grande escala nos mercados, anunciado pelo governo dos Estados Unidos, está errado porque a raiz do problema não está diretamente na crise imobiliária, segundo o Nobel de economia Joseph Stiglitz, para quem "isto é só o começo".

Os mercados receberam com entusiasmo o anúncio de uma intervenção de centenas de bilhões de dólares, mas Stiglitz disse em entrevista à Agência Efe que o cidadão comum deveria estar muito preocupado, pois o país está à beira de uma recessão.

Em lugar de comprar a dívida "tóxica" dos bancos, que ninguém quer, o governo deveria conseguir a renegociação das hipotecas das pessoas que estão com a corda no pescoço, disse.

Stiglitz acredita que a crise é uma conseqüência da "má gestão" da Administração republicana e do Federal Reserve (Fed, o BC americano), que não supervisionou corretamente o sistema financeiro e injetou em Wall Street liquidez antes da crise.

O economista também vincula o problema ao Iraque, que é "A Guerra dos Três Trilhões de Dólares" ("The Three Trillion Dollar War", no original), segundo diz o título de seu último livro, no qual exibe uma estimativa "conservadora" do custo do conflito para os Estados Unidos.

Stiglitz, que recebeu o Nobel de economia em 2001 e que agora é professor na Universidade de Columbia, fala dos democratas com conhecimento do governo, pois foi o principal conselheiro econômico de Bill Clinton quando este foi presidente.

Atualmente, é assessor de Barack Obama, candidato presidencial democrata, mas na entrevista disse falar em nome próprio.

EFE: Qual a sua opinião sobre o programa de intervenção nos mercados financeiros anunciado pelo governo dos EUA?.

Stiglitz: Acho que não é suficiente, nem foi feito de forma correta, nem aborda o problema fundamental, que é a grande quantidade de execuções de hipotecas. O sistema está debilitado pelo peso da dívida, e parte desta se deve à guerra do Iraque.

EFE: O senhor vê um vínculo direto entre este conflito e a crise financeira?

Stiglitz: A guerra contribuiu para o enfraquecimento da economia. Em 2008-2009 está previsto que tenhamos o maior déficit fiscal de nossa história.

A guerra também contribuiu para a alta do preço do petróleo. Drenamos nossa economia para comprar petróleo. Isso foi o motivo da ampla liquidez (fornecida pelo Fed antes da crise): diminuir os efeitos de uma despesa tão alta no Iraque. Mas certamente se criou um problema para o futuro com isso.

EFE: É surpreendente que a economia americana continue crescendo, embora lentamente, apesar da crise financeira. Como o senhor vê suas perspectivas?

Stiglitz: O desemprego subiu para 6,1% e provavelmente crescerá mais. Essa é uma das razões pelas quais isto é só o princípio da crise.

Dirigimo-nos lentamente rumo a um descarrilamento econômico que intensificará os problemas financeiros. À medida que as receitas caírem, os preços da moradia descerão mais e haverá mais despejos de inquilinos. Portanto, estamos dentro de uma espiral e ninguém faz nada para interrompê-la.

Há uma probabilidade significativa de recessão nos próximos trimestres.

EFE: Como avalia a situação atual dos mercados?

Stiglitz: A situação é muito pior do que o senhor imagina. Isso já foi demonstrado quando o mercado monetário quase entrou em colapso na quinta-feira.

Inclusive gigantes industriais podem enfrentar problemas de liquidez agora. Os problemas são muito graves. É lógico que após oito anos de má gestão econômica (o mandato de George W. Bush) há esta falta de confiança.

EFE: O que o Governo deveria fazer para frear a crise?

Stiglitz: Podemos incentivar a renegociação das hipotecas para que menos pessoas tenham de declarar a falência. Não ajuda ninguém o fato de as pessoas serem obrigadas a sair de suas casas.

domingo, 24 de agosto de 2008

24 de agosto de 1954: Getulio Vargas suicida-se

* No início de agosto de 1954, o chefe da guarda pessoal de Getúlio Vargas, Gregório Fortunato, por iniciativa própria ou a mando de algum político getulista, contratou capangas para assassinarem o principal líder da oposição, o deputado e jornalista Carlos Lacerda, um dos maiores responsáveis pelas críticas que eram feitas ao presidente. Com isso, pretendeu-se silenciar o opositor, mas o resultado foi o pior possível para o governo que, segundo a imprensa, passou a se ver mergulhado em um "mar de lama". No atentado, saiu morto um oficial da Aeronáutica que trabalhava também como segurança do jornalista. A partir daí o governo expunha sua fragilidade: o crime cometido não tinha justificativas e, além do mais, ficou provado que fora arquitetado dentro do Palácio do Governo. Desgastado diante da opinião pública, Vargas escapa de uma nova deposição apelando para o suicídio.

O tiro que desfechou no coração, no dia 24 de agosto de 1954, veio acompanhado de uma carta-testamento que se transformaria num dos mais conhecidos documentos históricos brasileiros. Nela, Vargas fazia uma declaração nacionalista e de amor ao povo.

* Trecho retirado do livro:
Maria Celina D'Araujo, A Era Vargas. 1. ed. São Paulo: Moderna, 1997. 103p. il. (Coleção polêmica)

CARTA-TESTAMENTO


Documento legado pelo presidente Getúlio Vargas e divulgado logo após seu suicídio, ocorrido por volta das oito horas da manhã de 24 de agosto de 1954. Na carta, Getúlio denunciava que uma campanha subterrânea dos grupos internacionais aliara-se à dos grupos nacionais, procurando criar obstáculos ao regime de proteção ao trabalho, às limitações dos lucros excessivos e às propostas de criação da Petrobrás e da Eletrobrás. A mensagem, dirigida ao povo brasileiro, concluía: "Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio.Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história."

A Carta-Testamento, foi encontrada por Ernani Amaral Peixoto, governador do estado do Rio de Janeiro e genro de Getúlio, em cima de uma mesinha de cabeceira do quarto presidencial. O documento foi lido em voz alta por Osvaldo Aranha, ministro da Fazenda, para um grupo de pessoas que se encontrava no palácio do Catete e em seguida transmitido por telefone para a Rádio Nacional. Antes das nove horas da manhã, a mensagem começou a ser irradiada para todo o país.

A crise de agosto

A crise política, que caracterizou praticamente todo o segundo governo de Getúlio Vargas (1951-1954), ganhou uma nova dimensão a partir do Atentado da Toneleros. Nesse episódio, ocorrido em 5 de agosto de 1954, foi assassinado o major-aviador Rubens Vaz e levemente ferido o jornalista Carlos Lacerda, que ganhara notoriedade pelo combate sistemático a Getúlio nas páginas da Tribuna da Imprensa.

As investigações que se seguiram logo revelaram o envolvimento de integrantes da guarda pessoal do presidente no atentado. Os ataques da oposição ao governo tornaram-se mais violentos. No Congresso, a bancada da União Democrática Nacional (UDN) exigia insistentemente a destituição de Vargas. A grande maioria da oficialidade da Aeronáutica e da Marinha e um setor significativo do Exército compartilhavam do ponto de vista udenista. Na imprensa, prosseguiam as denúncias de corrupção e irregularidades administrativas incriminando familiares e elementos ligados ao presidente.

Em 22 de agosto, os brigadeiros da Aeronáutica enviaram um documento a Vargas exigindo sua renúncia. No dia seguinte, a alta oficialidade da Marinha declarou-se solidária aos seus colegas da Força Aérea. A situação agravou-se ainda mais na noite do dia 23, quando o ministro da Guerra, Euclides Zenóbio da Costa, informou o presidente sobre a existência de um manifesto assinado por vários generais do Exército, entre os quais Álvaro Fiúza de Castro, Canrobert Pereira da Costa, Juarez Távora, Humberto Castelo Branco, Peri Bevilacqua e Henrique Lott, em apoio à reivindicação dos brigadeiros. Embora se recusasse a renunciar, Getúlio decidiu discutir imediatamente a questão com o ministério.

A reunião ministerial teve início às três horas da madrugada de 24 de agosto. Como narra Foster Dulles, "Getúlio perguntou a cada ministro o que, na sua opinião, deveria ser feito. Zenóbio da Costa disse que a situação estava-se agravando, e que uma ampla maioria dos oficiais que comandavam tropas provavelmente não obedeceria às ordens que lhe fossem dadas para entrar em ação contra a Força Aérea e a Marinha. Se recebesse instruções neste sentido ele daria essas ordens, mas muito sangue iria correr, e o resultado seria incerto. O ministro da Marinha Renato Guillobel observou que a Marinha 'já se manifestou ao lado da Aeronáutica'. O Ministro da Aeronáutica Epaminondas Gomes dos Santos disse que nada havia que pudesse fazer para modificar a atitude da sua corporação". Mais adiante, o governador Amaral Peixoto lançou a proposta do licenciamento do presidente. Tancredo Neves, ministro da Justiça, fez uma contraproposta, afirmando que o povo deveria ser consultado através do Parlamento. A discussão prosseguiu, mas sem atingir nenhum resultado concreto. Foi então que Getúlio tomou a palavra e declarou: "Já que o ministério não chega a nenhuma conclusão, eu vou decidir. Determino que os ministros militares mantenham a ordem pública. Se conseguirem, eu apresentarei o meu pedido de licença. No caso contrário, os revoltosos encontrarão aqui dentro do palácio o meu cadáver." E retirou-se da sala.

Depois da saída de Getúlio, os ministros e demais participantes da reunião julgaram conveniente redigir um comunicado anunciando ao povo a decisão adotada. Tancredo Neves escreveu a nota, que foi levada por Osvaldo Aranha a Vargas para obter sua aprovação. Às 4:45h da madrugada, o país era informado da resolução do presidente: "-Deliberou o presidente Vargas, com integral solidariedade dos seus ministros, entrar em licença, passando o governo a seu substituto legal, desde que seja mantida a ordem, respeitados os poderes constituídos e honrados os compromissos solenemente assumidos perante a nação pelos oficiais generais das nossas forças armadas. Em caso contrário, persistiria inabalável no seu propósito de defender suas prerrogativas constitucionais com o sacrifício, se necessário, de sua própria vida."

Após a reunião, Zenóbio encontrou-se com os generais oposicionistas no Ministério da Guerra, sendo convencido por estes de que o afastamento do presidente teria de ser definitivo. A correlação de forças era desfavorável aos partidários de Getúlio. As primeiras notícias de que os generais se haviam decidido por um ultimato final a Vargas - agora apoiado pelo próprio ministro da Guerra - chegaram ao Catete às sete horas da manhã. Benjamin Vargas comunicou ao irmão a decisão dos militares, que significava na prática sua deposição. Minutos depois, Getúlio suicidou-se com um tiro no coração.

Repercussões

O impacto provocado pelo suicídio de Getúlio e pela imediata divulgação da CartaTestamento foi imenso. Manifestações populares sucederam-se em todo o país, sobretudo nas grandes cidades. No centro do Rio de Janeiro ocorreram numerosos comícios denunciando o envolvimento norte-americano na morte de Vargas, bem como as responsabilidades da UDN e de toda a oposição. Grupos de centenas de pessoas, armadas de pedaços de madeira e dando vivas ao ex-presidente, percorreram as ruas da cidade rasgando cartazes de propaganda eleitoral dos canditatos antigetulistas.

As sedes dos jornais O Globo e Tribuna da Imprensa e da Rádio Globo foram atacadas por populares, e dois caminhões de entrega de O Globo foram incendiados. O ataque à embaixada dos Estados Unidos e ao prédio da Standard Oil foi rechaçado a bala por soldados, saindo feridos dois populares. os edificios da Light & Power e da Companhia Telefônica também foram atacados. O cortejo que acompanhou o corpo de Getúlio Vargas do palácio do Catete ao aeroporto Santos Dumont - de onde foi trasladado para São Borja, no Rio Grande do Sul - reuniu a maior multidão da história do Rio.

Os incidentes não se limitaram ao Rio de Janeiro. Em São Paulo, milhares de operários entraram em greve de protesto e promoveram manifestações de rua no centro da cidade. Cerca de 20.000 pessoas tentaram depredar o edifício onde estavam instalados os jornais dos Diários Associados, sendo impedidas por policiais. Em Porto Alegre, populares queimaram as sedes de dois jornais antivarguistas - O Estado do Rio Grande do Sul e o Diário de Notícias -,e da Rádio Farroupilha, depredando ainda um banco e o consulado dos EUA. Em Belo Horizonte e em Recife também ocorreram manifestações.

No plano político, as conseqüências do suicídio e da Carta-Testamento não foram menores. Após meses de pressão sobre Getúlio, a oposição - tornada governo com a posse de João Café Filho na presidência da República - viu-se obrigada a recuar frente às dimensões da reação popular. Na opinião de Thomas Skidmore, "durante a sua campanha, os antigetulistas tinham concentrado o fogo do ataque na pessoa de Getúlio. Através do seu ato final de sacrifício, Getúlio neutralizou as vantagens políticas e psicológicas que seus oponentes haviam acumulado".

A UDN esperava alcançar uma grande vitória nas eleições legislativas de outubro de 1954, capaz de lhe permitir - acreditavam os mais otimistas - até mesmo o controle do Congresso. A campanha udenista, centrada em denúncias de corrupção e de desmandos administrativos, ganhara novo alento com o Atentado da Toneleros e seus desdobramentos. No entanto, as circunstâncias que envolveram a morte de Vargas modificaram o quadro político e a UDN acabou sendo a principal derrotada no pleito, perdendo dez das 84 cadeiras que detinha no Parlamento.

Os acontecimentos do 24 de agosto também marcaram profundamente o comportamento do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Até o suicídio de Vargas, os comunistas faziam cerradas críticas ao seu governo, acusando-o de submeter-se aos interesses dos Estados Unidos e de recorrer à violência e ao terror contra o povo brasileiro. O PCB mudou radicalmente de atitude após a morte de Getúlio e a divulgação da Carta-Testamento. Na edição de 25 de agosto de 1954, o jornal comunista Imprensa Popular acusou o "lmperialismo norte-americano" de responsável pela morte de Vargas e o governo de Café Filho de ser formado "por agentes furiosos dos monopólios de Wall Street". Em discurso proferido na Câmara dos Deputados no dia 24, o parlamentar comunista Roberto Morena afirmou não ser aquele o momento para "salientar as divergências que tivemos com o extinto presidente da República" e lançou um apelo em prol da constituição de uma frente única "em defesa da livre organização dos partidos, com eleições livres e democráticas; em defesa da Constituição contra a intromissão de generais fascistas que, a serviço da embaixada americana, querem intervir nos destinos do nosso país".

O conteúdo nacionalista da Carta-Testamento foi também imediatamente incorporado ao programa do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Em nota oficial, emitida em 25 de agosto, a comissão executiva nacional e a bancada federal do partido deram integral apoio aos "princípios consubstanciados na última carta do presidente Getúlio Vargas, que são: a) combate aos abusos do poder econômico; b) defesa do regime de liberdade social; c) luta pela libertação econômica do povo brasileiro".

O debate sobre a autenticidade

A autenticidade da Carta-Testamento foi motivo de viva controvérsia. Os depoimentos de Alzira Vargas do Amaral Peixoto, Osvaldo Aranha, José Américo de Almeida, João Batista Luzardo e de outras pessoas intimamente ligadas a Getúlio e que com ele viveram a crise política de agosto de 1954 são as únicas fontes de informação sobre a mensagem do presidente.

Apesar de existirem alguns pontos discordantes nesses depoimentos, todos são unânimes em atribuir a Getúlio a autoria da carta. Outro dado fora de discussão é a participação - maior ou menor - na elaboração do - documento do jornalista José Soares Maciel Filho, o redator favorito dos discursos de Getúlio. Segundo Alzira Vargas, Maciel se teria limitado a inserir no documento as cifras que o ilustram e a datilografá-lo. Já Miguel Teixeira afirmou que Osvaldo Aranha tivera um encontro com Maciel, no qual o jornalista confidenciara que Vargas o havia encarregado da redação final do documento, tendo-lhe dado um pedaço de papel no qual estaria contida a idéia do manifesto e as frases finais. De acordo com Teixeira, o restante teria Sido iniciativa exclusiva de Maciel.

Outro elemento obrigatório ao se abordar a Carta-Testamento é o bilhete encontrado na mesa do gabinete presidencial e entregue a Alzira Vargas na noite de 18 de agosto. O bilhete, escrito a lápis com a letra de Vargas, tinha cerca de três linhas e dizia: "A sanha dos meus inimigos deixo o legado na minha morte. Levo o pesar de não ter feito pelos humildes tudo o que desejava." No dia seguinte, Alzira interpelou o pai sobre o significado daquelas palavras, mas Vargas lhe assegurou que não pretendia suicidar-se. Na realidade, o conteúdo do bilhete foi aproveitado no texto do documento final de Getúlio.

Além do exemplar encontrado no leito de morte de Vargas, a Carta-Testamento teve mais três cópias conhecidas. Alzira Vargas achou, entre os papéis retirados do cofre do pai, uma cópia assinada da carta, com erros de datilografia e correções, e uma cópia em carbono sem assinatura. Encontrou também algumas anotações a lápis - que constituiriam a minuta do documento - com a letra de Getúlio. Existe ainda um último exemplar da carta, que teria sido entregue por Getúlio a João Goulart pouco antes da reunião ministerial da madrugada do dia 24. Goulart, que viajaria naquele mesmo dia para o Rio Grande do Sul e em seguida para Buenos Aires, teria guardado a carta sem lê-la. Segundo Alzira Vargas, Goulart divulgaria a carta na Argentina, caso a crise política brasileira tivesse como desfecho um golpe militar.

As acusações de que a Carta-Testamento era apócrifa seguiram-se imediatamente à sua publicação. A imprensa antigetulista - amplamente majoritária - e a UDN trataram de divulgar a versão de que a carta teria sido elaborada por elementos interessados em explorar politicamente a morte de Vargas com fins eleitorais. Esses elementos estariam ao mesmo tempo empenhados em impedir - através do impacto causado pelo documento - a continuação das investigações contra Vargas iniciadas com o Atentado da Toneleros.

Sérgio Lamarão

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Portugal faz apelo por Acordo Ortográfico

Quarta-feira, 31 de Outubro de 2007

Acadêmicos brasileiros e portugueses celebram, antecipadamente, os 200 anos da chegada de D. João VI ao Brasil

Marcelo Copelli

Após dois dias de reunião, terminou ontem o encontro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e a Academia das Ciências de Lisboa (ACL). O evento inaugurou as celebrações acadêmicas em torno dos 200 anos da chegada da corte portuguesa ao Brasil, em 1808. As duas sessões conjuntas, cujo tema principal foi "O papel de D. João VI na união de Portugal e Brasil", foram presididas pelo acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, presidente da ABL, e realizadas no salão nobre do "Petit Trianon", na sede da ABL, no Centro do Rio de Janeiro.

Na conferência, o vice-presidente da ACL, Antônio Braz Teixeira, propôs à ABL que as instituições se unam num apelo aos governos português, brasileiro e dos demais países lusófonos "para que se empenhem, decididamente, no sentido de que o Acordo Ortográfico seja aprovado e ratificado durante o próximo ano".

Segundo Teixeira, nos últimos dez anos, ainda não foram tomadas medidas viáveis para a efetivação do tratado. "Nenhum dos nossos governos efetuou as diligências diplomáticas ao seu alcance, quer diretamente, quer através da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, para que, conquistada a normalidade política e a paz interna em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor Leste, estes Estados procedam à aprovação e ratificação do acordo que assinaram e tomem as providências administrativas necessárias para que o mesmo possa entrar em vigor tão breve quanto possível", afirmou o acadêmico português.

Teixeira citou os obstáculos que a ACL tem enfrentado, em relação ao Acordo Ortográfico. "As mesmas forças que, em Portugal, tudo fizeram para impedir a conclusão do Acordo, em que de destacaram, negativamente, alguns editores, estão, de novo, exercendo pressão sobre o governo português no sentido de adiar, indefinidamente, a data de início de sua aplicação efetiva".

O presidente da ABL, Marcos Vinicios Vilaça, por sua vez enfatizou sobre as boas relações internacionais e o cuidado exigido no tratamento da língua portuguesa. "As boas relações com Portugal conservam e arejam. Queremo-las vivas e alongando-se num prestigiamento ao português, uma língua sonhada, a ganhar caminho a ser expresão do mundo ibero-afro-americano. O zelo pela língua não é apenas compromissos do nosso Estatuto, mas imperativo da vontade de todos os acadêmicos", afirmou Vilaça.
O acordo

O Ortográfico da Língua Portuguesa consiste em um tratado internacional que visa criar uma ortografia unificada para o português, a ser usada por todos os países que usam esta língua.

Representantes oficiais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe assinaram o acordo em 1990, como resultado de um longo trabalho desenvolvido pela ABL e a ACA, desde a década de 80. Em 2004, o Timor-Leste também aderiu ao acordo, bem como a delegação de observadores da Galiza.

O tratado defende o término de duas normas ortográficas divergentes e ambas oficiais: uma no Brasil e outra nos restantes países de língua portuguesa.

A unificação ortográfica acarretará alterações na forma de escrita de 1,6% do vocabulário usado em Portugal e de 0,5% no Brasil.
Palestras e conferências

Os intelectuais das duas instituições prestigiaram o filme "O português do Brasil - Depoimentos de Acadêmicos", de Nelson Pereira dos Santos e participaram de conferências e palestras. Entre elas, "Silvestre Pinheiro Ferreira e a filosofia brasileira", "Portugal e a Ciência na viragem dos séculos XVIII e XIX; Brasil e História Natural", "A corte errante e os fundadores do novo Império", "O príncipe regente D. João e o Brasil" "D. João e os problemas do Brasil e de Portugal durante a sua governação" "D. João VI e a língua portuguesa no Brasil" e "José da Silva Lisboa e a idéia liberal"
Fonte: Tribuna da Imprensa Online

http://www.tribuna.inf.br/

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

MS será o maior produtor de álcool do mundo, diz André

Renato Lima

Com a inauguração da Usina de Açúcar e Etanol Rio Brilhante, na manhã de hoje, o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), ousou afirmar que o Estado será o maior produtor de álcool do mundo até 2015.

Segundo o governador, Mato Grosso do Sul está fadado ao crescimento. “Já produzimos 1,4 milhão de toneladas de açúcar e 1,2 milhão de metros cúbicos de álcool com 14 usinas. Vamos trabalhar em três frentes de desenvolvimento, a pecuária, a produção de álcool e de energia”.

Pelos cálculos de Puccinelli, até 2015, Mato Grosso do Sul deverá contar com 31 novas usinas, representando 20% de toda a produção brasileira de açúcar e álcool.

O Grupo francês LCD Bioenergia, que inaugurou a mais nova instalação em MS, já tinha adquirido outras duas usinas de álcool e açúcar no Estado, a Passa Tempo, em Rio Brilhante e a Maracaju, em Maracaju.

A nova usina contou com investimento da ordem de R$ 700 milhões e pretende gerar 500 empregos diretos na divisão industrial, mil postos de trabalho na divisão agrícola e 3,5 mil empregos indiretos na região.

Energia - A usina também produzirá energia elétrica, com co-geração de 90 megawatts a partir do bagaço de cana-de-açúcar. Para isso, instalou duas turbinas e dois eletrogeradores, que transformam o vapor em energia mecânica e, posteriormente, em eletricidade. Auto-suficiente, a usina consumirá 45 megawatts e comercializará os 45 megawatts excedentes para a rede local.

A concentração de três usinas na mesma região otimiza a produção agrícola. A LDC Bioenergia administra 50 mil hectares de cultivo de cana-de-açúcar em parceria com produtores locais, o que cria estabilidade de renda em longo prazo e representa um novo modelo agrícola para a região.

Campo Grande News

(Com informações da assessoria de imprensa da governadoria)